Capitulo 5

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Dilan...
-Como assim vai comigo escolher o vestido?
- Não disse escolher o vestido, e sim o modelo.
- Ai Dilan, eu sempre sonhei que seria uma surpresa, que meu noivo ficaria boquiaberto quando me visse.
- E eu ficarei, pois só quero me certificar que será o mais perfeito de todos, mas não irei ver você vestida com ele, nem irei nas provas, mesmo porque dizem que isso atrai má sorte.Eu falei sorrindo.
- Tá bom você venceu.
É, eu sempre venço.
Eu escolhi a alfaiate que faria o vestido de Sara, e me encarreguei que todos os ajudantes fossem do sexo feminino, nem boiola não serve, porque boiola é homem também. Eu particularmente abomino isso, como assim homem com homem e mulher com mulher?
Eu jamais aceitaria tal coisa na minha família.
Como eu ia dizendo, a alfaiate, seria dona Lucrécia, uma velha conhecida da minha família, ela sempre costurou as roupas para nós.
- Dona Lucrécia, esta e minha noiva, Sara.
- É um prazer conhecê - la, Sara.
- O prazer é meu.
- Nossa Dilan, você não me disse o quanto ele era linda.Tenho dúvidas se estarei a altura de tão precioso casal.
- Tenho certeza que estará, do contrário não a teria escolhido.
- Obrigada Dilan. Vamos ver os modelos então, querida.
- Vamos.Respondi.
- O noivo não deve ver, Dilan querido.
- Mais eu vou.Disse ríspido.
- Ele só vai ver o modelo, não vai ver as provas.
- Está bem, mas quando ela for vestir você terá que sair.
- Sim.Disse a contragosto. Odeio ser contrariado e o que madame Lucrécia sabe fazer melhor é isso.Entramos em um pequeno escritório, onde tinha um belo sofá, daqueles que lembram a época medieval, mas ele tinha um toque moderno e era na cor branca como tudo em volta. Ela nos acompanhou até ele e se afastou.
- Sentem-se aqui que vou buscar os catálogos.
Quando ela voltou trouxe quatro pastas que pareciam ter quinhentas páginas cada uma.Sara se cansou na metade.
- São todos perfeitos, amor.
-Temos que ver todos Sara, para ter certeza que você será a noiva mais linda que esse pais já viu.
- A mais linda eu não sei, a mais feliz com certeza.
- Será a mais linda também.
Passamos cerca de uma hora ainda vendo os modelos, até que optei por um tomara que caia, todo em pedraria.A saia de baixo era mais próxima ao corpo, mas havia uma outra que vinha por cima e se abria em uma fenda larga do lado direito. Havia bordados na mesma pedraria da parte de cima por toda a borda da fenda com um palmo de largura,fiz algumas modificações, como aderir uma calda ao vestido e retirar a saia de cima.A grinalda era um arranjo de pequenas orquídeas e o véu era da mais pura renda . Não quis aquele véu tradicional.O buquê seria de orquídeas naturais.
Saímos da loja satisfeitos e seguimos para um restaurante de comida tradicional brasileira onde almoçamos.Comemos uma feijoada e eu tomei caipirinha, já que Sara ainda trabalharia.Acompanhei ela até o trabalho e fui resolver alguns problemas que surgiram na empresa.
Alguns meses antes...
Uma ambulância e um caminhão do corpo de bombeiros chega a estrada que dá acesso a mata, onde dois jovens encontraram uma moça quase morta .
-Não se sabe se ela ainda está viva, o acesso é difícil e teremos que concluir a pé.Disse um dos bombeiros.
- Sorte que o local não fica longe.Parece que a quem a deixou ali, estava querendo ou deixar perto dessa estrada ou longe da outra que passa em baixo.
-Você acha que alguém a deixou aqui?
- A informação que tenho é que ela tem sinais de espancamento. Concluiu o outro enquanto adentrava a mata levando o equipamento necessário para socorro e remoção da vítima.Andaram por mais ou menos meia hora até encontrarem o local.
-AQUI.Ouviram os jovens gritarem e correram na direção deles.
-Onde ela está?
- Ali, não mexemos nela, ela apagou.
- Fizeram bem, poderia ter piorado a situação.
Os homens andaram rápido até o local, eram um total de seis homens e contavam também com duas mulheres, mas apenas os dois que chegaram primeiro que se aproximaram da vitima.O homem procurou a pulsação no pescoço da mulher.
-Val, venha, traga o estetoscópio, não estou encontrando pulsação.O soldado estava nervoso, o medo de ter perdido a vitima mesmo antes de consegui dar atendimento crescia.A mulher trouxe o que ele pediu.O homem passou a ouvir o coração da mulher seminua  e inerte no chão.
- Tá muito fraco, mas está viva.Vou ficar monitorando enquanto você e a Val imobilizam.E assim fizeram em dez minutos já carregavam a mulher para a ambulância.Os dois jovens que encontraram a jovem, caminhavam atrás e choravam.Alicia se aproximou deles.
-Ela vai ficar bem? Perguntou Francine.
- Não temos como dizer, mas faremos tudo para que sim.Foi nessa hora que todos chegaram a estrada, colocaram a jovem na ambulância e o casal no caminhão dos bombeiros. Sairam em alta velocidade até o hospital mais próximo.
A mulher foi levada para a emergência, estabilizada e internada na uti.Ela estava em coma.
Francine andava de um lado para o outro na sala de espera quando um dos bombeiros se aproximou.
- Oi.Por um acaso vocês dois sabem alguma informação que possa ajudar a encontrar a familia da moça? Ela está em coma e o caso é grave.Precisamos avisar alguém.
- Não, ela só disse que se chamava Cecília e apagou.
Meses depois...
- Se ela não acordar até amanhã teremos que desligar a aparelhagem.
- Não.Disseram Binho e Francine em uníssono. Eles haviam procurado pelo nome de Cecília, mas não haviam encontrado nada. Saíram apressados do consultório do médico, tinham que descobrir alguma coisa,para que pelo menos um enterro digno a garota pudesse ter, e não ser enterrada como indigente.
- O que faremos? Perguntou Binho apreensivo.
- Acho que tive uma ideia.
- Então fala logo.
- Lembra aquele bombeiro que salvou a garota?
- Sim, o que tem ele?
- Ele deixou o telefone dele comigo.
- Continuo sem entender.
- Vamos ligar e ver se ele consegue alguma coisa.
- Pode ser uma opção.
Binho pegou o celular no bolso e discou o número que a menina lhe entregara, anotado em um papel qualquer.No segundo toque alguém atendeu, era um telefone particular já que foi dito apenas alô.
- Por favor o soldado Braga.
- Ô Viniiiiicius. Telefone.
Alguns minutos depois a linha foi preenchida com a voz do soldado.
- Alô.
- Soldado Braga?
- Sim.
- Lembra que você me deixou seu telefone?
- Deixo meu telefone com muitas pessoas.
-Lembra da garota que você resgatou nas montanhas, no meio do mato.Aquela que se chamava Cecília.
- A sim, agora me lembro e o Binho quem fala, não é?
- É sim.
-O que houve?
- E que ela ainda não acordou do coma e o médico disse que vai desligar a aparelhagem amanhã, queríamos tentar encontrar a família para avisar, mas já tentamos de tudo.Precisamos de ajuda.
- Porque não ligaram antes? Isso é bem fácil de resolver.Com a digital dela encontraremos.
Não foi difícil encontrar os dados de Cecília no sistema, mas eles não foram de muita ajuda já que se tratava de alguém que era sozinha no mundo. Mas pelo menos descobriram que seu nome era Maria Cecília Diniz e que ela tinha 20 anos de idade. Teria um nome e uma data de nascimento em sua lápide.
No dia seguinte os três foram até o hospital para entregar os dados ao médico.Quando chegaram o médico já se preparava para desligar a aparelhagem . Vocês gostariam de acompanhar?
- Sim.
-Por aqui.
- Doutor, não tem como reverter isso? Quer dizer não desligar os aparelhos?Perguntou Francine.
- Se ela tivesse família, a família poderia contestar, mas como ela não tem e vocês são menores de idade, não tem como.
- Mas eu posso fazer isso.Disse o soldado ao mesmo tempo que entravam no quarto.
- Sim poderia, se tivesse se adiantado.Agora é tarde.Me desculpem eu apenas sigo ordens, e essa moça não vai acordar...
- Nos dê um minuto doutor.Pediu Vinicius.
- Só um minuto. Disse o médico e saiu.
- Por que você não acorda Cecília, será que você pode me ouvir?Será que você não entende que se não acordar hoje, vai morrer?
Vinicius não se conformava que uma garota tão jovem e bonita pudesse morrer dessa maneira.Ele também era jovem, tinha 26 anos, mas ela era quase uma criança. Tocou a mão de Cecília e entrelaçou os dedos os dela.
- O que é isso?Disse ele.
- Isso o que soldado?
- Ela apertou meus dedos.
Francine abriu a porta e disse o acontecido ao médico que se aproximou.
- Pode ter sido apenas um espasmo.Disse ao mesmo tempo que analisava as pupilas de Cecília.Ela apertou novamente a mão de Vinicius que ainda segurava a sua . Então abriu os olhos.Olhou diretamente para ele e disse:
- Obrigada . Você salvou minha vida.
Ao ouvir a voz da garota, Francine e Binho se aproximaram felizes.
- Isso é incrível disse o médico.
------------------------------------------------------Galera linda, lembrando que as palavras de preconceito para com os homossexuais nesse capítulo são palavras do Dilan que apesar de ser um personagem criado por mim, não expressa a minha opinião particular ok. Gente me deem respostas, tenho medo de estar escrevendo algo que vai deixar o meu público chateado . Não quero ofender ninguém, só quero criar o meu personagem meio maluco, o mais próximo da perfeição possível, mas se as frases dele forem ofensivas não as colocarei mais nos capítulos, o que ocasionara em um.personagem incompleto, pois essa também é uma característica do Dilan.E eu não pretendo mudar o que já escrevi, mas vamos tentar escrever uma coisa saudável que traga alegria ler, apesar da história pesada.Lembrando que eu não faço nenhum tipo de apologia ao preconceito aqui tá, abomino essa prática e acho que precisamos no mínimo ter respeito pelos outros. Bjocas para todos.Eu amo vocês.

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