Capítulo 12 - Noite "Feliz"

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A ceia de Natal, pela tradição, é servida à meia-noite, mas Samanta explicou que todo ano muda o horário por causa de Luíza. Então bem antes disso eu já estava me arrumando para a ocasião.

Devido a falta de vestidos, eu teria que procurar outro modelito para usar. Abri o guarda-roupa e passei vários minutos ali, olhando aquelas peças, provavelmente esperando que elas se manifestassem, eu sempre fui muito indecisa no quesito escolher-roupa-para-festa. Mas depois de muita luta, tirei do armário uma saia cintura alta e um cropped. Parecia simples, mas depois do salto e da maquiagem, até que fiquei elegante.

Desci para ver como andavam as coisas lá embaixo e a mesa já estava sendo posta. Tinha uma moça morena na sala conversando com Samanta, ela era um pouco mais velha que eu e seus cabelos cabelos crespos e cacheados chamavam atenção por serem bastante volumosos. Eu me aproximei.

- Oi, Helena. Você está linda! - Samanta exclamou.

- Obrigada.

- Ah, quero te apresentar Glória. Ela vai ficar nos ajudando hoje e amanhã, já que Ana vai pra casa.

- Prazer, Glória. Seja bem-vinda.

- Obrigada - a moça agradeceu, sorrindo.

- Onde está a Ana? - indaguei.

- Acho que na cozinha com Lu.

- Preciso falar com ela. Com licença!

Fui na cozinha e arrastei Ana e Lu até meu quarto para entregar-lhes seus presentes e me ajudar a levar os das outras. Aparentemente eu acertei nas escolhas, pois elas disseram amar as coisas que ganharam.

- Vamos poder jogar quando, Leninha? - Lu perguntou, com um sorriso no rosto.

- Quando você quiser. E pode chamar a Glória pra jogar também.

- Eu prefiro Ana, mas tudo bem.

- Sábado estou de volta, Lu - Ana explicou.

- Todas vocês vão embora? - indaguei.

- Sou a única que volta amanhã e só pra fazer o almoço - Rita falou. - Tô precisando de dinheiro extra, querida. Ah, brigada pela blusa, vou usar hoje.

- Que bom que gostou - falei.

- Amanhã faço a comida que você quiser, é só falar - Rita era a senhora mais legal do mundo.

- Melhor presente ever.

Elas saíram algum tempo depois e eu fiquei jogando na sala com Lu e Glória. Mas não demorou muito até Samanta nos chamar para o jantar.

Luíza não se apegou muito à Glória, apesar de a garota se mostrar bastante prestativa, mas eu insisti para que ela sentasse junto à nós na mesa. A moça não quis aceitar, mas Samanta também pediu e ela teve que dar o braço a torcer.

Em geral, todos pareciam contentes durante a ceia, exceto Marcos, que estava calado, mal tocando na comida e com o olhar longe. Ele apenas bebia, bastante. Segundo as informações que eu havia colhido mais cedo na cozinha, ele estava tendo problemas relacionados às empresas de suco de laranja que possuía. Eu nem sabia que ele era dono de alguma coisa, para começo de conversa. Por esse motivo, Marcos passou o dia todo nervoso, andando de um lado para o outro, fazendo ligações e o diabo a quatro.

O problema devia ser bem sério, já que ele não conseguia nem ao menos disfarçar sua insatisfação. Até mesmo eu, que nunca era extrovertida com eles, estava conversando normalmente na mesa, enquanto ele não dava nem um pio.

Esse estado de Marcos estava começando a interferir no clima à sua volta, pois Samanta já parecia levemente aflita. Ele continuou bebendo uma taça de vinho atrás da outra e o jantar seguiu.

O Verão de HELENAOnde histórias criam vida. Descubra agora