Capítulo 22

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N/A: Boas Leituras!!! :D

-Eveline? Keaton?- o seu tom de voz mostrava surpresa. De certo que não nos esperava ver e, muito menos, que soubéssemos que estava vivo.

-Vais deixar-nos entrar ou é preciso pedir por favor?- perguntei secamente e de lágrimas a escorrer pela cara. Deu-nos passagem para entrar e assim o fizemos. Mal olhei para ele. Dirigi-me para a sala, seguida deles.

-Parece que continuas a manter a liderança como quando eras pequena.- tentou manter a conversa enquanto nos sentávamos.

-Há coisas que nunca desaparecem, mesmo que passem anos. E agora, indo muito direta ao assunto, pois não viemos aqui para estar com rodeios, por que é que furjaste a tua morte? Porquê? Por que mentiste? O que te levou a fazer isto tudo? Sabes a dor que nos causaste? A nós, à mãe e a toda à tua família? Gastámos lágrimas naquele funeral para, afinal, ser tudo em vão. Em vão por uma mentira. 

-Eu tenho plena consciência disso. Mas, naquela altura, estávamos a passar por uma fase complicada em termos financeiros devido ao contabilista da empresa que nos fez desfalques. Bastantes, até, e isso afetou-nos à grande. Quando fui para a guerra vi uma ótima oportunidade para vos poder salvar. Ao fingir que morri, a minha apólice de seguro ia toda para vocês e não se precisavam de preocupar com nada.- justificou-se. Como? 

-Desculpa?- agora era a vez de o meu irmão falar e de ficar incrédulo, tal como eu.- Como é que tu foste capaz de nos fazer uma coisa dessas só por causa do dinheiro? Tens noção de que preferíamos ter-te vivo e com a empresa falida do que morto e bem em termos financeiros? Espero que tenhas, porque a sério, isso é imperdoável! Tudo bem que querias que tivéssemos tudo, mas ter um pai ao nosso lado é muito mais importante!

-É que não tens noção do quanto nós sofremos.- acrescentei.

-Acreditem que tenho noção de tudo isso, principalmente da parte do sofrimento, porque eu também sofri bastante.- havia algo nestas palavras que não me faziam acreditar nele e não sei bem o quê, mas hei de de descobrir.

-Sabes o que nós sofremos? É que não parece.- disse ironicamente.- Se soubesses, tinhas voltado, tinhas explicado tudo à mãe e ao mano. Mas claro, já sei que é-me muito complicado entender isso, mesmo com a idade que tenho e que as coisas não se processam de tal forma e blá, blá, blá!- afirmei, tentando antecipar o que o meu pai ia dizer.- Foram duros os primeiros anos. Sem ter-te connosco nos aniversários, na Páscoa, no Natal...- ao pronunciar Natal, lembrei-me de que não montámos a árvore no início do mês e que nem prendas tinha.- Por falar nisso, temos de montar a árvore e de ir comprar os presentes. E peço desculpa por este aparte despropositado. E mais ainda! Não tiveste presente no meu primeiro dia de escola quando entrei para o primeiro ano, nas minhas festas da escola, quando o Keaton se tornou finalista no 12º, nada! Foi sempre a mãe! Naquela altura custava-me tanto ver os outros meninos muito felizes com os pais, vê-los a irem de carro depois da escola com eles e saber que nunca poderia presenciar isso na minha vida! E agora, que sei que estás vivo, que tudo não passou de uma farsa, não te vou perdoar por isso!- disse fora de mim, enervadíssima. 

-Essas datas e esses momentos...quis tanto passá-los convosco que não imaginam. Ainda me lembro de quando te ajudava, Eveline, a pôr a estrela no topo da árvore. Sofri bastante com a minha escolha.

-Pois, mas deixaste de ajudar. Foi o Keaton que tomou o teu lugar, o lugar que devia de ser ocupado por ti. Foi ele que sempre me ajudou, assim como a mãe. A pessoa que sou hoje, devo-lhes inteiramente. No entanto, não parece que sofreste. Retomaste a tua vida, se calhar num país bem longe daqui. Austrália? Nova Zelândia? Algum país da Europa ou da Ásia?- tentei adivinhar.

War Fighters- Temporada 2Onde histórias criam vida. Descubra agora