Prólogo.

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Bom, acho que quem está aqui, veio saber de uma história, não é? Minha história de amor. Não é isso? Amor?

É, e eu vou contar, só que beeem lá do início. Mas, primeiro, vocês precisam saber quem eu sou.

Meu nome é Julia Ferreira Ribeiro Becker II, ou simplesmente Júlia. O porquê do meu nome é apenas a falta de ideia da minha mãe, que passou o nome dela de casada exatamente igual para mim, mas não posso dizer exatamente que odeio, Júlia II (pra quem não sabe lê-se "Júlia Segunda") soa mesmo como princesa, e apesar de tudo, gosto disso. Sou relativamente alta, loira e a cópia da minha mãe, exceto pelo nariz, os olhos pequenos e o sorriso sedutor do meu pai. Eles dois fizeram uma bela mistura e nasceu essa maravilha que vos fala.

Não tenho esse status todo, mas sei que tem gente aí que me conhece. Sou apenas mais uma dessas meninas loiras que já nasceram ricas, mas a diferença é que eu sou le(sbica)gal. Pareço metida e sou, mas se você me conhece percebe que eu tenho várias outras qualidades, e, por elas, vale a pena aguentar a minha chatice. Mas se por um acaso você não gostou de mim, foda-se você e a sua opinião.

"Começa assim, a mina se achando, quando você vê, ela é uma vadia, além de patricinha."

Não.

Ér, não no meu caso.

Meu pai, Ângelo Becker, era um delegado (dizem que era bom no que fazia), mas deixou isso de lado pra virar político, antes do meu nascimento. Daí ele foi vice-governador, deputado estadual, e duas vezes deputado federal, até dar um infarto, e morrer, eu tinha 14 anos, pensa. Só estou aqui hoje por todo o apoio que recebi e por uma das primordiais lições que ele me deixou, que foi: "nunca baixe a cabeça, mantenha-se confiante. O que mais você vai enfrentar são pessoas e situações prontas pra te derrubar, você precisa ser forte, e levantar se vier a cair. Não se permita continuar no chão nunca, você é uma Becker." Palavras que ele sempre me dizia, e que hoje me mantém forte quando eu passo por algo difícil.

Não sei se ele era um político ladrão e não quero entrar nisso, porque é meu pai, então é um exemplo pra mim, e gosto de ter boas lembranças dele, era meu ídolo, sabe? Ele sempre foi uma pessoa que gostava de ostentar, mas a minha mãe me criou como uma menina simples, mesmo cercada de luxo. Porque ela era uma menina simples, e a pessoa mais honesta que já vi na vida. Eu nunca desmereci ninguém, aprendi cedo que cada um tem seu valor, não importa seu trabalho nem sua conta bancária. Sim, eu enfrentei gente interesseira na vida, e não foi pouca.

Mas tinha uma época em que nada disso importava. É onde eu quero começar minha história, na pré-escola. Existem seres mais puros que crianças?

~Flashback On~

Estava chateada, não queria ir à escolinha. Lá é chato, eu fui com meus pais e não tinha ninguém, só uma área gigante pela qual eu só fiquei passeando e uma tia que ficou falando como ia ser legal e como eu ia fazer amiguinhos e aprender coisas. Não queria sair da outra escolinha, lá era ótimo e a professora me adorava, só vivia no colo dela, sendo secretamente sua preferida. Ela tinha olhos cor de piscina, era nova e bonita como a Bela Adormecida.

Não sei se voltaria a vê-la. E isso não me agradava nada.

Qual é, eu só tinha 5 anos, tinha essa necessidade de trocar de escolinha?

Mas como ninguém ouve a criança, lá fui eu naquele uniforme ridículo, saia amarela, camiseta branca e marias-chiquinhas no cabelo. Só Deus sabe o quanto eu odiava que a minha mãe fizesse aquilo no meu cabelo.

Na verdade, eu fazia questão de deixar isso bem claro, pedindo com todos os artifícios possíveis que ela não fizesse, mas, como eu já disse, ninguém ouve a criança. Fui guiada pela minha mãe até a sala, abraçando meu Mickey de pelúcia, ele era meu único amigo mesmo.

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