____ Olha, ajudar eu ajudo. Mas não sei como! - ela caminhava de um lado para o outro enquanto falava – Primeiro, porque não temos dinheiro para viajar para Chicago. Segundo, porque ninguém vai acreditar em você!
___ Mas ,você não acreditou? - perguntei estreitando os olhos. Já que eu tinha feito ela me reconhecer, poderia fazer outras pessoas também.
___ Sim, mas eu não acreditei em você apenas por causa do twitter. Eu conheço o meu irmão, e você é bem ... Bem, diferente dele.
___ Entendi ... - balancei a cabeça positivamente – Me conte mais sobre o meu novo "Eu", por assim dizer ... - puxei um banquinho que estava ao lado do espelho e me sentei apoiando o cotovelo no joelho.
___ Tá. Você se chama Rafael da Silva, tem 18 anos de idade e estuda no 3º ano do segundo grau, em uma escola pública. Ama surfar com os amigos e cantar em rodas de pagode ...
Enquanto ela falava , eu prestava atenção seriamente em todos os detalhes, tentando não mostrar o quão surpreso e espantado estava com tudo aquilo. Praia? Pagode? Eu não era acostumado a tomar sol, principalmente surfar! Eu não sabia nem nadar!
___ Ele era fã do Fall out boy , chegava até a te imitar em algumas horas ... - continuou ela rindo – Queria ser você. - ela pegou uma blusa branca no guarda-roupa e jogou em mim. - Veste isso, é seu uniforme. Te vejo na sala, já estamos atrasados para escola.
***
Vesti a blusa de uniforme e peguei a mochila que estava pendurada na cama (devia ser a minha), e saí. A sala era pequena com uma cozinha acoplada, e Laura comia um pedaço de pão enquanto tomava rapidamente um pouco de café em um copo de extrato de tomate.
___ Quer um pão? - ofereceu ela sorrindo.
___ Mmm... Não, obrigado. - falei ajeitando a mochila nas costas e caminhando até a porta reparando no local.
___ Tudo bem, senhor metido! - ela riu e correu até mim apertando minha bochecha – Você está no "corpo" do meu irmão, mas eu sempre quis fazer isso!
Ri sentindo meu rosto esquentar e olhei para baixo, provavelmente tinha corado. Quando ergui o rosto novamente, ela já estava a metros de distância.
___ Tranca a porta, "maninho"! E vem, logo se não a gente perde o Busão!
___ Busão? - perguntei enquanto tentava trancar rapidamente a porta, mas a chave tinha emperrado na fechadura. - Não quer fechar! - gritei puxando a porta enquanto tentava girar a chave, sem sucesso.
___ O ônibus, garoto! Empurra e puxa a porta ,que vai!
Fiz o que ela falou e finalmente , consegui trancar a porta. Corri até ela , e olhei os dois lados da rua vendo se algum ônibus vinha. O sol estava tão forte que eu não conseguia nem abrir os olhos , e não tinha nem uns óculos para ajudar.
___ É ônibus escolar? - perguntei a olhando, colocando a mão à frente dos olhos para tampar um pouco o sol.
___ Não ... É normal, escolar é pra rico. - ela riu e me empurrou levemente esticando a mão para a estrada , fazendo sinal para o ônibus que vinha.
O veículo parou e ela subiu, subi logo atrás dela. Estava lotado, demorei para alcançá-la e parar perto da porta de saída.
"My anaconda don't, my anaconda don't!"
Uma moça ouvia logo ao meu lado e eu virei o rosto a olhando. Ela usava um shot curtíssimo e dançava se esfregando no apoio do banco do ônibus, enquanto cantava.
___ Mais anaconda donti, mais anaconda donti. Mais abaconta donti ones adiuechi goti botis. - cantava ela em um "inglês próprio" e me segurei para não rir.
Olhei para Laura do meu outro lado e mexi a boca como se falasse " My goodness!" , e ela riu batendo a mão no ar, que alias estava tão abafado que eu não conseguia respirar.
Quando finalmente o ônibus parou, desci pisando errado quase caindo de cara no chão. Com tantos solavancos durante a viajem, tudo ao meu redor girava.
Senti que Laura segurava meus ombros e a olhei.
___ Isso é todos os dias, não é? - falei rindo.
___ Sim, meu querido. Todos os dias ...
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Próximo capítulo dia 26 de Dezembro
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Espero vocês. ;)
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Você não é o Patrick Stump!
FanfictionViver uma vida totalmente diferente da sua , não é nada fácil ! Principalmente quando pensam que você é maluco ... De um lugar tipicamente frio para o calor de 40 graus. De Chicago para o Brasil. E o pior de tudo é ouvir várias vezes a frase : "Voc...