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Talvez seja assim que o destino traçou as nossas vidas, talvez lutar pela vida não tenha mais qualquer sentido já que no final de tudo a morte nos leva, e por aí se deixará o legado que construímos enquanto vivos, seja ele bom ou mau, seja ele de boa ou de má fé una coisa na vida é certa, iremos embora deste mundo e talvez mergulhar em outras galáxias, em outros paradoxos temporais para uma vida nova construirmos.

Nenhum pai ou mãe deveria enterrar seu filho.

Era dia do funeral da Teresa, e para um dia triste como aquele o sol escaldante da Cidade de Luanda raiava pela cidade. Os pássaros cantarolavam na sua mais sublime inocência, a música em nada ajudava pois só fazia lembrar o quanto Teresa amava pássaros. Todos os presentes choravam e até mesmo vi pessoas que sequer falavam com Teresa chorando sobre seu caixão. Ironia, não é?

-Preciso falar com você - disse a Abigail ao aproximar-se de mim.

Fomos até a cobertura da sombra de uma árvore e ela diz:

-Teresa nos últimos tem estado muito amiga de Vanessa, você não achou isso estranho?

Antes de responder a essa pergunta eu mesmo já havia notado tanta intimidade entre elas mas julguei ser algo normal, mas se até à Abby tomou aquilo como estranho é porque alguma coisa ali não estava bem.

-Sinceramente, eu notei sim, mas que elas simplesmente falavam de coisas de mulheres nunca cheguei a tomar essa criação de laços como suspeitas. - digo

-És homem é normal não notares muitas coisas. - diz ela

-Também tenho sentimentos. - digo.

Abigail depois olha de relance para mim e diz:

-Sabias que a Vanessa foi agredida durante o tempo em que tu estavas de viagem?

Mais uma pergunta sugestiva de desconfiança e que não me deixou nada confortável porque a Vanessa me disse que alguém havia tentado assaltá-la e acabaram por bater nela. Fiquei calmo e respondi:

-Sim sei, ela disse que foi resultado de um assalto que correu mal.

-Mentira Du. - diz ela.

-Como assim? - pergunto indignado.

-Nesse dia eu estava com ela e depois de nos despedir-mo-nos ela entrou numa ruela e eu segui ela até lá sem que ela percebesse, não sei porquê mas resolvi seguir ela, e aí vi ela conversando com Teresa, no momento não achei nada de anormal mas depois vi dois carros pretos pararem em frente delas, e aí veio o cenário mais intrigante… do carro desceu o Júlio Barradas com alguns dos seus guarda-costas e chegaram logo batendo na Vanessa. E aí ela gritou com o Júlio e aí ele deu um soco no estômago dela e ela sucumbiu aos pés dele e ele deu mais três pontapés no estômago dela e a partir daí eles foram embora, mas saiu novinha em folha de lá e aí ela implorou para que Teresa e eu não te contar nada. - diz ela.

Fiquei sem palavras depois do que acabara de ouvir foi um balde de água fria para mim, sempre pensei que conhecia a Vanessa como a palma da minha mão e aquilo desencadeou em mim algo que já há um bom tenho estado a notar: a Vanessa escondia coisas de mim.

-Obrigado Abigail. - digo.

-Sei que não deveria mas apenas acho que deverias saber.

Abigail foi embora e eu mergulhei num turbilhão de pensamentos cujas perguntas necessitavam de respostas. Durante esse tempo todo sempre acreditei conhecer ela muito bem mas nos últimos tempos, ela tem mudado tem estado instável e pouco esclarecedora, aquilo eu já havia notado porém deixei para lá, mas agora… era hora de pedir justificações, embora já não fôssemos mais namorados era hora de pressioná-lá porque a forma com que ela acabou comigo foi estranho e sem lógica alguma e na “Primeira Vez” não me pareceu a primeira dela o que significou uma certa queda de confiança.

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