3 - Dores.

276 78 65
                                    


Hoje Camilla não está bem, ela se cansou de sofrer abusos e quando Simon ia abusar dela pela milésima vez, ela defere um chute no meio de suas bolas chorando e ele se ajoelha no chão e a xinga de desgraçada mandou Rodrigo e Augusto bater nela e eles fazem isso tento defendê-la, mas eles me batem e mandam-me ficar no meu canto, depois que Simon consegue se levantar ainda com dificuldade para andar, ele chuta a barriga dela umas duas vezes e ela se contorce colocando as mãos na barriga, Camilla começa a tossir descontroladamente enquanto chora e eu ia saindo do meu lugar em lágrimas para ajudá-la, mas Simon me vê chegando perto e bradou que chegou a ecoa pelo quarto e até mesmo me assustar de eu pensar, que irei morrer hoje:

— Fique no seu lugar!

Eu paraliso abaixo minha cabeça e observo o chão que eu e ela aviamos limpado no dia anterior, ele suspirou rangendo os dentes e diz para Camilla:

— Camilla, isso é para você aprender sua garota idiota. Não se deve brincar comigo, idiota.

E assim ele sai do quarto nos deixando sozinhas, eu corro para socorrer Camilla ela esta toda roxa principalmente seu olho esquerdo, seu corpo além de roxo tem feridas não muito profundas, mas que estão sagrando por terem sido abertas ou não está cicatrizando há dias, a sua boca esta vermelha e ao mesmo tempo inchada, ela continua a tossir sem parar. Passo minha mão pelas suas costas para ver se alivia as tossidas e aliviou por um momento, porém a dor que ela está sentindo não há como aliviar, Camilla olhou em meus olhos e logo em seguida voltou a chorar e assim não parou mais, de vem em quando ouvi a tossir, mas, mesmo assim, ela não parou de chorar continuou até finalmente dormir e eu peguei no sono antes mesmo de ouvi-la parar de chorar.

Acordo sentindo dor no rosto e em algumas partes do meu corpo lembrei-me o que tinha acontecido na noite anterior comigo e com minha amiga, olho para Camilla ela está mais longe de mim e continua a dormir ainda contorcida tento chegar perto dela, mas as correntes chegam ao limite me deixando um pouco longe dela, eu não consigo nem ao menos tocá-la então a chamo numa voz calma e baixa:

— Camilla?

Ela não responde então repito no mesmo tom baixo:

— Camilla acorda!

Acho estranho ela nem se quer se mexer talvez ela esteja com raiva de mim por eu não ter feito nada para ajuda-la ou com raiva do que aconteceu com ela, e não quer papo agora. Espero alguns minutos, porém percebo que tem algo de errado com ela, estico meus brancos sentindo cada nervo doer e consigo tocar sua blusa, suspiro e tento novamente e dessa vez consigo puxar sua blusa e saio arrastando-a até a mim eu a viro, ela está muito mais pálida do que o normal e muito gelada sua boca está meio azulada, ela não está respirando tento ver sua pulsação no lado do pescoço, eu ia tentar fazer uma Reanimação Cardiorrespiratória, da mesma forma que se fazem nas séries que eu já vi acontecer, no entanto, acho que é tarde de mais e também eu não sei fazer tal procedimento corretamente, pois nunca precisei, como agora. Eu coloco minha cabeça em seu peito com esperança de ouvir a qualquer momento seu coração bater por mais fraco que poderá estar lágrimas já começaram a brotar em meus olhos, ameaçando a cair a qualquer momento eu digo baixo para ela, achando que aquilo era uma brincadeira, mas meu consciente sabe que não é:

— Camilla, por favor, acorda.

Eu a achocalho e repito já em lágrimas:

— Camilla vai, por favor, acorda. Não me deixa aqui sozinha.

Cubro a boca com as mãos e solto um grito abafado, eu queria gritar muito alto, gritar para o mundo me ouvir para as pessoas sentirem o que eu estou sentindo agora, a dor de perder alguém mais importante que a si mesmo, mas não posso gritar simplesmente não posso. As lágrimas já desceram pelo rosto minhas bochechas estão quentes e molhadas, muito molhadas.

Uma Vida - Inacabada (versão antiga)Onde histórias criam vida. Descubra agora