Capítulo Único

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Primeira noite

Acordo de manhã após um sonho aterrorizante. Neste sonho eu estava em uma cidade esquisita, cheia de prédios cinzentos e estranhos e a minha volta varias pessoas dormiam de pé, sentados, deitados em sofás, etc.

Eu vestia uma roupa que lembrava a das princesas da Disney, ela era toda verde claro e com mangas compridas, ele era justo em minha cintura - que por sinal era bem mais fina do que na vida real - tinha uma saia rodada e cheia de anáguas por baixo.

Lembro-me de ir ate uma janela próxima e descobrir que eu estava em um prédio e eu parecia estar no quinto ou sexto andar e, ao olhar pra baixo, vi uma pessoa (que não pude identificar se era homem ou mulher) usando uma roupa futurística preta e com uma linha de um vermelho sangue na lateral largando uma arma que eu não pude ver qual era e sacando uma katana para lutar contra um monstro sorridente, que parecia debochar da cara dessa pessoa.

Após isso, eu me afastei da janela e fui procurar um espelho para ver como eu estava e, quando achei, não me vi refletida nele. Olhei para trás e para o espelho e descobri que as pessoas que dormiam também não estavam refletidas nele. Foi ai que eu olhei para trás novamente e vi. Um dos monstros sorridentes "olhava" pra mim do lado de fora do ambiente - mas não tive certeza, afinal ele não tinha olhos - e quando ele percebe que eu também o vi, ele corre em minha direção.

Eu acordei assustada, percebo que ainda são 05h30min da manha e isso quer dizer que ainda não era hora de eu acordar, pois ainda tinha 30 minutos de sono. Olho para o lado e vejo meu marido olhando preocupado para mim:

- O que houve? - pergunta Rick

- Não é nada querido - respondo - mas por que você me acordou?

- Você estava gritando querida, o que aconteceu?

- Tive um sonho ruim, foi só isso.

Levanto-me e vou tomar um banho pra relaxar. Eu estava grávida de oito meses e, em breve, minha filha nasceria e minha vida estaria completa. Eu sempre quis ser mãe e dar ao meu filho tudo o que eu não tive quando era criança.

A minha infância foi terrível. Minha mãe morreu no meu parto e eu vivi com meu pai alcoólatra que me batia e me obrigava a trabalhar pra sustentar suas bebedeiras até os 10 anos. Foi quando eu fugi de casa. Vivi nas ruas por três anos, quando eu conheci um homem que me tirou das ruas, me ajudou e cuidou de mim por dois anos. Ele era muito bom comigo, até que...

O celular toca me tirando das minhas lembranças. Saio do box do meu banheiro e olho para a tela do meu celular, é a minha chefe. O que será que ela queria tão cedo? Atendo o telefone:

- Dra. Amanda?

- Oh, Valquíria, que bom que você esta aí - ela parece preocupada - aconteceu uma tragédia.

- O que houve?

- O Alberto - ela faz uma pausa - ele está com aquela doença nova, como é o nome mesmo? Síndrome...

- Síndrome da Aurora...

- Sim, preciso de você agora.

- Mas agora? - pergunto, procurando um relógio.

- Sim, agora! Já está em cima do seu horário, espero que você esteja já esteja perto.

Olho para o despertador, perdi tempo demais no banho. Eu estava com duas horas de atraso, em casa, recém-saída do banho e enrolada em uma toalha. Só havia uma coisa a dizer, fecho os olhos e respiro fundo:

- Sim, eu já estou chegando.

Chego ao escritório muito atrasada, todos estão muito nervosos. Dr. Alberto era sócio da Dra Amanda no escritório de advocacia, e havia quem falasse que eles tinham um caso. Fui direto pra minha sala guardar minhas coisas, ate que recebo uma ligação:

A Realidade dos SonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora