Sereno

Prólogo

   Ametista corria em direção ao palácio com um sorriso no rosto. Algo a dizia que o dia seria ótimo. Ela chega ofegante tocando os pés descalços no chão de mármore gelado e deixando seu longo e esvoaçante vestido verde se arrastar pelo chão tentando passar pela cozinha despercebida o que era uma tarefa impossível já que (1) ela estava entrando como uma ladra pela entrada de funcionários (2) tinham milhares de pessoas trabalhando na cozinha (3) ela é uma fada.   

   Depois de atrair os olhares curiosos de pelo menos 50 pessoas ela finalmente consegue chegar ao corredor do quarto de Henri. Seus pés gelados faziam um som seco ao tocar ao chão enquanto ela corria até o fim corredor e entra de uma vez no quarto, assustando o príncipe que escrevia em sua escrivaninha.

_Ames... _Ele da um sorriso olhando ela da cabeça aos pés. _Está deslumbrante. _ Diz se aproximando e a dando um beijo.

Ela não entendia como ele podia acha-la deslumbrante todos os dias sendo que estava sempre igual, mesmo vestido, mesmo cabelo tocando os ombros, mesma pele branca e mesmas bochechas coradas.

Ele não compreendia como era capaz de amar tanto alguém, amar tanto uma fada, uma criatura que ele nem acreditava na existência.

_Obrigada... _Ametista sussurra olhando sorrindo para os olhos de Henri e tocando seu rosto de leve com as mãos. _Eu te amo...

_Eu te amo mais do que pensei que fosse capaz de amar alguém, você é a pessoa mais especial do mundo. _ Henri sussurra e toca de leve a caixinha em seu bolso com a mão que não estava na cintura de Ametista.

Em breve ela seria sua princesa, a pessoa que ele mais amava finalmente seria sua se dissesse um "sim" se aceitasse passar o resto da vida ao seu lado.

_Ames... Tenho que te dizer uma coisa... _ Henri murmura mais nervoso que em toda a sua vida.

_Pode falar... _Ametista sussurra com aquela sua voz melodiosa como uma canção.

_Eu pretendia fazer desse momento algo grandioso, para provar o quanto te amo, o quanto desejo isso mais do que tudo, mas te conheço, você gosta da calma, do sossego, de tirar um momento para ouvir o som da água corrente ou do vento sussurrando ao pé do ouvido coisas que só você pode entender... _ Ele se ajoelha e ela tapa a boca com a mão, com certeza não espera por aquilo, nem em 1 000 000 de anos. _Eu te amo Ametista, quero passar o resto dos meus dias ao seu lado, por favor, estou implorando, me de a honra de ter sua mão em casamento.

_Henri... _ Ela chorava, não entendia o porquê, nunca tinha sido tão feliz numa tinha experimentado um momento como aquele. _Claro que aceito... _ Foi o máximo que conseguiu falar. Claro que queria fazer uma declaração, dizer que o amava tanto que até doía, mas não, pois em pouco tempo eles já estavam juntos, emaranhados na cama como nunca tinham estado e agora ela tinha um anel no dedo.

***1 mês depois***

Ametista estava morando no palácio, dormindo todas as noites ao lado de Henri e tinha cada vez mais certeza que o amava. Ela sempre se pegava observando o anel de noivado, tinha uma ametista, pedra que levava seu nome, tão escura que o roxo poderia ser facilmente confundido com preto.

Mas agora ela tinha algo pra falar, algo que a assustava e com certeza estava a matando por dentro.

A garota caminha assustada como nunca pelos corredores, tentando a todo custo equilibrar a coroa que tinha que usar desde semana passada _seu casamento_ e ao mesmo tempo se equilibrar sobre os saltos enormes que haviam lhe entregado.

Ametista bate na porta do escritório de Henri três vezes e ele a abre com um sorriso.

_Ames... _ Ele sussurra sorrindo como sempre. _Esta deslumbrante.