Domador

Capítulo único.

A dor latejante em minha cabeça só aumentava a cada segundo,senti que a qualquer momento ela fosse explodir pela forma abrangente como a dor corroía por mim.
Meu corpo estava mole,mas assim que ergui meu braço para colocar a mão em minha testa,a dor veio diligentemente por todos os meus ossos.
Desatei um grito doloroso quando alguém tocou meu antebraço. Me levantei de imediato na certeza de que colocaria tudo oque comi para fora,mas antes que isso ocorresse,uma outra mão colou um lenço molhado sobre minhas costas nuas.
- Ugh... - Tentei olhar em volta,os vultos que me olhavam começaram a tomar forma. Passei a mão em meus olhos.
- Finalmente acordou. Pensei que estivesse morto... Está melhor? - Uma voz familiar indagou.
Olhei para o jovem pálido de cabelos negros diante de mim.
- Se lembra de algo? - Questionou o outro de feição amigável ao seu lado. Sacudi bruscamente a cabeça tentando me manter acordado.
- Onde estou? - Perguntei com uma confusão imensurável. Após muito esforço para me manter com as pernas equilibradas,eu olhei em volta.
Era uma espécie de sala,estava de noite,pelo oque notei na janela com brilho da lua invadindo a escuridão dos céus.
Fitei o chão e vi uma bacia com água e um pano úmido boiando na mesma.
Estudei meu corpo por um instante,eu estava sem camisa,apenas com calças largas e cinto. Analisei meus bíceps e me surpreendi com parte da pele de meu braço costurada com pontos. Notei que uma dor aguda também vinha de minhas costas.
- Não se lembra mesmo? - Questionou novamente o garoto pálido com uma expressão sériamente sombria.
Procurei algo em minha mente na qual eu deveria me lembrar,mas tudo o que encontrei foi uma nuvem escura sem sentido em minha cabeça.
Cogitei diversas vezes revirando e revirando,mas não havia nada... Assinalei negativamente com a cabeça,encrespando o cenho.
- Como eles fazem isso? Ele parece um morto! Tenho pena dos outros Domadores que tiveram suas mentes apagadas... - Comentou uma garota de pele notavelmente parda,ao seu lado estava outra com o cenho assustado,na qual eu não havia notado que estavam ali. Domadores? Oquê raios era isso?
- Tome...vai melhorar... - Um homem,provavelmente o mais velho entre todos ali,me ofereceu um copo com um líquido amarelado dentro.
Franzi a testa.
- É uísque... - Garantiu. Peguei o copo mesmo sem entender e bebi com uma golada só,o líquido desceu rasgando em minha garganta,mas ao menos aliviou a cede insaciável em mim.
A tontura começou a me deixar,o que me possibilitou de manter os olhos abertos.
- Onde estou? - Indaguei novamente.
O homem suspirou,eu lhe devolvi o copo e coloquei as mãos na cintura esperando uma resposta.
- Você está em minha casa... passou por momentos difíceis quando voltou para cá... estava ferido...ficou três dias desacordado,Deus do céu pensei que fosse morrer garoto! Que idéia foi essa de sair sozinho para lutar contra Warm-Blooded?! Perdeu o juízo? Eu deveria ter imaginado que isso fosse ocorrer... - Tentou explicar.
Voltei pra cá? Eu estava ferido? Warm-blooded? Mas do que diabos ele estava falando?
A confusão era notável em meu rosto.
- Você não lembra,não é mesmo? - Perguntou o jovem de sorriso amigável.
- Não.
- Oh céus... isso irá abalar mais ainda a Mel... - Murmurou com decepção a garota com a expressão visivelmente ingênua. Mel...
Franzi a testa confuso. Eu conhecia aquele nome de algum lugar,e meu peito correspondeu da mesma forma inteiramente cálido,parecia que meu coração batia atônitamente rápido por aquele nome...

Foi então que tudo começou a se encaixar como peças inacabáveis que agora faziam todo sentido,tudo oque ocorreu há três dias atrás veio em minha mente um turbilhão de sentimentos dentro de mim. Melissa!!

Pigarreei algumas coisas e olhei para todos eles.
- Onde ela está? - Indaguei aflito. Frank, o garoto com a expressão fria sorriu com a pergunta.
- Você se lembra? - Questionou seguro de que teria uma resposta positiva.

Mas é claro que sim!

- Onde ela está? - Balbuciei,indo em direção á porta,passando entre Anne e Catrina que sorriam eminentemente admiradas com tudo.
- Mas...como você pode lembrar? - Freddy, de forma amigável, pigarreou.