Capítulo Único

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Eles se abraçaram forte por alguns minutos, mas que pareciam segundos para ambos. Se encaixavam como peças feitas uma para a outra. Ele era quente e aconchegante para ela. Ela tinha um abraço que o fazia perder os sentidos. Era tudo agradável.

Os pensamentos da moça estavam perdidos em momentos reais e imaginados, ela estava perdida em seus desejos. Se perguntava se queria que seu destino continuasse a cruzar com o dele, se perguntava se aquela perfeição de homem continuaria tão amável por toda a eternidade. E se continuaria, ela realmente estava disposta a passar sua eternidade com alguém perfeitamente amável? Suas dúvidas continuariam em segredo para si por muitos anos, se sentia mal por desejá-lo à noite quando só, em plena insônia, e quando o tinha, desejava ficar só em companhia da falta de sono e dos pensamentos ilimitados.

Durante o longo abraço, se aprofundava em pouco mais de um ano e meio, e se questionava milhões de vezes se ela estava fazendo aquilo por ele, para mantê-lo feliz e satisfeito. Ou por si mesma, para não morrer nas mágoas, sozinha.

De qualquer forma, aquele homem resplandecia de alegria. Seus olhos brilhavam mais que as lâmpadas que mantinham aquela esquina acesa. Ele não se cansava de perguntar o que se passava pela cabeça dela, porque queria saber se a estava fazendo feliz. E ela não se cansava de esconder a verdade, pois tinha medo de ser tão sincera a ponto de parecer insensível, o que inconsequentemente a tornava insensível em muitas das vezes para ele. Apenas dizia que estava perdida em seus tantos pensamentos.

- Por que eu tenho a sensação de que nunca mais vou te ver? – O homem perguntou em meio ao abraço.

Ela afastou seu corpo do dele, dando um fim ao abraço. O encarou olhando profundamente em seus olhos, abriu um pequeno sorriso e cochichou:

- Porque você está errado – Em seguida o beijou por um longo tempo.

Ela mentiu mais uma vez.



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