Don't Tell Mom - Demi Lovato (Tradução Português/BR)

[61] Justificável

Demi's POV

"Então... Como tem sido a semana de vocês?"

Eu olhei para Wilmer, que também me olhava buscando uma resposta e ambos suspiramos.

"Foi... interessante."

Minha psicóloga assentiu, "Explique..."

"Wilmer ficou bêbado... Eu achei uma garrafa vazia de novo no lixo.... E Izzy está agindo meio estranho."

Ela assentiu e olhou para o Wilmer, que continuou quieto.

"E como tem sido as coisas entre vocês.... intimamente falando?"

Eu suspirei, "Terríveis." Dei uma olhada em Wilmer, que estava olhando para suas próprias mãos e se encolheu, fazendo com que meu olhar sobre ele intensificasse.

"Podemos ficar a sós um minuto?"

Kelly assentiu e saiu, batendo a porta por trás dela.

"Ok. O que está acontecendo?"

Wilmer estremeceu, "Nada? Eu estou bem, Demi, deixa pra lá."

Eu balancei a cabeça e peguei suas mãos, "Não desvie do assunto desse jeito Will, fale comigo."

Ele suspirou, "É só que... Eu estou envergonhado pelo fato de que é tudo eu hoje. Você não fez uma coisinha de errado para mim semana passada, sendo que eu fiz milhares para você e aqui estamos nós, na sessão de terapia, discutindo sobre o quão otário eu sou. Isso é meio que um tapa na cara."

Eu balancei a cabeça, "Wilmer pare com isso, semana que vem provavelmente serei eu, e então poderemos ser nós dois, ok? Não pense assim, eu não ligo para o que Kelly acha de você ou da nossa relação. Nós vamos trabalhar nisso. Eu te amo e vou te amar assim pelo resto da minha vida, está bem?"

Ele assentiu e se inclinou para me beijar levemente, "Eu também te amo."

Chamei Kelly de volta e ela se sentou com um sorriso, "Então, eu quero que vocês façam uma coisa para mim. Cada um de vocês vão dizer uma coisa que amam sobre o outro, e uma que não gostem muito. Pensem bastante nisso e tentem ir fundo. Wilmer primeiro, e não pense sobre os sentimentos do outro."

Wilmer suspirou e se virou para me olhar nos olhos, "Ela é.... Acho que minha coisa favorita sobre a Demi é, na verdade, uma coleção de coisas. É quando ela está assistindo o ID Channel ou um filme de terror, ou mesmo uma comédia na televisão. O jeito que os seus olhos brilham ou que ela torce o nariz quando está confusa ou bem interessada. O jeito que ela se senta ereta quando acha que descobriu a solução ou que pelo menos juntou algumas das peças do quebra-cabeça. Aí, uma vez que a cena termina, ela relaxa de novo. Outro momento é quando ela está completamente exausta e cai nos meus braços. A cabeça dela fica no meu peito em um determinado lugar onde nós simplesmente... nos encaixamos. Como se a gente tivesse achado o equilíbrio entre nós dois. Meu maior desgosto é quando ela se pune, como se nada fosse o suficiente, seja qual for o aspecto da sua vida. Com Izzy ou comigo, é como se ela nunca estivesse satisfeita. Eu dou a ela tudo o que tenho e às vezes isso ainda não é o suficiente."

Wilmer reencostou as costas na cadeira e brincava com os dedos enquanto eu piscava em choque.

"Demi? Sua vez."

Eu engoli e respirei fundo, pegando uma das mãos de Wilmer.

"Minha coisa favorita sobre Wilmer é o jeito que ele me faz sentir segura. Eu sei que posso ir para ele todas as vezes que me sentir com medo ou insegura e ele vai me abraçar e de alguma forma fazer o mundo ficar menor, para que assim eu foque nas coisas que realmente importam. Isso meio que me leva ao ponto que eu não gosto muito, que é quando ele bebe.... Eu me sinto insegura e fora de controle. Ele me faz sentir ansiosa e amedrontada quando eu tenho que esperar no meio da noite por ele, mas sei que não vou dormir de jeito nenhum a não ser que saiba que ele está em casa e seguro."

Wilmer inspirou lentamente e assentiu, "Eu entendo."

Kelly concordou, obviamente em pensamentos profundos.

"Wilmer, você acha que o medo da Demi é justificável?"

Ele levantou o olhar para ela, "Eu nunca vou subestimar nada do que ela sentir, não importa o que eu ache disso, porque isso só a fará envergonhada de seus sentimentos. Então eu acho que se ela estiver com medo, mesmo que seja de uma simples aranha, é justificável."

Kelly assentiu e olhou para mim, "Demi? O que você acha dos pensamentos de Wilmer?"

Eu sorri amargamente, "Acho que é definitivamente um alerta para mim.... Eu não fazia a mínima ideia de que ele se sentia assim."

Kelly sorriu, "Bem, aqui está seu dever de casa para a semana. Quero que vocês dois pratiquem aqueles momentos. Demi, pratique esses momentos que ele gosta, diga quando estiver com medo e deixe que ele te conforte. Wilmer, fique em casa e assista a um filme, permita que essa intimidade entre vocês dois aconteça, mesmo que estejam com raiva um do outro. Faça disso uma rotina, se não todo dia, então uma ou duas vezes na semana. Não estou dizendo que deve ser sexo, mas sim a intimidade que vocês dois precisam. Tudo bem?"

Nós dois assentimos e ela sorriu, "Eu já vi casais bem mais divididos que vocês dois, no meio de um divórcio conturbado e forçados a vir aqui pela justiça. Se estão procurando pela minha opinião profissional, vocês vão ficar bem."

*

"Então, eu estava pensando sobre a história dos votos..." Eu mordi o lábio de forma nervosa quando Wilmer ligou o carro e nós nos afastávamos do consultório da psicóloga.

"Sobre isso... Acho que vamos precisar esperar mais um pouquinho por isso, Dems. Quero ficar na linha em relação à bebida antes de te prometer que eu consigo me controlar."

Pude sentir meu coração se quebrar enquanto forçava um sorriso, "É, é meio o que eu estava pensando também."

Eu encarei a janela miseravelmente enquanto Wilmer continuava a viagem curta para casa. Estava prestes a dizê-lo que tinha achado o lugar perfeito para fazer aquilo, e agora eu me sentia estúpida.

Nós entramos na garagem e eu suspirei, saindo do carro rapidamente e entrando na casa antes que Wilmer sequer fechasse a porta do carro. Fui direto ao quarto e me encostei contra a porta trancada, suspirando profundamente enquanto eu tentava impedir que as lágrimas começassem a derramar.

"Demi?"

Eu engoli com dificuldade, "Que foi?" Minha voz era carregada e eu praguejei mentalmente enquanto ele abria a porta.

"Pode falar comigo, querida? O que foi?"

Eu suspirei e deitei na cama, ele se juntou a mim na mesma hora, tentando enxugar minhas lágrimas com uma expressão preocupada.

"O que aconteceu, nena?"

Suspirei, "Não quero adiar os votos, eu estava prestes a te contar que tinha achado um lugar para fazê-lo, mas agora você não quer mais."

Wilmer imediatamente me puxou para seu peito e afagou meus cabelos, "Demi, nada disso é verdade, eu juro. Eu queria renovar nossos votos, mas não posso fazer isso até que se passem algumas semanas porque não consigo prometer sempre ser aquela segurança para você. Dessa vez eu quero fazer direito e ser totalmente seguro disso. Está bem? Eu amo você, meu amor, não pense nada menos do que isso."

Minha cabeça caiu no centro do seu peito e eu senti seus braços se apertarem em minha volta.

"Eu também amo você."