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Eu já pensei em como iria morrer, mas não por quê estava pensando em me matar, se passou pela minha cabeça que morrer por alguém que amo em forma de sacrificio seria uma boa forma de se dar Adeus. Tipo Jesus Cristo.

Me chamo Ammy Roth e tenho 17 anos, ou como dizem, apenas 17 anos. Eu sou o tipo de pessoa que não gosto de pensar que um dia vou envelhecer e talvez com meu marido falecido ou já vegetando, não gosto de pensar que perderia as pessoas importantes para mim, pessoas que amo. Pensar em que um dia terei rugas ou todas aquelas coisas que gente velha tem e logo assim morrer, infelizmente isso faz parte da vida. Mas eu gosto de pensar que todos os dias deveriam ser eternos com os raios do sol pela manhã com a brisa nas plantações do campo e aquele cheiro de ar puro, por quê a vida é uma dádiva e eu apoio completamente a idéia de que deveria existir uma poção para tê-la eternamente. Espero que eu não pareça uma menina mimada falando assim.

Estamos no início do ano letivo e minha mãe, súbitamente decidiu que eu deveria ir morar com meu pai no Alasca, o estado mais frio dos Estados Unidos. Não vejo meu pai a uns 9 anos, não vai ser muito fácil me dar com ele como antes, mas vai ser bom, por quê finalmente vou ter uma figura paterna presente mesmo muitas vezes não fazendo tanta diferença. Eu não me dou muito bem com frio, mas fazer o quê né? É preciso.

Como não gosto de despedidas, eu fui embora sem avisar meus amigos e deixei uma carta para minha mãe entregar a eles, com um grande peso no coração eu fiz isso, mas me sentiria péssima se ficasse entre lágrimas de despedida. Minha mãe me levou até o aeroporto central da Flórida, no carro não parava de falar, parecia uma criança indo pela primeira vez a um parque aquático. Fiquei olhando pela janela pensando no quanto sentiria falta daquilo, da minha mãe tagarela, da brisa do interior onde morava, dos dias em que corria entre a relva com Catherine, minha melhor amiga, nós vamos perder contato por quê se quero fazer uma vida no Alasca tenho que deixar a antiga para trás. Eu sou mais branca do que a neve do Alasca, meus cabelos mas pretos que o esmalte em minhas unhas, enquanto as outras garotas da Flórida são loiras e bronzeadas... Irônia não? Mas, eu amo ser diferente, Por quê o normal já é normal, não gosto de estar entre padrões de beleza da minha região ou fazer só por quê todos fazem, ou simplesmente ser como todos são.

Quando chegamos ao aeroporto, fui bombardeada por perguntas do tipo ''Você não esqueceu nada não é?'' ou ''Você vai sentir minha falta?''... Com certeza outra garota já teria mando-a calar um pouco a boca e aproveitar o momento um pouco em silêncio. Me considero uma garota bem tolerante e paciênte, eu escuto as pessoas o quanto elas quiserem, contanto que não se metam onde elas não entendem na minha vida. A propósito, minha mãe se chama Hannah e meu pai Tomas, meu pai é xerife em uma cidadezinha no Alasca, eu costumava ir lá quando tinha 8 anos, mas não me lembro mais o nome da cidade, faz bastante tempo afinal.

Meu vôo chegou, os olhos de minha mãe se encheram de lágrima e seu rosto se enrrugou com o tamanho do sorriso que ela abriu no rosto, ela estava triste mas feliz também pelo meu reencontro com meu pai. Ela me abraçou forte, muito forte, quase não me soltava mais.

Mas foi preciso que ela me soltasse, todo filho(a) precisa aprender certas coisas sozinho(a), fui até o portão de embarque e dei uma ultima olhada para minha mãe que já estava soluçando, sorri e me dirigi ao avião.

Me sentei na poltrona no fim do corredor, a que fica perto da janela, gosto de olhar para o céu e ficar viajando como faço até mesmo sem olhar para ele, não consigo dormir em viagens. Alguns minutos depois, ainda não havíamos decolado, um garoto de pele muito branca talvez até mais que a minha, seus cabelos negros da cor do meu ou até mais escuro. Não pera, meu cabelo é preto de mais para ele conseguir superar. Não conseguia ver a cor de seus olhos, estavam cobertos por óculos escuros. Mas bem, deixei o assunto ''Galã do avião'' para lá coloquei os fones nos ouvidos e passei o resto da viagem olhando pela janela. Desviei algumas vezes meu olhar para olhar para ele e para comer, acho que outra garota faria o mesmo em meu lugar e durante toda viagem ele não comeu, não se moveu nem nada.

Acasos do ALascaWhere stories live. Discover now