As doze badaladas

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Finalmente era noite de ano novo, Francisco e Yiskah tinham noção que aquele era o último dia juntos, eles aproveitaram todas as horas, os seus dedos não se deixavam por nada.
Nessa mesma manhã Yiskah chorou. Francisco também não estava conformado com a partida da sua amada.
A virada de ano seria passada numa festa na praia. Francisco queria que este fosse um momento memorável, onde Yiskah podesse viver e reviver aquela noite, vezes e vezes sem conta. Eles estavam os dois sentados na areia a ver as estrelas, todas as pessoas dançavam e festejavam o fim deste ciclo e início de outro.
- Eu voltarei. - Falou Yiskah, ela saiu da areia e sentou-se nas pernas de Francisco, olhando-o nos olhos. - Eu voltarei todos os natais, eu farei de tudo por isso. - Francisco estava feliz pois sua amada voltaria por ele e pelo amor que os unia.
Beijou-a, com a maior intensidade para recordar o sabor da sua boca por mais 365 dias. As horas iam passando; eles dançaram, correram na areia como duas crianças brincando a apanhada, fizeram batalhas com a água. Como Francisco queria, aquela estava a ser a noite que ele sonhou.
Francisco tinha ido buscar um casaco pois Yiskah estava com o seu. Começou-se a ouvir o sinos tocar e Yiskah sorriu com aquele som por meros segundos. Depois ela correu a procura do Francisco. Corria desesperadamente e chorava. Bateu a última badalada e ela desapareceu deixando para trás apenas o casaco do seu amado.
Francisco correu, encontrando o seu casaco no chão e chorou. O seu anjo tinha partido para o seu mundo sem se despedir. O tempo deles tinha acabado.
- Yiskah, eu amo-te! - Gritou para o céu estrelado. - Eu estou a tua espera, querida, por toda a eternidade. Feliz ano novo!


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