Prólogo

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Faltava pouco para que meus olhos se fechassem. Pelo pequeno espaço entre minhas pálpebras eu conseguia ver o desespero de minha mãe e pai. Mais uma vez eu estava os causando dor. E em um instante antes de fechar completamente meus olhos, ouvi o choro forte de minha mãe e então, tudo, novamente, virou escuridão.

24 minutos depois

Eu já estava começando a ficar acostumado com essa minha bela amiga, que quase sempre vinha me visitar. Ela, toda vez que aparecia, me tomava para si de um jeito único e que, ás vezes, até me fazia bem, pois através dela conseguia esquecer a dor de estar preso nessa cama. Um garoto, de dezesseis anos, preso em uma cama de hospital e que logo poderia estar de baixo da terra, sem ao menos saber o que acontecia mundo a fora, se o veneno das pessoas já foram embora, sem saber se um dia conseguiria ir ver o que o mundo o reserva. Talvez seja muito cedo para dizer sobre o amor, algo que nunca senti por alguém a não ser por aqueles que me colocaram nesse incrédulo e superficial mundo. Mas, eu quero poder um dia sentir, quero saber a sensação de sentir borboletas no estômago, um arrepio gostoso no corpo todo, as mãos suando, trêmulas, o olhar envergonhado e as bochechas coradinhas, a falta de ar e o gaguejo como todo mundo diz, porque acredito eu, que viemos ao mundo com a intenção de amar. Porém, toda vez que penso mais afundo sobre esse assunto acabo rindo bobo de mim mesmo, como alguém pode ser tão estúpido como eu? Quem iria me amar, porque, para começar, como alguém legal, que não estivesse morrendo iria me achar aqui, em um quarto pequeno de um Hospital sem nada para oferecer a não ser a pequena parcela do meu coração que ainda resta? Ninguém.

Estou cansado de tanta dor. 




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⏰ Última atualização: Jan 02, 2016 ⏰

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