Capítulo 8

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[... Jennifer...]

Quando eu acordei o sol estava batendo no meu rosto. Olhei ao redor e estava claro. Eu perdi a aula hoje?

Levanto correndo e vejo o relógio. 9:15.
Olho para a cama da Hanna e vejo meu pai lá. Acordo ele e perguntei irritada:

-Cadê a Hanna?

Ele resmunga algumas vezes e força os olhos para poder me ver.

-Dormiu lá em baixo com o Peter.

-COM O PETER? VOCÊ SABIA QUE EU PERDI A HORA?

Meu pai leva um susto e pula na cama. Agora já disperso, ele se senta no colchão e me encara.

-A Hanna provavelmente também perdeu filha.

-Eu não teria tanta certeza.

Levanto cambaleando graças ao sono e desço as escadas rapidamente. Meu pai vem atrás.

-Viu só? Ela foi pra escola e não me chamou.
-Ela deve estar no banheiro, ou na cozinha.

-PAI, SE LIGA, ELA NÃO ME ACORDOU!

-Porque ela não te acordou Jennifer?

-Porque... - eu não posso falar para o meu pai que a gente brigou por causa de um garoto, e talvez nem seja por esse motivo mesmo. Eu não tenho provas. - Porque... hum... eu tinha dito que achava que não estava afim de ir para o Colégio hoje.

-Então porque você ficou tão brava? - ele pergunta cruzando os braços, desconfiado.

-Eu não sei - dou um sorriso forçado e subo as escadas.

Ponho uma roupa e resolvo andar por aí.
A cidade ainda era um pouco nova para mim, mas foi incrível ver como Dublin era bonito. O clima estava frio então me escondi debaixo do cachecol e observei todas as lojinhas de conveniência, de presente, mercadinhos, oficinas. Tudo parecia estar montado exatamente naquela rua.

Quando dou por mim e estou virando a rua que eu acho que é a de casa e percebo que estou perdida. Olho para os lugares e não reconheço nada. Até que ouço uma voz conhecida.

-Hann? - é Dylan, o irmão mais velho de Peter que eu conheci quando fui na casa dele.

Me viro para trás com um sorriso no rosto.

-Não. É a Jennifer.

Ele faz cara de surpreso.

-Ah, e aí Jennifer... não sei onde estava com a cabeça, a Hanna tá na escola e você... - ele faz uma pausa e aponta um dedo acusatório para mim. - Não devia estar na escola também?

Levanto as duas mãos para o alto, me rendendo, e deixo que um leve sorriso sincero saia dos meus lábios.

-Eu devia sim, mas... eu perdi a hora... felizmente.

Ele faz um sinal de afirmativo com a cabeça e cruza os braços, desconfiado. Ele parecia mais velho quando fazia essa pose, tipo um pai jovem protetor que desconfia de tudo, até do novo vizinho.

-Então você está do lado oposto de onde você mora?

Levanto as sobrancelhas surpresa em ouvir essas palavras. Não tinha nem ideia de onde eu poderia estar e agradeci mentalmente então por ter encontrado Dylan ali.

-Hã... sei lá, eu só vim dar um passeio e acabei me perdendo.

Ele ri e segura no meu braço com delicadeza, me levando na direção oposta da que estou caminhando.

-Sua casa fica pra lá - ele para como uma estátua e aponta para o lado direito.

Forço a vista e tento enxergar alguma coisa que eu possa reconhecer.

Gêmeas em guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora