- Com licença - Ouvi, e senti alguém me cutucando durante o beijo. Parei o mesmo espantada. Não acredito, mais uma vez o cara mais cara de pau de todos.
- Savannah - Disse sorrindo de orelha a orelha.
- Théo - Respirei fundo - se você não reparou, eu estou ocupada.
- É, eu percebi, mas queria muito falar com você.
- Vou deixar vocês a sós, com licença - Fred saiu sério.
- Espero que seja algo realmente muito importante pra eu não voar no seu pescoço - Disse furiosa.
- Voar no meu pescoço? Mas que seja com carinho.
- O que você quer? - Cortei o assunto.- O mesmo beijo que você deu nele, mas sei que isso será impossível... Vou aceitar apenas sua companhia para um drink.
- Está me zoando, não está?
- Não, não estou. Vai me agradecer quando descobrir que o Fred não é esse príncipe todo. - Théo pode ser o cara mais sem noção do mundo mas o Fred já me pôs muito chifre. Savannah, por favor né.. Você está morrendo, isso tem mesmo importância? Não. Calada.
- Já acabou? - Revirei os olhos.
- Já, vamos beber. Aliás, você está magnifica está noite.
- Obrigado.
- De nada, eu acho. - Fomos beber, e o Fred apareceu depois mas infelizmente disse que tinha que ir pra casa. Vou confessar que entornei. Depois de estarmos completamente bêbados, Ryan nos deu uma carona até a minha casa, que obviamente era perto da casa do Théo.
- Muito cuidado vocês dois - Disse Ryan nos deixando e dando partida no carro.
- Psiu - Me puxou pelo braço - Me beija. - Pegou em meu queixo.
- Eu não vou te beijar, vai pra sua casa - Disse devagar - Bobinho - Ri.
- Ca-cala a boca, me beija logo.
- Você quer entrar? - Mordi meus lábios. - Ele fez sim com a cabeça e entramos, quase caindo.
- Shiiiii, está todo mundo dormindo - Rimos.
- Silêncio - Ele caiu na gargalhada e pôs o dedo na minha boca me impedindo de falar - Vem cá - Foi subindo comigo na escada e parou no topo - Aonde é seu quarto? - Sussurou. Apontei pro meu quarto e seguimos até ele. Entramos em silêncio, Théo fechou a porta com os pés e me puxou pros seus braços - Sem barulho - Sussurrou no meu ouvido. Sua mão esquerda estava em minha nuca, e a direita em minha cintura. Seus olhos fixados nos meus lábios e eu me sentia completamente perdida. Era como se eu fosse uma boneca e ele poderia fazer oque quiser comigo. Nós deitamos na cama e nos despirmos, ele estava por cima, beijando meu pescoço, aquilo era bom, muito bom. Não é a primeira vez que eu estava prestes a fazer aquilo, mas veio uma coisa na minha cabeça dizendo que poderia ser a última. Uma lágrima totalmente teimosa escapou de meus olhos. Ele percebeu e me encarou, meus olhos estavam cheio d'água, minha vista completamente embaçada - Oque foi? - Sussurou me olhando assustado. Fiz não com a cabeça e ele simplesmente fez um geste carinhoso, beijando minha testa. Fechei meus olhos e logo todas as outras lágrimas escaparam. - Não chore, meu doce - Disse limpando minhas lágrimas e beijando cada uma delas. Forcei um sorriso e então ele me beijou. Fechei meus olhos lentamente partindo pra um beijo quente e molhado. A mão de Théo andava por todo o meu corpo delicadamente. Paramos o beijo por falta fôlego. Trocamos sorrisos maliciosos e sem que ele esperasse eu fiquei por cima. Inesperadamente tive uma necessidade enorme de vomitar, levantei correndo e fui direto pro banheiro. Me ajoelhei no vaso e vomitei, fora o vômito eu sentia uma cólica enorme. Não acredito que isso está acontecendo.
- Você está bem? - Apareceu Théo no banheiro completamente nú.
- Não tô - voltei a vomitar, a dor estava insuportável. Ele então se aproximou, afastou meu cabelo e ficou alí comigo até eu parar de vomitar.
- Vem cá - Ele me estendeu a mão e eu peguei pra levantar.
- Obrigado - Sorri torto. Lavei minha boca e escovei meus dentes.
- Se sente melhor? - Fiz sim com a cabeça - Então vem cá, vamos dormir - Deitamos e cama e ficamos de frente pro outro. A bebida já tinha ido embora e a minha versão sem vergonha também - Não precisa ficar vermelha - Sorriu.
- Jamais - Retribui o sorriso - Me desculpa por hoje.
- Sem problemas, temos todo tempo do mundo - Fiquei em silêncio - Agora dorme, meu doce - Ele se aproximou e me puxou, me fazendo cafuné. Assim eu dormi.
Acordei Théo já não estava mais na minha cama, mas a camisa de dele estava em cima da poltrona. Espertinho, vai usar essa desculpa pra vir me ver. Ri pra mim mesma e levantei, neste momento Fred entra no meu quarto.
- Savannah - Me olhou de cima pra baixo e sorriu.
- Fred - Sorri sem graça, eu estava nua. Peguei um lençol que estava na cama e me enrolei
- Estava bom daquele jeito - Sentou na cama e fingi estar assustada - Brincadeira.
- Oque aconteceu pra você vir aqui?
- Gosto de estar na sua companhia e quero te levar a uma praia hoje, só nós dois, assim ninguém pode nos incomodar. Se você quiser, é claro - Esboçou então aquele sorriso encantador.
- Praia é? - Sorri.
- Sim, senhorita Savannah.
- Já que insiste tanto, vou aceitar - Abri a porta do banheiro e dei de cara com Théo, que por sinal estava com a cara mais fechada de todas. Merda, por essa eu não esperava!!
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Presa ao fim
RomanceNeste exato momento me encontro no hospital "Santa fé" do Rio de Janeiro, com um diagnóstico de câncer de cólon em mãos. O pior é que o câncer já se espalhou e são 99% de chances de eu não permanecer viva. Minha mãe está ao meu lado soluçando de tan...