Capítulo 1- Adoption

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                          - MAREN -

Escuto alguém bater na porta duas
vezes seguidas.

Amaldiçoou essa pessoa no mínimo umas setecentas vezes por me interromper de minha maravilhosa leitura.

Me interromper de ler, é basicamente a mesma coisa do que sugar minha alma do meu próprio corpo.

Meus olhos atravessam o quarto enorme e por estar na cama de cima da beliche, consigo enxergar todas as outras; tento achar alguém que esteja acordada parar eu poder simplesmente voltar a ler e ignorar a porta.

Mas infelizmente o meu plano de me fingir de morta não tem sucesso, pois as garotas estão em um sono profundo.

Desço as escadinhas rapidamente e o barulho na porta ecoa novamente, ponho meus chinelos de dedos e abro a porta.

-Maren- a voz de Ryan invade meus tímpanos e rasga entrando no meu cérebro, lembrando das inúmeras vezes que elas foram ditas de maneiras diferentes.

- Ryan...

- Lola está lá embaixo... Ela pediu que eu viesse te chamar, pois tem novidade para você.

- Devo descer agora?

- Sim. Se troque decentemente- ele encara meu corpo, vestido pelo pijama de vaquinhas.

- Diga que estou descendo- pisco para ele e fecho a porta rapidamente

Encosto na porta e sinto a madeira dura contra as minhas costas.

O que eu aprontei dessa vez que não me lembro?

Já levei bronca por roubar cerveja do armário da cozinha semana passada.

Já fui punida por me encontrar escondido com Ryan há um mês, antes do nosso término.

Já ouvi um sermão de Lola por cortar o cabelo de Kate, enquanto ela dormia; mesmo me justificando e dizendo que a garota mereceu.

Mesmo assim, pego minhas roupas e agradeço ao bom Deus, por ser bem cedo e não ter fila para o banho.

A água gelada lambe minha pele com necessidade e me congela como se eu fosse um rio pronto para chegada do inverno e eu gosto da água desse jeito, fazendo-me acordar.

Coloco minha ( única ) calça jeans apertada que eu mesma rasguei nos joelhos, quando já estava se tornando cansativa aos meus olhos, uma blusa qualquer e meu tênis azul surrado.

Desço as escadas apressadamente e consto que algumas crianças já acordaram.

- Bom dia Maren- Karoline me cumprimenta.

- Bom dia Karol...

Meus pés automaticamente me levam até a porta de madeira enorme e trabalhada, como se mostrasse autoridade, comparada as outras portas submissas a ela, a placa dourada reluz o nome Lola Díaz.

Bato na porta e entro logo em seguida.

- Olá Lola- digo sorrindo.

- Olá chica- a morena sorri para mim, com aquele sotaque espanhol- sente-se aqui.

Faço o que ela manda.

- Qual o motivo da minha visita aqui?- pergunto impaciente, roendo minha unhas, imaginando que elas de alguma forma podem me distrair.

- Maren querida... Você está aqui conosco há...- ela bate a caneta na enorme mesa de madeira extremamente lustrada em um tique nervoso, e olha meu histórico e documentos rigorosamente- sete anos.

Defina-me - Cameron Dallas Onde histórias criam vida. Descubra agora