Sensacionalismo: a quem interessa?

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Ontem, no trânsito caótico de Fortaleza, ouvia a CBN quando o repórter anunciava que o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, está sendo investigado por utilizar os helicópteros do governo ilegalmente como, por exemplo, “para ir de casa ao gabinete, num trajeto que, de carro, duraria 3 minutos". Necessário não foi perquirir a distância entre o Palácio da Guanabara e o Leblon a fim de perceber a tamanha estupidez do irresponsável que endossa uma notícia dessas.

 Nem que o governador quisesse aproveitar-se do helicóptero neste caso, seria ele ignorante o suficiente para gastar quiçá uns 15min (no mínimo) para pegar o elevador, acionar os motores da aeronave (mesmo que já esteja ligada, vá lá), subir e se instalar, decolar, pousar, reduzir a velocidade ou desligar os motores, descer etc (vinte minutos já gastei só narrando), em detrimento de utilizar o carro oficial que supostamente levaria 1/5 do tempo. Cadê a seriedade na divulgação de notícias? Por que não ofereceram exemplo mais factível como o suposto transporte para casa de praia com a família?

 Vamos fiscalizar, cobrar ética e transparência na política, SIM, sempre, permanentemente, e não só durante eventos mundiais sediados no Brasil, mas vamos fazer isso COM RESPONSABILIDADE. O País PRECISA de políticos (honestos, claro) e um do tamanho do nosso jamais funcionaria numa democracia com participação 100% direta da população. Ou seja, as instituições são necessárias e essa desmoralização genérica que estão plantando no Executivo, no Legislativo e no Judiciário pode levar o País à falência (social, econômica e política) total se continuar no ritmo que anda.

 Por fim, sejamos poupados do argumento paupérrimo e revelador da mais pura ignorância do "é tudo farinha do mesmo saco". “Cidadãos” com esse tipo de pensamento, a meu ver, são causadores do pior desserviço à nossa sociedade. Não se enganem: o desinteresse político que nos assola, talvez um dos maiores deste planeta, é o melhor prato para o político corrupto. Quando criança (e também início da adolescência), deparado com a típica pergunta do "o que você quer ser quando crescer?", eu respondia sem vacilar um sonoro "Prefeito de Fortaleza" ou "político". Era motivo de orgulho usar meu paletó infantil, presente de meu pai, em especial fazer a combinação com um par de tênis branco. Hoje é tudo que não quero ser. Deus me livre já começar uma carreira tachado de ladrão ou correr o risco de dar meu melhor e jamais ser reconhecido. 

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⏰ Last updated: Jul 09, 2013 ⏰

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