Depois Do Fim (Fanfic Harry Potter)

Logo após a batalha final

Harry Potter sentiu a forte claridade do sol em seus olhos assim que os abriu. Com os acontecimentos da noite anterior e da madrugada, ele não havia se dado ao trabalho de fechar as cortinas.
- Já acordado?
A voz de quem parecia ter acabado de chorar veio do outro lado do quarto. Rony estava na sua cama amarrando o cadarço do sapato, ele também recebia o banho do sol que já estava alto lá no céu. Provavelmente já se passava do meio-dia.
- Não muito.
Depois da sua resposta sonolenta, todo o acontecido das últimas horas passaram como um flash pela cabeça de Harry.
Ele havia derrotado Voldemort. Mas também havia visto o corpo morto de pessoas muito importantes para ele. Seus sentimentos estariam extremamente confusos se tudo não parecesse ser apenas um sonho distante.
- É melhor você se levantar logo, se não a gente se atrasa
- Se atrasa pra quê?
- Vamos para A Toca.
- A Toca?
- É, né? O que você tava pensando em fazer? Tirar umas férias no Havaí?
- Até que não é uma má ideia.
Harry se levantou e seguiu Rony até o Salão Comunal da Grifinória.
Chegaram lá ao mesmo tempo que Hermione, que parecia tranquilizar a amiga. A garota de cabelos vermelhos tinha os olhos marejados, mas aparentava não ter chorado, estava sendo forte, mesmo depois da morte do irmão.

Assim que Gina Weasley viu Harry, o resto do mundo simplesmente pareceu estar muito longe dos dois. O quanto ela esperou por ele? O quanto temeu a possibilidade de perdê-lo para sempre? Por quanto tempo quis dizer à ele as palavras que estavam entaladas na sua garganta neste momento?
Os dois pareciam compartilhar os mesmos pensamentos. Harry tinha um olhar cheio de significado, parecia ter esperança de que esse olhar conseguisse dizer o que sua boca já não conseguia. Ele estava quase que paralisado. Bem, parecia que ela tinha que dar o primeiro passo.
Gina largou o malão que carregava e correu ao encontro de Harry. Compartilharam um longo beijo, que ela nem queria que terminasse. Ela deixou suas lágrimas caírem, não sabia o porquê dessas lágrimas, talvez fossem de alívio, é como se esse beijo fosse uma promessa de que tudo iria ficar bem a partir de agora.
Era o fim de uma caminhada longa e cansativa, no qual dependeu apenas de si mesma para se manter de pé, e descobriu que é ainda mais forte do que imaginava.

Rony estava no Salão Principal terminando seu pudim de chocolate.
À sua esquerda, Hermione se recusava a almoçar porque achava injusto o fato dos duendes estarem trabalhando mesmo depois de tudo o que aconteceu naquela madrugada. Sua mãe e Percy estavam sentados à sua direita. E Gui e Fleur estavam sentados à sua frente, assim como Harry e Gina, que nem perceberam quando Rony foi praticamente arrastado da Sala Comunal por Hermione.
Ele, assim como todos os Weasley, aparentava ter chorado à pouco. Jorge ainda não havia saído do seu antigo dormitório, o lugar onde ele supostamente havia dormido, mas, segundo Gui, passou o dia inteiro sem pregar os olhos.
O sr. Weasley se encarregou de ir chamá-lo, e pouco tempo depois estava voltando com o filho. Jorge estava com uma aparência horrível, tinha profundas olheiras e seu rosto tinha manchas vermelhas e uma expressão desgastada, mas ao menos conseguia manter-se de pé.
- Bem, temos de tomar logo o caminho para hogsmead, não é?
A mãe de Rony se levantou enquanto falava com a sua voz chorosa, e então tomou rumo aos portões da escola, seguida pelos outros Weasley, Hermione e Harry.

Harry Potter então se lembrou de algo muito importante, e se dirigiu rapidamente ao túmulo de Dumbledore. Rony e Hermione logo perceberam e juntaram-se ao amigo, os outros ou não perceberam que eles ficaram para trás ou sabiam que logo eles iam voltar.
Harry nunca imaginou que abriria um caixão, mas não foi tão estranho quanto parece. Estava fazendo a coisa certa. Posicionou a Varinha das Varinhas acima do coração de seu antigo professor, o lugar aonde ela deveria permanecer para sempre.
Então fechou o caixão.
Com a Varinha das Varinhas ali, a pedra da ressurreição muito bem perdida na floresta proibida, e a capa da invisibilidade perto de Harry o tempo inteiro, talvez não exista um Senhor da Morte por um bom tempo. E talvez isso seja ótimo para todo o mundo bruxo, assim como para o mundo dos trouxas.
Alcançaram o resto do grupo pouco depois, e logo chegaram a Hogsmead, onde algumas famílias de bruxos desaparatavam de volta para suas casas.
À sua volta conseguiu reconhecer alguns colegas da escola de bruxos, a grande maioria preferiu partir logo após a batalha, mas alguns, assim como Harry, preferiram descansar nos dormitórios de Hogwarts antes de partirem. Tinham expressões pouco cansadas, alguns pareciam estar em depressão por causa das perdas, e alguns outros aliviados por terem sobrevivido até o fim, o resto parecia compartilhar desses dois sentimentos, provavelmente esse era o caso de Harry.
Harry Potter olhou uma última vez para Hogwarts, o primeiro e único lugar que se sentia bem em chamar de lar durante tanto tempo, e que ia ficando para trás à medida que ele aparatava para A Toca.