Capítulo 3: Haward Albin

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"Precisamos de você, um novo caso. Quatro pessoas que estavam dentro de um ônibus e desapareceram. Achamos que pode ser sequestro. O ônibus está na rua pernilongo com a 24, perto de um supermercado.
- Alex "

É parece que aquelas férias no hawaii eram só um sonho, de volta a realidade. Analiso novamente a mensagem que o Alex me mandou. Quatro pessoas desaparecidas, só tinham quatro pessoas no ônibus?

Dou um pulo da cama tentando acordar direito, mas acabo caindo de novo. Conto até três. 1,2,3... E consigo levantar e ficar em pé, caminho ainda lentamente até o banheiro e escovo os dentes. Acho que preciso fazer a barba, mas vai ficar pra outra hora.

Retiro o carro da garagem e coloco as coordenadas no GPS, nunca ouvi falar desse lugar, mas prossigo confiante de que minha amiga Julia ( a voz do GPS) me guiará corretamente.

________

Quando viro a esquina me assusto com a multidão de pessoas. Acho uma vaga ali perto para estacionar e depois de desviar de algumas pessoas sem noção, caminho na direção das pessoas para ver como vou conseguir passar.

Primeiro tento pedir licença, mas as pessoas mal se movem e fingem que não estou ali, então sou obrigado a tirar o distintivo do bolso do casaco e finalmente abrir caminho em meio a multidão.

Passo por baixo da fita de isolamento que envolve a calçada e o ônibus, lá vejo o Alex conversando com cinco pessoas. Me aproximo devagar e escuto a conversa:

- Ah meu Deus - Diz uma das mulheres ali –Onde está meu filho? O que aconteceu?

–Calma senhora –Alex tenta acalmá-la – Vamos encontrá-lo. Fica calma.

– Olá, bom dia! –Eu digo, acho que é bom tentar acalmar as pessoas ali que com certeza são parentes das vítimas – Eu sou o responsável pelo caso, farei o possível para solucioná-lo.

Ninguém diz nada, apenas duas das mulheres continuam a chorar.

Caminho em direção ao ônibus, entro pela porta que está aberta e percebo que Alex está a atrás de mim. Ando pelo corredor e me sinto estranho, vejo algo verde em um dos bancos e percebo que é um livro, acompanhado de um relógio de bolso antigo, um celular e uma chave.

– E isso? – Pergunto ao Alex.

– Já estava ai quando cheguei.

Resolvo deixar aquilo no lugar em quanto observo o resto do ônibus, caminho em direção ao banco do motorista e vejo um celular em cima do painel, olho o restante, mas não encontro nada.

Acho que é bom pegar o depoimento dos familiares antes de analisar esses objetos. Então desço do ônibus com Alex logo atrás, quando estou prestes a fazer a primeira pergunta a multidão de dispersa e eu vejo um homem saindo do meio dela e vindo na nossa direção, todos se assustam pela forma como ele grita e por como está alterando.

– O livro, tem algo à ver com aquele livro estranho!Aquele livro é perigoso, eu sei, eu tenho certeza, foi depois daquilo, aquelas palavras estranhas, sei e aquele garot...

A cabeça dele pende para um lado como se tivesse sido atingida, e seu corpo cai no chão, já quase sem vida:

– Diga a minha mulher que eu à amo – São suas ultimas palavras.

Todos gritam aterrorizados pela cena e então eu percebo um pequeno dardo na lateral esquerda de seu pescoço. Olho para a minha direita de onde possivelmente pode ter vindo, mas não vejo nada.

– Haward? – Ouço Alex dizer enquanto analiso o homem.

– Sim? – Respondo.

– Eu vi as fotos. Esse homem é o motorista que despareceu ontem.

Olho para ele ainda incrédulo, nossa maior pista, morto. E é então que as palavras dele começam a fazer sentido. O livro, deve ser aquele verde que está dentro do ônibus, o garoto que ele não conseguiu terminar de falar deve ser o que está desaparecido. Preciso analisar as coisas que estão dentro do ônibus, mas agora estou alertado que aquele livro verde, pode ser perigoso.




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