Mãos atadas

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Meus pais estão animados com o jantar que vai acontecer aqui em casa amanhã, pelo que eu sei quase todos que convidei confirmaram a presença os únicos que não me deram certeza foi Vítor e Aline que trabalham na casa de Dona Lara. Reeh não parece mais nervoso com essa história de conhecer meus pais eu expliquei para ele que não tinha motivo para isso já que eles nem desconfiam que eu namoro com alguém.

O dia estava cinzento e quieto demais, meus pais não estavam em casa acho que minha mãe tinha ido ver alguma coisa para a viagem que eles iam fazer e meu pai tinha ido para o trabalho mais cedo, ele ultimamente estava falando alguma coisa sobre ter que dobrar o trabalho para poder se adequar a semana da viagem que ele e dona Estela haviam programado.

Acordei cedo já que ia na casa de Reeh dar aula de "reforço ", não gosto de chamar reforço já que Renato era muito inteligente e sabia muita coisa simplesmente ele não conseguia se expressar nem se concentrar o bastante para provas isso as pessoas que o viam de fora. Vítor como sempre pontual estava me esperando as 8:00 horas na frente do meu prédio, nós fomos o caminho inteiro conversando e eu estava reclamando que já fazia tempo que não via o mar mesmo morando no Rio de Janeiro sendo rodeado de praias, na verdade toda a minha rota de vida se baseava basicamente em ir para o pré-vestibular depois ir para casa de Reeh e da casa dele ir para a minha, as vezes mas muito raramente íamos ao shopping ou ao jardim botânico, mas eu não tinha muito o que me queixar por que na minha mente eu já sabia que o importante é estar do lado do amor da minha vida e aproveitar cada segundo com ele independente do lugar.

Quando chegamos na casa de Renato já chovia um pouco, o motorista dizia ver Reeh parado na janela esperando o carro chegar, mas antes que eu pudesse o ver ele tinha sumido, Vítor estava morrendo de rir e falando que tinha esquecido o guarda-chuva e que eu teria que sair correndo para não se molhar muito, pensei em explicar para ele que correr na chuva só vai te fazer ficar mais molhado, porém eu estava com tanta saudade de Reeh que correr parecia mesmo a melhor opção. Assim que abri a porta do carro senti a mão de Vítor me segurar e logo que o encarei ele me entregou seu palito dizendo que me ajudaria a me manter mais seco se colocasse sobre a cabeça como uma espécie de guarda-chuva, eu sem pensar duas vezes peguei pois com certeza ele não me deixaria ir se eu não acatasse sua ordem.

Agora era a grande hora, Vítor dizia para eu me apressar já que tinha que ir buscar dona Lara que estava com o carro quebrado em alguma rua perto do Hospital, então eu abri a porta e sai e assim que fiz isso senti o carro dar partida atrás de mim, estava atravessando o jardim andando devagar com medo de escorregar na grama sintética presente em todos os arredores da casa, de repente vi Renato abrir a porta sem blusa, com o cabelo todo bagunçado e com uma bermuda azul clara que ele usava para dormi, parei na escada da varanda ainda com o palito na cabeça e fiquei o admirando, realmente as aulas de boxe fizeram o corpo dele ganhar algumas curvas e formas que antes não tinha e que agradaria muitas meninas e meninos por ai mas para mim não fazia a menor diferença, amava aquele garoto com tudo que havia dentro mim e eu sei que ele sabia disso já que eu sentia ele me amando por completo de volta.

Finalmente ia colocar o meu pé na escada que levava a varanda da casa, Renato foi mais rápido e veio até mim, ele parou no primeiro degrau da escada bem na Minha frente o fazendo ficar ainda maior que eu. Ele ficava ainda mais lindo de perto, seus olhos violeta pareciam mais vivos do que nunca, senti sua boca descer até o topo da minha cabeça enquanto seus braços pressionavam a minha contra o seu peito, fiquei surpreso com a reação dele e acabei deixando o paletó cair no chão e o abracei prendendo meus braços em volta da sua barriga nua e sentindo em meu rosto cada pulsação daquele incrível coração. Reeh me empurrou um pouco para trás e desceu o último lance de escada que faltava, seus lindos olhos não desviavam nenhum segundo dos meus e acabei sendo hipnotizado por ele que fazia questão de me fazer andar para trás enquanto suas mãos entrelaçavam minha cintura, paramos no meio do quintal e a chuva beijava nossos corpos que acabaram ficando cada vez mais Frios e molhados, Renato estava todo encharcado principalmente seu cabelo que estava caído sobre sua testa, estava achando aquilo tudo perfeito e ficou ainda mais quando ele me beijou e me dei conta que tinha dado meu primeiro beijo na chuva, ficamos ali mais ou menos por uns dez minutos antes de entrarmos morrendo de frio.

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