Prólogo - Rotina

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 Era somente eu e ele desde que ela morreu.

Minha esposa Dianna morreu no parto do nosso único filho. Desde então preciso conciliar a vida de médico com cuidar dele, deixei de fazer plantões, parei com a residência, larguei os amigos e passei à atender em uma clínica perto do prédio em que moramos.
A dor por perder Dianna ainda se faz muito presente, eu estava ali na sala de parto quando ela deu a luz ao nosso pequeno anjo, mas nada pude fazer, ela não tinha dilatação suficiente e na cesária perdeu muito sangue e não sobreviveu mais do que 2 horas após dar a luz.
E como um último pedido suplicou com as feições exaustas, "Seja Feliz e cuide do nosso menino".
Depois disso eu senti sua pele esfriar, e sua pulsação cessar. Ela havia morrido com apenas 19 anos e eu Luigi, com 22.

************
Eram seis da manhã e o estridente som do despertador me arrancou de forma súbita dos braços de Morpheu. Abro os olhos e me sento na cama, o quarto ainda está escuro, o edredom continua a acariciar minha pele,definitivamente eu não estava disposto a levantar, ao meu mexer acabo deparando-me com uma ereção que doía de tão firme e que foi fruto de mais um sonho melado com a vizinha do apartamento ao lado.

Depois de molhar todo o banheiro tentando urinar vou até a porta ao lado da do meu quarto e abro tentando não fazer muito barulho, olho pra cama e vejo aquele pequeno embrulho de cabelos ruivos encolhido no meio das cobertas. Frederic, ou Fred, muito se parece comigo, sua pele é tão branca quanto a minha, seus cabelos ruivos também são parte da minha genética, mas aquelas imensas orbes azuis são idênticas as de sua mãe, tão profundas como o Céu em uma noite de verão. Passo a soprar suas orelhas, ele se irrita ainda dormindo e cobre o resto da cabeça, riu de lado e o descubro totalmente fazendo com que ele sente na cama como fiz a pouco.

"Bom dia filhote" - Falo com um sorriso

"Só se for pra você Luigi que vai se livrar de mim e fica me apressando" - Responde Fred com cara de poucos, não, com cara de nenhum amigo. Hoje será o primeiro dia de aula dele, e consequentemente o dia em que voltarei a clinicar em um Hospital maior.

"Quer que eu dê banho em você?"

"Quero" - fala o leãozinho fazendo manha,

O levo até ao banheiro no corredor e o coloco no vaso para fazer xixi enquanto vou encher a banheira com água morna. O dispo e colo ele na banheira e começo a lavar seus cabelos com um shampoo de frutas vermelhas e inesperadamente ele fala:

" Papai, você não deveria ir tomar banho? A menos que queira levar uma bronca no primeiro dia no novo emprego por chegar atrasado"Fred é muito esperto pra sua idade, com 5 anos e 7 meses como ele gosta de frisar já sabe ler e escrever, o garotinho também possui uma língua deveras afiada.

"Você tem razão rapaz, mas eu posso ir sem me preocupar se você vai se afogar?"

"Que ultraje! Eu já tenho 5 anos e 7 meses posso ficar sozinho, dormir sozinho e tomar banho sozinho"

"Onde você aprendeu a falar ultraje mocinho?"

"Eu ouvi você falando quando a presidente falou na televisão que o país não está em crise"

"Como se fosse muito normal uma criança de 5 anos e 7 meses assistir o Boletim Diário ao invés dos Looney Tunes!" Depois de falar isso eu sai do banheiro e fui até a cozinha liguei a cafeteira, depois fui para o banheiro do meu quarto e tomei uma ducha rápida, fiz a barba e fui até o guarda-roupas, coloquei uma calça jeans, uma camisa preta de linho e um sapato social da mesma cor. Parei pra olhar como a camisa apertava os meus músculos e por um momento me senti atraente .Ao sair do quarto vejo um garotinho ruivo já vestido com o uniforme do Colégio Católico do Sagrado Coração de Jesus.

"Finalmente, achei que ia me deixar esperando horas plantado"

Virei os olhos em deboche e desci as escadas com ele no meu braço indo até a cozinha. Depois de tomar café e do Fred ter comido uma tigela de Flakes com leite e de ter feito a lancheira do garoto descemos de elevador até a garagem e de lá partimos. Como sempre, a trilha sonora do nosso percurso foi escolhida por ele que depois de uns 30 segundos colocou o álbum para tocar, 21 da Adele. Era muito bom ver que ele tinha gostos parecidos com os meus, isso evita certas surpresas desnecessárias como: roupas largas e cortes moicanos ou ainda futuros netos precoces. A faixa que ele escolheu foi Set fire to the rain. Começamos a cantar, era sincronizado, e sempre que saiamos de carro era assim.

"But there's a side to you that I never knew, never knew,
All the things you'd say, they were never true, never true,
And the games you'd play, you would always win, always win,

But I set fire to the rain,
Watched it pour as I touched your face,
Well, it burned while I cried,
'Cause I heard it screaming out your name, your name"

Depois de escutar essa música umas 3 vezes e pararmos em alguns semáforos, finalmente chegamos. A escola era em grande prédio com a arquitetura gótica que se destacava entre os prédios de azulejos brancos.

"Quer que eu entre com você?" Perguntei vendo sua face intimidada. Ele apenas acena positivamente.

Subo as escadas até o 6°andar com Fred assustado e agarrado ao meu pescoço e ao localizar a porta de vidro com o a identificação 22A na frente o coloco no chão. Vou até a porta e Bato 3 vezes um pouco mais forte do que desejava e através dela vejo uma bela surpresa, uma moça de aparentemente 24 anos com cabelos curtos e loiros na altura do queixo, sua pele é branca como a neve e seus olhos tão negros como a noite sem estrelas. Uma ereção começa a se formar na minha calça. Maldição!

"Olá meu nome é Nathally sou a professora do 1° ano." Fala com um sorriso que também me faz sorrir. também

"Eu sou Luigi de Lorenzzo e Borges" falo e acabo me esquecendo do Fred que continua assustado atrás das minhas pernas. Só me dei conta disso porque a bela Nathally se abaixo pra cumprimentá-lo e fica com a cabeça em frente ao meu membro que está pulsando e babando.

"E você ruivinho como se chama?"

"Frederic"

"Quantos a anos você têm?"

"Cinco anos e sete meses"

"Nossa, como você é velho" fala ela rindo um pouco "Quer entrar comigo?"

"Papai eu não quero ir com ela" Disse o leãozinho agarrando ainda mais em minha perna

Nathally me olhou um pouco receosa e falou: " Olha eu tenho uma caixinha de chocolates com seu nome na mesa lá dentro, porque você não vem comer alguns?" Inusitadamente ele responde: "Primeiro por que você deve ter dito para todas as crianças a mesma coisa e segundo, como tem uma caixa de chocolates com meu nome se eu acabei de te falar ele" agora Fred já estava bem menos nervoso e com os braços cruzados olhando para uma Nathally muito constrangida.

"Bem é verdade, mas o que você acha de contar isso aos outros lá dentro?" Perguntou Nathally agora de pé quase desistindo de convencê-lo.

"Tudo bem eu vou" disse e já foi carregando sua mochila para dentro da sala e antes de entrar falou "Tchau papai até mais tarde"Eu um pouco atordoado com a cena me despeço dele "Até mais tarde filhote"Ao voltar minha atenção para a professora a pego olhando para minha ereção com um riso nos lábios carnudos marcados por um batom vermelho."Até mais Luigi, foi um prazer ter conhecido você" ela depois de falar esteira a mão direita "O prazer foi meu Nathally" a luxo pelo braço estendido pressionando-a contra meu peito e sussurrando em seu ouvido falo" qualquer problema é só me ligar" colocando o meu cartão do consultório dentro do bolso traseiro da sua calça jeans apertada.Saí deixando-a visivelmente atordoada.

E eu com um sorriso que era possível ver de costas.



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⏰ Last updated: Jan 10, 2016 ⏰

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