Nosso segredo

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O beijo durou alguns segundos , pois a panela estava no fogo e Lucy não podia deixar a comida queimar.

-Se você não me soltar, não teremos o que comer. - Lucy olhou para Amy sorrindo, porém ainda nos seus braços.

-Não me importo. Não estou com tanta fome assim. - Amy sorriu, mas Lucy fez um esforço e saiu dos braços da garota. - O cheiro está ótimo.

- A comida também. Posso dizer que me dou bem na cozinha.

- Você parece nervosa. - a garota percebeu a mulher um pouco incômoda e mais branca que o normal. Ela fechou o fogo e voltou para a frente da garota.

-Amy, o que fizemos, não está certo.

- E o que fizemos? Apenas te ajudei a trazer algumas caixas. - Amy sentou em um dos bancos giratórios perto da bancada.

- Não se faça de desentendida, você sabe do que estou falando. - a mulher branca levou a mão a cabeça , parecendo bastante preocupada.

-Certo! - a garota deu um pulo do banco - Você quer que eu vá embora? Se você quiser, posso ir e fingir que isso jamais aconteceu. Fica ao seu critério. - Lucy a olhou com certo desdém, ela não queria que a garota se fosse, mas aquilo poderia trazer consequências.

- Eu não quero arrumar problemas para nenhuma de nós duas.

- Não se preocupe comigo, não sou mais criança. Não ache que vou sair contando a todo mundo que beijei a professora mais gata do curso. - uma risada saiu da boca da mulher a sua frente. - A coisa pode ser complicada para você, mas pra mim, não. - Amy tocou o rosto de Lucy com tanto carinho que a fez fechar os olhos. - Eu queria fazer isso desde o primeiro momento que te vi. - os lábios de Amy foram chegando lentamente até o de Lucy. - Eu queria te ter em meus braços desde o primeiro dia. - Amy a beijava lentamente - E agora que te tenho, não vou deixar ir assim. - as palavras terminaram e as duas se deixaram levar pelo momento. Lucy se encaixou perfeitamente entre as pernas de Amy, que já estava sentada no banco onde ela estava antes. - Eu sei que você quer isso, tanto quanto eu. - Amy murmurava entre um beijo e outro. O beijo acelerava cada vez mais, e os corpos encaixados deixava tudo mais quente naquele lugar.

- Amy, vamos comer. É o melhor que podemos fazer nesse momento. - Lucy saiu de perto de Amy, colocando os pratos em uma pequena mesa de vidro no meio da sala. Amy não saiu do lugar e sorria ao ver a mulher organizando as coisas. - Espera, você é de maior não é? Bebe vinho?

-Está preocupada com minha idade? - a garota deu um leve sorriso - Sim, adoro um bom vinho. - elas se olharam e sorriram.

...

-Ok. Podemos confirmar que eu sou mais velha que você, porém nem tanto. - elas conversavam enquanto comiam, uma de frente para a outra.

-Eu diria que você tem , hum, vinte e quatro? - o olhar e o sorriso cínico da mulher, mostravam a Amy que ela estava certa.

- Você é tão nova e me parece saber tanto. - Lucy recolhia os pratos e os colocavam sob a pia, enquanto Amy a servia com mais vinho.

-Acho que você quer dizer que eu sou madura para minha idade. Talvez. Eu vivi muita coisa em pouco tempo. Acho que é isso. - por fim elas terminaram de limpar a mesa e tomavam o vinho na enorme taça de vidro. Lucy se ajeitou perto do balcão , enquanto via Amy brincar com sua gata.

-Você é uma garota diferente Amy. - a menina tirou os olhos da gata , e os levou diretamente a mulher.

-Sou? - a menina se levantou, colocou seus braços sobre o balcão da cozinha americana, pressionando a mulher contra o balcão. A mulher sorriu.

- Você é! - Amy tomou a taça da mão dela e tomou um gole. - E talvez seja bastante experiente em certos assuntos. - a garota colocou a taça em cima do balcão , distante delas e fitou os olhos negros a sua frente.

- Não sou experiente. Mas acho que você pode me ajudar nisso. - os lábios já estavam grudados novamente e elas se acariciavam com calma, como se conhecessem cada parte do corpo da outra. Pelo balcão não ser tão alto, Amy colocou a mulher nos seus braços em cima dele , e achou uma posição melhor para se beijarem e se encaixarem. Lucy tirou lentamente o casaco de Amy, enquanto a garota subia suas mãos por dentro da blusa de Lucy.

O som estridente do celular tocando as interromperam. Era o celular de Amy. Era Bruna.

- Onde raios você está? E porque disse que estava comigo? - Bruna estava um pouco alterada do outro lado da linha.

-Calma Bruna! Não me diga que a mamãe te ligou. - Amy ajeitou suas roupas e penteou os cabelos com as mãos.

-Ligou! Ela te deixou várias mensagens e você não respondeu nenhuma. Óbvio que eu disse que você estava comigo e eu ia te levar pra casa. - Lucy parecia estar irritada, a ligação da tal de Bruna, não fora uma boa hora. Porém, nada ela disse. Ficou apenas em cima do balcão, balançando suas pernas. - Então, seja lá onde você estiver, vá pra casa agora.

-Tudo bem, obrigado por me avisar. Te amo vadia.

-Não pense que se salvou, você ainda vai me contar onde estava, sua cachorra. Até logo! - Bruna desligou o celular e Amy bufou.

- Eu tenho que ir. - Amy falou ao se virar para a mulher que impaciente balançava as pernas.

-Sua namorada ligando? - Amy havia percebido que Lucy estava com cara de poucos amigos.

- Hã, eu não tenho namorada. Pensei que tivesse dito antes. E tampouco tenho namorado. - Amy vestiu seu casaco. - A Bruna é um caso antigo. - Amy pegou a mochila e riu. - Brincadeira! Ela é minha melhor amiga e me dá cobertura quando eu tenho que fazer alguma besteira.

- Quer dizer que isso que acabamos de fazer foi uma besteira?

-Menos essa! - a garota chegou até a mulher e a beijou. - E se foi uma besteira, foi uma das melhores. - ela a beijou novamente.

-Eu acho que não preciso dizer que temos que manter isso em segredo. Tenho? - Lucy acariava o rosto de Amy.

- Não. Sou muito nova para morrer. Não quero que meu pai me mate por saber que eu fiquei com alguma garota.

- O que? - a mulher a olhou com os olhos arregalados. - Você nunca ficou com uma garota , ou seus pais não sabem que você curte?

- Isso é uma conversa para outra hora. Até segunda Senhorita River. - Amy caminhou até a porta, sendo seguida pela mulher.

-Até segunda Amy. - a garota se foi. Desceu e tomou um táxi para sua casa. E dentro dele se perguntara.

O que viria agora? O que você fez Amy?

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