Capítulo 4

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Amanda acordou assustada com um pequeno choro que vinha do quarto ao lado. Sua mente ainda parecia alheia àquela novidade e custou a compreender o que acontecia. Mas assim que voltou a realidade levantou-se rapidamente e foi para o local de onde vinha o som.

— Acho que ela está molhada. — Falo Antônio com o bebê nos braços quando Amanda entrou. Amanda não havia percebido a falta dele quando se levantou as pressas.

— Você deve estar certo. — Amanda estava maravilhada em ver seu marido executando o papel que muitos homens se privam de ter.

— Aos poucos nos acostumamos com a rotina dela. — comentou ele ninando a criança.

— Você tem razão. — Concordou Amanda sorrindo. — O que acha de troca ela? Enquanto isso irei preparar o leite. Antônio olhou para a criança e depois para o trocador.

— Bom, então vou tentar. — Disse ele levando-a para o local. — Amanda saiu logo em seguida. Daria espaço para ele se encaixar nas novas atividades da família sem se privar de nada que um pai tem direito.

Quando ela retornou a criança já dormia tranquilamente no colo dele, na cadeira de balanço.

— Acho que era só vontade de ser trocada mesmo. — Falou baixinho para ela.

— É melhor assim. Dessa forma não precisaremos tirar os costumes dela. — Antônio levantou-se e desajeitadamente colocou a criança no berço novamente, sob a orientação de Amanda que não se moveu de onde estava.

— Vamos que não é só ela que esta com sono. — Disse ele após cobri-la. — Antônio passou por ela e antes de tomar distancia a enlaçou e saíram juntos. No quarto do casal logo adormeceram como sempre faziam, abraçados.

Na manha seguinte quando Amanda foi ao quarto do novo membro da família seu filho já estava lá.

— Estou percebendo que não precisam de mim aqui. — O menino riu da forma exagerada que ela falou.

— Mãe ela dorme muito. — Disse ele contrariado.

— Isso é bom filho assim ela descansa mais. — Ele não pareceu convencido.

— Eu queria ficar aqui. — Amanda sentiu certo pesar pelo filho, mas sabia da importância de ele conviver com o pai.

— Você volta amanhã e estaremos te esperando para irmos ao shopping comprar algumas coisinhas. — Disse para animá-lo.

— Tá bom então. — Enquanto conversavam Isabelle acordou e os olhou ainda sonolenta os buscou.

— A maninha acordou. Vamos cuidar dela? — O menino assentiu alegre e logo em seguida estavam fazendo a higiene da criança e levando-a para tomarem café.

— Esperem por mim! — Ouviram Antônio dizendo atrás deles.

— Eu ia acordá-lo ates de começarmos o café amor. Não te deixaria fora desse nosso momento. — Ele se juntou aos demais e fizeram a refeição juntos. Um pouco mais corrida e bagunçada que antes. Porem mais feliz.

Breno chegou após o almoço para pegar o filho que o recebeu sem muito entusiasmo e partiram logo. Amanda e Antônio aproveitaram para passar o dia dedicando-se a pequena e conhecendo-a um pouco mais. Isabelle ainda não andava, mas já fazia bastante arte. Era uma menina esperta e com um brilho intenso nos olhos. Seu rosto angelical de pele clara a fazia parecer um pouco com Amanda. A cabeleira espessa na cabeça lembrava Antônio. Sentiam que ela fora feita para eles. Não havia dúvidas disso.

Enquanto a criança permanecia acesa ambos dividiam os afazeres que cabiam aos pais e assim passaram bons momentos com a pequena.

À noite após colocarem ela no berço ficaram juntos por algum tempo na sala namorando e logo em seguida foram para o quarto em busca um do outro.

Naquela noite mais uma vez Amanda acordou atrasada e quando chegou ao quarto da filha Antônio já fazia a troca da fralda.

— Estou começando a me sentir envergonhada por não conseguir fazer essa simples tarefa. — Sorrindo ele a puxou para perto beijando na testa dela.

— Que isso meu amor. A tarefa é de ambos e não importa quem faz o que. Você sempre a alimenta então eu preciso fazer minha parte e bem feita. — Ela consentiu e não mais pensou ou discutiu o assunto. O que menos desejava era causar desentendimentos entre eles. Afinal de contas estava encantada com o pai que o marido estava sendo. Ela já conhecia um pouco desse lado dele, mas estava ainda mais feliz e não estragaria tudo com crendices antiquadas de que a mulher é quem faz isso ou aquilo.

— É uma linda garota nossa filha. — Antônio disse pegando-a no suporte onde a trocara e foi sentar-se na poltrona, onde os três poderiam estar juntos.

— Você tem razão meu amor. — Amanda sentou-se do lado e começou a acariciar o pequeno pezinho. Ficaram ali por algum tempo desfrutando da novidade e da harmonia linda que os envolvia.


Muito Além das aparências - Livro II da Série  AparênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora