Ela começou se mexendo de vagar e conforme ia despertando se assustava mais e mais com aquela situação. Yasmim estava em uma cela com grades na parte da frente, embora não pudesse ver nada lá fora pois estava uma escuridão tamanha, alguns minutos depois as luzes foram acesas revelando um homem de aparência assustadora. As roupas pretas e a máscara pontuda eram muitos semelhantes as dos médicos da época da peste negra, carregava um cetro na mão direita que tinha na ponta uma cabeça estranha, e não saberia dizer se era uma replica de uma cabeça humana ou de alguma criatura. Ele estava sentando aguardando pacientemente o momento em que ela acordaria. E esse momento chegara.
– Yasmim Monteiro.Ha, ha, ha.
A voz dele era muito fina, e parecia que ele à estava forçando a sair daquela forma, a risada causava arrepios.
Ele à observou por um longo período, e ela estava paralisada de medo, e tudo o que conseguia fazer era chorar.
Passados 10 minutos que eram para ele apreciar o sofrimento dela, ele começou a rir de novo, alto e por um bom tempo. Yasmim tremia com a situação, e quanto mais ela se assustava mais ele se divertia.
– Regler. Pode me me chamar de Regler. Quer dizer chamar não, tem tanto medo de mim que mal consegue respirar quem dirá falar. Tem asma?
Tudo o que ela consegui foi balançar a cabeça devagar em negativo.
– Isso é bom. De verdade não sei se conseguiria uma bombinha pra você. – Ele disse e depois deu a mesma risada.
Ele caminhou até um canto e acendeu todas as luzes do local antes de subir uma escada que ficava perto da porta. O galpão quadrado era rodeado de celas exceto na parede perto da porta. Quando Yasmim se acalmou um pouco pôde observar o lugar direito, e foi então que viu que em uma das celas em frente à ela tinha um garoto que tinha mais ou menos a mesma idade que ela, ele à observava atento e curioso.
– Você sabe o... O que... O que ta acontecendo aqui? – Ela perguntou ainda assustada.
– Não tenho muita certeza, acho que fomos sequestrados, a unica coisa que tenho certeza é que ele é um louco, ele não é nem um pouco normal.
–É... Deu pra perceber.
– Eu sei que as vezes durmo e quando acordo estou deitado, o problema é que não lembro de ter deitado, ou algo parecido. Eu estive conversando com a Estela, ela está na cela do seu lado. E a gente acha que ele está fazendo algum tipo de teste conosco.
– Isso você até tem razão. – A voz fina e a risada macabra irromperam o cenário assustando os dois. – É acho que está na hora de revelar o que eu sou.
Eles observaram ele tirar do bolso um objeto quadrado prateado com alguns furinhos no canto superior. E na outra mão um celular digital.
– Isso – Ele mostrou o objeto prateado – É o motivo de estarem aqui. Veja isso Yasmim, veja, veja, essa obra de arte.
Ele começou a caminhar na direção dela, mexendo no celular.
– Basta apenas apertar alguns botoes e dizer algumas palavrinhas olha isso, olha, olha.
Ela olhou, mas extremamente assustada.
– Pule igual um retardado. – Ele falou apertando um botão.
E do outro lado do galpão o rapaz começou a pular descontroladamente. Os olhos dela estavam fixos no garoto e atônitos interrogavam como isso era possível. Ela resolveu que precisava se acalmar, pois caso saísse dali pelo menos informação ela teria, e bem ele parecia estar disposto a falar.
– Como você faz isso? Não entendo.
– Bem, quer mesmo saber? Ondas sonoras, isso mesmo, elas são lindas não acha? Tão incríveis, porém imperceptíveis.
Ela fez uma cara estranha.
– Eu sei que parece estranho. E é, por isso que eu gosto. Vocês lembram?
– Do que? – Yasmim perguntou.
– Do livro, o livro verde, você lembra? – Regler falou.
E então ela lembrou, realmente viu o livro, mas não tinha nada de mais, era apenas um livro em branco.
– Mas era um livro comum, e estava em branco.
– Sim, em branco, mas com uma coisinha especial. Uma toxina muito eficiente, com nano organismos que entram no seu corpo pela inalação. Muito inteligente não acha? Você não acha? É imperceptível para o olfato humano, e me permite controlar qualquer um. É genial, genial. – Ele falou alto se orgulhando de sua façanha.
– Não! É doentio, controlar outro ser humano? Com um livro fedorento?
– Eu disse que é imperceptível para o olfato humano, não insulte minha criação. – Ele gritou. – Eu vou ignorar a sua falta de delicadeza e continuar a explicar porque gostei de você. Bom, eu posso controlá-los por um som que sai desse aparelho prateado tão lindo. Ha ha ha. Ah e não posso esquecer que mesmo por um curto período de tempo, posso controlar qualquer um, mesmo que não tenha tido contato com o meu precioso livro.
– Isso é horrível! Você é um ser humano?
– Claro, mas eu sou diferente de outras pessoas chatas, pessoas como você.
Ele ia saindo, mas ela precisava saber uma ultima coisa.
– Porque está fazendo isso?
Ele parou de repente virou olhou pra ela e disse:
– Diversão. – E sorriu.
Tem um mistério aqui... Descubra!
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O mistério do livro verde
Mystery / ThrillerQuatro pessoas, um ônibus comum, um dia estranho e um misterioso livro verde! Em um dia comum dentro de um ônibus coisas estranhas aconteceram, abrindo um novo caso para o Agente Haward Albin. A forma como as coisas aconteceram deixando um grande m...