Nos dia seguinte, Thomas passou bom tempo de suas aulas olhando para o passado e se perguntando como teria sido se tivesse descoberto a verdade antes daquele momento em que ouviu a conversa por trás da porta. Ele não encontrou absolutamente motivo algum para se amargurar, afinal ter Aquala em sua cabeça antes ou depois não importava, não iria trazer sua família de volta. Contudo teria seus poderes mais cedo, poderia tê-los usado bem antes.
O garoto não contava aos seus amigos o motivo de sua chateação, porém, logo que a outra semana começou, ele só queria saber dos seus poderes. Laura parecia preocupada com Thomas, nunca o viu calado daquela forma, todavia o que ele aparentava ser estava mais para um servo moribundo, com a cabeça voltada a um mundo aquietado, nem um pouco transparente a seus amigos. Aquilo estava dando nos nervos.
– Você está bem? – Sofia olhava para Thomas – Não falou nada desde que chegamos à sala. Felipe lhe fitava na carteira ao lado.
– Estou ótimo – endireitou-se na cadeira – Bem mesmo deviam estar vocês, o exame de Física é na próxima aula, é bom darem uma olhada no caderno.
Em alguns instantes, entraria a professora Lizandra para aplicar a prova. As informações de Aquala que adentravam a cabeça do garoto pareciam ser tão mais importantes que acobertaram o incidente com o monstro cinza-chumbo de ligações de metal que ocorreu na escola. Thomas se perguntava como a parede pôde ter recebido um remendo tão poderoso quanto aquele, não se via rachadura ou marcas que denunciassem rombos na parede. Todos agiam como se não tivesse ocorrido um atentado no outro dia.
Era óbvio que os aqualaestes faziam de tudo para que não descobrissem o mundo deles já que muitos viviam juntos na Terra. Era tudo muito arriscado.
Sofia deu graças aos deuses. A professora Lizandra não era aqualaeste, assim, no meio do exame, os garotos fizeram com que todos os nascidos na Terra ficassem imóveis. Felipe estava disposto a fazer aquilo apesar de ser totalmente contra a distribuição de cola, o garoto não tinha estudado nada de Física, só podia contar com seus poderes.
Rosana Guinard, mãe de Felipe, tentava manter o filho ocupado durante a semana. O colocava em curso de piano, línguas estrangeiras, desenho, até o inscreveu em um Curso Progressivo de Harpa para, quando chegar à Aquala, ter uma conexão com os nativos arbeicos, no norte da Ilha Árbica, cujo método mais simples de conversa é induzido por instrumentos.
O garoto se perguntava por que aprender aquilo tudo se não lhe interessava metade dos cursos em que se apresentava. Ele queria mesmo é fazer o que quisesse embora ainda nem soubesse o que lhe agradava, somente queria que sua mãe olhasse mais para a vida dela e parasse de o pôr em cursos de pouco interesse. Era por esse e outros motivos que Felipe não deixava passar uma prova sem saber toda a matéria. Tudo o que Rosana fez para o filho o ajudou a mexer com seu cérebro para que descobrisse mais cedo sobre a existência de Aquala.
O exame iniciou-se e nenhum ruído sequer ousou encarar a ordem da professora Lizandra, que andava por toda a sala, olhando em todas as carteiras os detalhes dos nomes e os erros de gramática de cada um.
O tempo se passou e nada de respostas. Thomas achou que haveria algo na prova de Nadjo, mas ele também olhava para o papel com uma feição desesperada.
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Aquala e o Castelo da Província (vol. I)
AdventureExtraterrestres. Será que eles realmente existem? De onde vêm? Será que são do jeito que os humanos imaginam? E se muitos deles já vivessem disfarçados entre nós, escondendo sua verdadeira identidade? Thomas Flintch é um menino pobre de 14 anos que...