Capitulo 3

9 2 0
                                    


Meu pai me olhou segurando as lágrimas e disse:

- Meu amor... você não vai morrer.

Depois desse acontecido nao falamos mais disso por um longo tempo.
Mas na realidade foi com 13 anos que eu dei um rumo em tudo, eu já estava no hospital essa época pois não estava mais comendo e tinha que tomar injeções e bastante soro. Mas... foi ai que eu decide que não teria mais amigos, eu impedi eles de me visitarem a distância ia impedi-los de sentir saudade.
Aquela altura eu não tinha mas medo da morte, era a vida que me assustava. Pois quando mas cedo eu morrer mas rápido a dor vai passar, logo vão esquecer ninguém é pra sempre, nada e para sempre. Então que a saudade também não seja, eles não me viram mas depois disso nem eu me vi assim que completei 12 anos fiz questão de sair de perto de qualquer espelho.
O hospital sempre foi minha 2 casa, então os enfermeiros e doutores acabaram virando minha família. Eu não conhecia muito os outros pacientes até yago chegar, ele tinha olhos azuis era bem simpático, eu conversava com ele horas e horas ja que a cama dele era do lado da minha. Ele tinha 14 anos, e tinha leucemia também so que a dele já estava mas agravada às plaquetas diminuiam cada vez mas, ao contrário de mim ele nem saía da cama e adorava usar um boné ele não tirava para nada.
Aos poucos ele foi se tornando meu melhor amigo, foram muitas vezes que acordei anoite com o barulho de seus vomitos seus pesadelos e falta de ar.
Eu queria ajudar, mas como eu ia ajudá-lo? Eu não tinha forças... Eu queria ter, mas... Eu não tinha.
Era tarde ja e nós dois estamos conversando e rindo ele tinha um lindo sorriso, ele parecia praticamente um anjo Branco de olhos azuis e ele me disse que antes seu cabelo era loiro encaracolado nós conversávamos felizes sobre nosso assunto o assunto mais falado a morte. Sim a morte.

- Eu não tenho medo dela Katrin e você?

- Não. Não mesmo, isso é algo que qualquer dia vai acontecer mesmo...

- Eu ja tive um sonho...

- Que sonho?

- Eu estava na rua já era noite e começou a chover, eu estava vestido de Branco tinha asas. Lindas por sinal. Então começou a chover e logo o que era branco ficou totalmente vermelho era uma chuva de sangue, uma luz se abriu no céu e eu a segui... Eu vi um anjo maior que eu me dizendo que era hora de proteger alguém. Ele me chamou de anjo da Guarda. E então a chuva aumentou e eu o perguntei porque da chuva. Ele me disse que onde eu ia estar tinha muito sangue. Era uma chuva de sangue.

Depois disso eu comecei a chama lo de anjo da chuva de sangue. Ele amava isso é eu também amava o chamar assim, a gente rezava todos os dias para que um milagre acontecesse, até que um dia doutora bell entrou na sala e disse :

- Não tenho uma boa notícia para você Katrin. Seus pulmões estão parando aos poucos e...

Eu e ele nos olhamos assustados ele pegou minha mao e começou a rezar eu enterrompi a doutora e fiz uma pergunta que devia ter feito aos 11 anos na sala do diagnóstico :

-Quanto tempo eu tenho?

-Bom não sei ao certo. Duas semanas.

Eu chorei chorei muito yago continuou segurando minha mão e rezando meus pais choravam comigo mas yago não soltou minha mão se quer um minuto ele era um menino de muita fé e não parava de rezar.
Ele pediu um papel e uma caneta a minha mae. Ela o deu ele ficou um bom tempo escrevendo algo depois devolveu a caneta e guardou o papel.
Era 24:09 quando o sinal do quarto tocou a enfermeira entrou correndo eu olhei para o lado. Então foi às 24:09 que meu melhor amigo, Yago Dinks, meu anjo da chuva de sangue foi ao óbito. Eu chorei muito chorei horas eu não pode ir ao velório, o que me deixou cada vez mas triste até que passei a mão em sua cama e vi seu boné em baixo do traviseiro Contia um papel com ele escrito para katrin eu li :

Ooi ka! Provavelmente quando você ler isso eu não estarei mas ai, bom pelo menos você não vai me ver. Nunca falamos da minha família, vou falar agora eu era muito novo quando fui abandonado por minha mae, uma senhora muito bondosa me acolheu até eu ser levado pelo Conselho tutelar para o orfanato mas próximo, eu cresci lá. Ninguém nunca me adotou. Quem ia querer um menino doente? Dona Helena cuidou de mim ela era a dona da minha "casa" se podemos dizer assim. Até que vim para cá, você se tornou minha irmã. E melhor amiga, nos temos segredos e histórias. Enfim muitas coisas... assim que dona bell entrou no quarto e te deu a notícia eu não estava apenas rezando. Como também pedi algo a Jesus, pedi para ele que se fosse pra você morrer ele me levar no seu lugar e tirar esse futuro de sua vida. Eu prefiro morrer do que te ver em um caixão, sinto muito por te deixar, mas eu serei seu anjo. Lembre se do meu sonho e chegado minha hora, o anjo me chamou, e eu estou aí agora ao seu lado. Sou seu anjo da chuva de sangue.

Assim que li aquilo eu entrei em lágrimas, era para mim estar morta, ele trocou sua vida pela minha. Mas o que ele não sabia era que sem ele eu ja estava morta, assim Que ele foi ao óbito eu também fui junto a ele.
Lá se foi meu irmao, ele se tornou meu anjo. E eu sei que ele está aqui. De certa forma eu sinto e ainda sentia aquilo, quando me sentei na cama dele e olhei para minha eu tive a impressão de vê-lo rapidamente na cama sorrindo para mim, ele estava ali e então eu sorri e me deitei na cama dele e senti como se alguém pegasse minha mão e ali todas minhas dúvidas chegaram ao fim Yago Dinks era meu anjo. Meu irmão. Meu melhor amigo.
Choveu a noite toda, e quando eu cheguei da quimioterapia estava muito fraca então aos poucos fui fechando os olhos e escutei a voz de yago apaguei a luz e era ele. Realmente era ele, ele estava ali não era ilusão eu podia (ainda posso )vê-lo.

-Yago?! Você está morto. Eu estou maluca?

-Nao, não de maneira alguma ka. Eu estou aqui sempre disse que estaria. Eu me tornei seu anjo, a única diferença e que voce pode me ver, falar comigo, porém não pode me tocar.

Eu não fiquei assustada se quer um minuto, apenas fiquei Feliz. Por que? Bom ele e meu melhor amigo. Meu irmão. Meu anjo.

- Ah ta bom. Mas por que voce fez isso? Não consigo ficar sem você aqui. E muito ruim e meus segredos, brincadeiras, como vou fazer?

- Eu fiz isso porque não iria conseguir ver que voce se foi, não ia aguentar ver seus pais chorarem... Eu estou aqui querida. A gente pode brincar, conversar, você só não pode me tocar ja não falei sua juma?! - a gente riu bastante disso.

-E eu?! Não vou aguentar ver sua cama vazia sem poder te tocar e... E... - depois daí não me lembro eu dormi apaguei.
No dia seguinte acordei e não o vi achei que era tudo imaginação até ver alguém passar pela parede e cair na minha sala :

- Ah e. A enfermeira continua chata. -ele riu além disso ele tinha cabelo e uma asa Branca linda.

- Entao e verdade... você é mesmo um anjo. E esse cabelo einh?! Vou te ver até quando?

- Tenhooo eu tenhooo cabelooo morra de invejaa!! Lembrando que inveja não é de Deus. - rimos- você vai me ver. Até não precisar mas de mim.

-Então vou te ver pra sempre- rimos novamente até a enfermeira entrar na sala

- Ooi princesa! Esta rindo e? Falando com quem posso saber?
- Com o meu anjo. - eu olhei pra ele no canto da sala.

- Ahhh claro. E o yago... E não queria falar mais... como ta seu coracao?

- Esta bem. Ele está aqui ainda sabia?! Junto conosco. Ele é meu anjo.

- Claro que é pequena, que bom que voce pensa assim...

Ele ri no canto do quarto por um longo tempo enquanto meu sorriso vai se desfazendo aos poucos ao tomar remédios e mas remédios e várias injeções .

Chuva De Sangue .Onde histórias criam vida. Descubra agora