Semideusa : A Filha de Hel e Hades

Capítulo 1

    

   Sou acordada com batidas impacientes na porta do meu quarto, ando preguiçosamente,  vulgo me arrasto até a porta e abro a mesma, era um dos guardas esqueléticos dá minha mãe, a maioria aqui estão mortos, obviamente já que estou no inferno, inferno é equivocado, diria submundo, ahh quase a mesma coisa.

     Eu moro no mundo de Helheim, no palácio Elvdiner, ou só casa, como geralmente chamo, essa frase foi bem clichê, mas relevem meus caros, agora amigos, acabei de acordar, não penso bem quando acabo de acordar, a única coisa que penso é na minha cama e no momento que voltarei para ela, tão linda e tão sozinha, vou fazer companhia para a mesma.
  Voltei pra cama, depois de alguns minutos batem na porta novamente, era Alastair, o chefe dá guarda de Hell.

- Hm... - Digo coçando os olhos.

- Sua mãe quer que visite Asgard, o mais rápido possível.-Diz se retirando.

- Hm.., Obrigada Alastair.- Digo e fecho a porta.

    Eu sou a mensageira de Hell, ela não é muito chegada a fazer contado com os vivos e nem por um segundo saí de Helheim, o único vivo que ela faz contato por vontade própria, sou eu.
       Entro no banheiro e tomo banho, coloco uma roupa midgardiana, a moda midgardiana me agrada, não diria a moda, porque é muito vago, algumas roupas e de preferência em tons escuros, nada muito colorido e brilhante e por sinal, adoro rendas, coloco uma calça preta, uma blusa preta e um sobretudo preto,  juntamente com meus sapatos também pretos, acho que só tenho roupas dessa cor, como disse prefiro roupas escuras, e não há nada mais escuro do que preto, ou há? 
     Vou até a cozinha, pego uma fruta e em seguida vou falar com a minha mãe.

-Hell?-Digo batendo na porta, ela me encara com o mesmo olhar melancólico, é engraçado o seu olhar vai alternando entre vazio, depressivo e melancólico,  depressivo e vazio me parecem ser a mesma coisa.

-Ótimo, você chegou.-Hell, diz sem ânimo enquanto olhava para mim.

-Qual é a mensagem?-Digo.

-Quero que leve isso ao Loki. -Diz me entregando uma caixa,  quando eu ia abrir ela falou. - Não abra, é uma coisa muito poderosa e pode te machucar, por favor tome muito cuidado.

-Está bem.-Digo meio contra gosto por não pode abrir a caixa, maldita curiosidade.

-Leve a em segurança e proteja com a sua vida.-Diz, e eu me afasto lentamente pronta para me retirar de seus aposentos.- Filha?

-Sim?- Digo retornando alguns passos, meio confusa pelo adjetivo. 

-Eu te amo.-Diz duramente, estranho suas palavras.

-O que se passa?-Digo confusa.

-É tão estranho uma mãe dizer a filha que a ama?-Diz Hell.

-Se essa mãe for você ? sim.-Digo.

-Apenas saiba que amo você, não se esqueça disso.-Diz me dando um abraço tímido, retribuo meio incerta.

-Eu também amo você, mãe.- Digo saindo de seus braços.

-Vá em segurança e por favor, volte bem.-Diz e eu saio da sala.

    Depois de pegar a caixa fui até a portal de Helheim, lá estava  Garm, fiz uma pequena  reverência e me despedi, atravessei o portal  e estava em Asgard, em uma pequena vila, mas perto do palácio.
     Assim que os guardas me viram me deixaram entrar, como mensageira de Hell e filha da mesma, sou temida e respeitada,  porém me estranham muito, pelo modo que me visto e por apreciar a cultura midgardiana, as pessoas julgam mal aquilo que é diferente, elas apenas deveriam cuidar do próprio nariz.
       Andei pelo palácio procurando Loki, andei por alguns minutos, que para alguém impaciente...como eu, pareciam horas, até que finalmente o encontro.

-Loki?-Digo e não obtenho resposta.

     Loki estava de costas para mim, observando o céu, bom, é o que aparenta, o toquei, ele estava duro, dei um leve empurrão e ele caiu aos meus pés, coloquei minha mão "delicadamente" em seu rosto, ele estava gelado e mais pálido do que o normal, ou seja, estava transparente, mais branco que um defunto, se é que ele não era um. Uma ideia estranha passou pela minha cabeça, ergo minha mão e um forte tapa é desferido no rosto do Deus nórdico, o mesmo voltou a se mexer, seu rosto começou a voltar para o seu tom natural, ele começou a piscar diversas vezes,   como se estivesse tendo algum tipo de ataque.
     Eu me encontrava em cima de Loki, cujo mesmo me jogou brutalmente para o lado indo de encontro ao chão, o que não machucou pois já me encontrava no mesmo, apenas sua brutalidade ficou marcada nos meus pulsos quase sem cor, também sou muito branca.

-Como ousa tocar em um Deus? criatura ridicula.-Diz furioso.

-Achei que estivesse morto, além do mais te fiz um favor, pelo menos você ganhou um tom mais avermelhado.-Digo com cinismo e ao mesmo tempo dou os ombros.

-Isso não lhe dá permissão para bater na cara de um Deus.-Diz colocando a mão no local onde eu bati.-Me trouxe o que pedi?-Diz um pouco mais calmo.

-Não deveríamos ir para um lugar mais reservado? esse objeto que carrego em minha bolsa parece ser algo de grande valor.-Digo com a bolsa de couro preta em mãos.

    Gritos são ouvidos pelo castelo, gritos graves, como se Asgard tivesse declarado guerra, uma multidão de guardas reais passaram por nós, um guarda, moreno, alto e provavelmente bonito, poderia dar lhes essa informação se ele não estivesse com o capacete ou elmo como preferirem, passou por nós e disse para Loki.

-Asgard e Helheim estão sob ataque, não fiquem nos corredores podem atrapalhar os guardas ou serem atacados, vão para um lugar seguro.

-Sabe qual o motivo do ataque?-Pergunto curiosa.

-Eles querem a espada de Sigurd.-Diz o guarda, correndo pro final do corredor.

   Assim que o guarda termina de falar eu olho diretamente para bolsa, na qual Loki não tira os olhos, tudo se encaixa agora, eu estou carregando a espada de Sigurd, por isso estão atacando Helheim, loucos procurando a morte mais cedo, achei que ninguém era burro o suficiente para atacar Hell em seus domínios.
  
-Não estamos seguros aqui, vamos para Bifrost, rápido, corra, sua vida depende disso.-Diz, Loki.

    Corremos até Bifrost, esbarramos em alguns guardas, mas isso não nos impediu de chegar ao nosso destino. Eu apertava a bolsa fortemente contra meu corpo, eu tinha que proteger a espada com a minha vida, palavras de Hell.
    Assim que chegamos Heimdall disse para irmos rapidamente, pois os ataques poderiam chegar até lá.

(...)