Avatar - A Lenda de Reina

Ninjas Sombrios

Ar. Água. Terra... e Fogo.
  Quatro elementos que somente o Avatar pode dominar. Somente ele, a porta entre os dois mundos, pode trazer a paz e o equilíbrio a um mundo repleto de monstros.
  Depois de toda aquela jornada espiritual, eu consegui libertar o pântano e a Grande Figueira das sonbras, destruindo de vez a floresta negra.
  Porém, enquanto estávamos fora, Oni libertou os prisioneiros dos ninjas de Kayoh, os mesmos que tentaram nos roubar. Aqueles desgraçados!
- Vamos percorrer todo o perímetro do distrito para tentar encontrá-los! - exclamou o rei Kehlan para todos seus guardas.
  Foram guerreiros e agentes Dai Li para fora da cidade, buscar os prisioneiros, enquanto ficávamos ali, sem nada pra fazer.
- Não posso ficar aqui, parada, enquanto aqueles loucos estão lá fora, saqueando as pessoas e as matando! - exclamei.
- Você precisa treinar dominação de luz, Reina - me repreendeu Ty Ren.
  Estávamos num quarto real, daqueles bem grandes onde cabiam todos do meu time Avatar e a família de Akise.
  Akeno estava numa cama, dormindo. Ada fazia carinho em seus cabelos.
- Por que ele está assim? - ela perguntou. - Todos estão bem, menos ele.
- Ele passou mais tempo com as sombras dentro - comentou Ao Shin. Ele fechou os olhos e se concentrou nele. - Sua respiração está irregular. Algo parece estar fazendo mal a ele.
  Ada o abraçou.
- Eu não deveria tê-lo trazido.
  Akise estava de lado, com uma cara meio triste. Estava assim desde que tínhamos voltado.
  Ty se levantou enquanto olhava pela janela.
- Kehlan só pode estar louco enviando tantos soldados para uma busca. O reino está ficando vulnerável dessa forma!
- Você deveria ir falar com ele, querido - comentou Ada.
- Eu vou! - e foi.
  Me levantei também.
- Não posso ficar aqui, parada, enquanto aquele dono de boteco estiver solto!
  Saí, mas cutuquei Akise para vir comigo.
- Que foi? - ele me perguntou.
- Está estranho desde que voltamos. Algum problema?
  Ele respirou fundo.
- Não é nada... só um pesadelo que tive no pântano.
- Não precisa ficar preocupado. São só visões e lembranças que o Oni e o pântano colocaram na sua cabeça.
  Ele balançou a cabeça.
- Não, não é. Não era uma lembrança, mas também não era só uma visão - ele engoliu em seco. - Parecia que eu tinha matado alguém, e aí eu via o rosto do Akeno... foi estranho.
  Era estranho, sim era. Normalmente as visões podiam ser coisas do passado ou do futuro. E com a ajuda de Oni, podiam ser mais potentes, digamos.
- Você precisa esquecer isso - pedi. - Temos problemas maiores em mãos. E eu preciso falar com o rei. Tive uma ideia.

[...]
Convoquei um conselho com o rei, seus conselheiros e meus amigos. Precisava contar a eles o que eu imaginava que podia acontecer.
- Quando salvei o Lorde Saitama, ele me disse que ao final, tudo havia sido uma distração, como ontem pode ter sido.
  Kehlan fez uma expressão de curiosidade.
- Acredita que Oni quis nos retirar da cidade para invadir o castelo e libertar os prisioneiros? Mas ele não podia fazer isso estalando os dedos?
  Tá, isso era estranho. Eu precisava entender aquilo, pois não fazia sentido. Mesmo assim eu precisava me concentrar no meu ponto.
- Sim, rei. Ele poderia fazer isso facilmente, mas por algum motivo ele quis mexer conosco. Acontece que a distração na cidade de Ahren foi para roubar um pergaminho de dominação de sombras.
  Todos arregalaram os olhos, exasperados.
- Por que não nos disse isso antes, Reina? - perguntou Ao Shin.
- Eu não pensava que poderia ser tão importante.
- Como pode não ser tão importante assim, Avatar?! - gritou o rei. - Oni pode estar treinando os prisioneiros nas técnicas sombrias nesse exato momento!
  Cruzei os braços.
- Ou vai ver eles já foram treinados enquanto estavam presos e você nem ao menos percebeu!
  Ele rangeu os dentes. Ty o impediu.
- Kehlan, ela pode estar certa!
  O rei se acalmou.
- É... pode ser. Mas e daí?
- E daí que devemos ter os soldados aqui, senhor rei! - exclamou Ao Shin. - Não pode mandar todos para longe. Precisamos de ajuda. A qualquer momento alguém pode ser atacado!
  Asura estava muito quieta. Eu nem percebi, mas ela pareceu está meditando. Quando abriu os olhos, parecia exasperada.
- Ao tem razão! - todos olharam para ela. - A rainha Misa está sob ataque!