Capítulo 8: Controlado

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  O que está acontecendo? Não consigo entender, em um minuto estava tudo bem e agora, ele está me atacando.

 Ele pega a mesa que me escode e atira para o lado me deixando totalmente exposto. Procuro a arma no coldre, mas está vazio. Ele anda de vagar na minha direção, saboreando meu desespero, e eu finalmente encontro a arma, mas está longe. Preciso de algo, alguma distração. 

– Haward? – Isso Alex, obrigado.

 Aílton olhou para a porta tempo suficiente para que eu alcançasse a arma. A primeira coisa que consegui pensar sem muitas consequências, foi dar um tiro no pé dele. Pega um pouco de raspão, e acerta à parede. Ele cai no chão e o Alex o algema. Os olhos continuam frios e carregam uma expressão insana. 

 – O que houve? – Alex pergunta. 

 – Ele me atacou, me atacou do nada. 

  Continuo observando, esperando que essa expressão me dê alguma pista, mas não, nada. Eu não poderia estar mais perdido. 

 Ele me observava fixamente e eu olhava de volta. Então eu vi as pupilas dele dilatarem e depois se estreitarem novamente, e ele estava normal, como antes de começar a me atacar. 

  – O que aconteceu, e porque estou algemado? – Aílton perguntou, e eu realmente pude perceber uma confusão em seu olhar.

 – Como assim? Você atacou um policial. – Alex, respondeu.

 – Eu... Eu fiz o que? Eu hã... é como um borrão na minha mente, como ontem de manhã.

 – Mentir dizendo que não sabe o que aconteceu não vai limpar sua barra ok?

 – Não estou mentindo.

O que está acontecendo aqui? Ele não parece estar mentindo, e a forma como a expressão dele mudou, parecia estar sendo controlado, como a Yasmim. 

 – Não, não, não. Eu preciso pensar bem sobre isso.

 – Do que está falando Haward? 

Puxo a arma do coldre e aponto para o rosto de Aílton. 

 –  Diga a verdade, ou não terei escrúpulos ao explodir seus miolos. Posso alegar que estava me atacando e foi em legitima defesa, você estará morto e só há uma testemunha, que vai estar do meu lado, então eu sugiro que diga a verdade. AGORA!

  – Não estou mentindo. Eu juro que não lembro de nada.

Escorre uma lágrima dos olhos dele, e não sei porque isso me convence.

 – Haward você está louco? – Alex pergunta baixo.   

  – Eu acredito em você. Pode ficar tranquilo.

 – Você pode me explicar o que está acontecendo?

 – Provavelmente você esta sendo controlado. E eu acho que é a mesma pessoa que sequestrou seu irmão. 

 Eu vi a confusão encher seus olhos e os do Alex também.

 – É serio isso Haward? Aquele lance da Yasmim ser controlada, acredita mesmo nisso?

 – É uma suposição Alex. É o mais próximo de uma pista que temos. E o fato dele não saber o que aconteceu ontem de manhã, explica o porque tinha fezes no terraço daquele prédio. E ele nem sabe o que fez.

 – Faz um certo sentindo, mas não podemos apostar todas as fichas nisso.

 – Olha aqui Aílton preciso que me escute ok? – Ele afirma coma cabeça. – Você será preso, se o que supus estiver certo e você estiver mesmo sendo controlado, a pessoa que fez ainda não sabe que nós sabemos que ele te controla. E isso pode nos dar alguma vantagem, então vá com o Alex até o carro. 

  – Mas eu não fiz nada de errado, ir pra cadeia com criminosos de verdade? 

 – Olha, tem uma cela na delegacia e está vazia. Até que tudo esteja esclarecido você vai ficar lá.

 Percebo que ele ainda está receoso, mas segue Alex porta a fora.

 Sento na cadeira e tento entender isso tudo. Se ele estava sendo controlado, então não sabe do que fez. Não sabe que matou um homem. E se esse negócio for verdade, qualquer um pode ser controlado? Ou tem algo específico que os faz ficar assim? Reviro a cabeça em busca de algo que tenha ligação. Leio minhas anotações e percebo algo. Procuro nos contatos o numero do celular da Aurora.

 – Aurora?

 – Haward alguma pista?

  –  Não. Uma pergunta. Você sabe se a Yasmim mexeu no livro? O livro verde?

  – Sim, mas pouco. Deu uma folheada antes de sair ontem e pediu para mim guardar, só isso.

–  Ok obrigado. Só não mexa naquele livro por nada, entendeu. Não mexa!

É isso, o bendito livro. Quem iria suspeitar? Ninguém! Um livro, um livro verde. Que droga! 




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