Mistérios revelados - Por Gancho

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Gancho...

Não é  nada fácil ser herdeiro de um trono Real, herdar a responsabilidade de governar um país como a Inglaterra e enfrentar todas as tramas ardilosas para me matarem não era algo em que eu estivesse preparado. Eu nasci príncipe herdeiro e logo me tornei o Rei Carlo II, fui educado para ser um Rei mas preferi estar a margem da sociedade, me tornei escória e um fora da lei.
Todas as formalidades e aquela baboseira de ser perfeito me era enfadonho então fugi e fui servir como marujo no navio A Vingança da Rainha Ana, sim eu era o braço direito do Capitão Barba Negra.
Naveguei pelos sete mares em busca de tesouros e aventuras até o dia em que atracamos o navio no porto de Lá Morte onde vi o Jolly Roger ancorado.
Lembro -me de ficar encantado pelo navio, meus olhos brilhavam e minha vida parecia ter sentido, hipnotizado meus pés  me conduziram até  o convés do Jolly, foi quando há  vi pela primeira vez.
Seus cabelos ruivos caiam como cascata por suas costas, seus olhos eram verdes  e claros e sardas sexys marcavam sua pele alva, seu corpo era delgado e ela era uma pirata. Uma mulher pirata? Mulheres em navios eram vistas como um carma, elas atraiam a má  sorte.

- Quem é  você Marujo? -  Perguntou - me de forma autoritária.

- Sou Carlo. Rei Carlo II. - Ela gargalhou e seus cabelos se agitaram com o movimento de seus ombros.

- Um nobre? -  Me fez reverência com sarcasmo. A vi pegar sua espada e apontar em minha direção.  -  Saia do meu navio Alteza ou irei arrancar sua cabeça  do pescoço. No meu navio não existe nobreza.

-  Sim, Capitã. Tenha uma boa sorte. -  Lancei - lhe uma rosa branca que havia roubado no porto.

Eu sabia que ela seria minha e que o Jolly Roger seria meu lar.

...

Eu estava no meio do oceano e a única  coisa que tentava me lembrar eram dos olhos verdes de Catrina mas eu só enchergava um par de olhos negros, astutos e determinados, eu só pensava em Rosana.

Não suporto água, não  depois do que aconteceu Catrina e comigo. Sempre fui a desembarcar,  evitava sair da segurança  do Navio,  sem meu Jolly Roger pra me manter seguro eu não  era ninguém. Mas lá  estava eu,  me afogando.
Minhas roupas me puxavam  pra baixo e eu batia meus pés e mãos desesperado buscando oxigênio. Rosana não estava por perto e tudo pareceu pior sem ela.
Ela era uma mala sem alça mas eu acho que acabei me apaixonando pela aquela diabinha.
O que tornava tudo ainda mais complicado, o destino traça algumas histórias, ele é  implacável, a Rosana foi destinado o príncipe  Leo, almas gêmeas, a mim havia sido destinado Catrina, mas o destino a tirou de mim da mesma forma que a trouxe. Uma regra devia ser seguida embora Leo já  houvesse quebrado ela, ninguém interfere numa escolha do destino. Se ele determina almas gêmeas isso tem que ser respeitado  e ninguém deve interferir e se ousarem como normalmente acontece com as bruxas  dos contos de fadas, o final é  trágico.

Aceitar o trabalho que o Rei Arthur ofereceu - me foi um erro, Rosana era o meu erro, eu estava apaixonado por uma garota destinada a outro, eu um vilão, um pirata cruel e terrível.

Livrei - me de minhas roupas mas meu corpo estava esgotado de lutar contra a água, quem diria que eu o grande capitão Gancho morreria afogado. Esse era o meu maior pesadelo se tornando realidade.
Continuei lutando mas logo soube que seria em vão, fechei meus olhos recordando - me do olhar frio Rosana, seus cabelos loiros macios e sua pele tão quente, tudo em minha vida de séculos parecia sem sentido até  ela aparecer,  como uma espécie de redenção.

A água  salgada começou  a entrar em minha boca invadindo minha garganta  e fazendo meus pulmões quererem explodir, oxigênio era tudo o que eu precisava.

Rosana A Herdeira Impetuosa Onde histórias criam vida. Descubra agora