Meu Anjo, Jack!

Capitulo 1

Pequenas gotas de chuva escorriam pela janela do carro, coloquei meu fone de ouvido e deixei tocar uma musica aleatória, a rodovia estava escura a chuva mais forte e algo assustou meu pai ao volante que o fez entrar na contra mão e se chocar com uma mureta de proteção, consequentemente fazendo o carro capotar. Havia muito barulho e na tentativa de abrir meus olhos senti falta de ar e uma imensa dor no peito, ''AFASTA" foi a ultima palavra que ouvi naquela noite.

              ***

 Memorias vieram a minha mente, minha primeira bicicleta, minha primeira vez ao cinema, o sorriso de mamãe em um domingo preguiçoso, papai lendo jornal na cozinha depois do jantar, momentos profundos marcados em meu coração, momentos que se tornaram memorias de um passado doloroso. O acidente repetia e repetia varias vezes em meus sonhos e novamente acordei aos gritos minha tia que entra no quarto assustada, em meio as minhas lagrimas tia Meggie me abraça com força e diz:

- Pesadelo de novo? - concordando a respondo- Todos os dias a mesma coisa e isso me machuca mais- digo entre soluços.

- Carly você tem certeza que vai querer ir ao velório amanhã?- Tia meggie diz limpando o meu rosto.

- Não posso deixar de ir, são os meus pais, minha família- tia Meggie também é minha família mas até antes do acidente eu nem a conhecia direito pois morava no exterior e raramente nos visitava. 

             ***

Aquela manhã estava chuvosa, minha tia e eu estávamos no cemitério municipal da cidade, é só nós duas, não sei se meus pais tinham mais familiares e nem tive cabeça de perguntar ou procurar por eles e nem sei se eramos importantes para eles pois nunca os vi. Meu coração estava em pedaços nunca me imaginei em uma situação dessas, ou menos não tão cedo. Trouxemos flores, brancas e vermelhas que significavam muito pros meus pais, vermelho o amor dos dois e branco para a paz que exalavam de si, me ajoelhei no chão entre os dois e desabei no choro, minha tia preocupada chegou perto de mim me abraçou e logo saiu depois que pedi para ficar sozinha, levantei o rosto para ver as lapides mas vi um garoto que me fitava atentamente mais ao longe de baixo de uma arvore grande, será que ele conhecia meus pais?ou só estava olhando?
Durante a tarde as horas não passavam e a noite muito menos, fui tomar um banho e dispensei o jantar quando adormeci o pesadelo começou, novamente o acidente, o hospital, o velório, o garoto? o garoto do cemitério também estava lá comigo na ambulância. Acordei assustada e ofegante, desci ate a cozinha para pegar um copo d'água e na volta senti como se alguém me perseguisse, meu corpo estava em alerta, meu coração acelerado, corri pro quarto e tranquei a porta imediatamente.

O que foi aquilo? Que situação estranha foi essa?