Capítulo 10: Shopping

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 Por volta da meia noite estávamos todos os policiais reunidos na delegacia pensando em um plano. A unica coisa que temos até agora é colocar um rastreador na Yasmim e mandá-la pra lá. Mas eu preciso de mais segurança, não posso correr o risco dela ou da Estela se machucar. O problema é que não dá pra prever tudo. E pelo que me parece esse cara é completamente desequilibrado. Um desequilibrado que sabe muito bem como matar pessoas.

   – Haword? – Olho para o André –  Tem mais alguma sugestão?

 – Não. Por enquanto não.

 Depois de um tempo ouvimos uma batida calma na porta.

 Todos olhamos pra porta curiosos, afinal é meia-noite.

Alex abre a porta devagar, e eu consigo ver um homem parado na porta com um papel na mão.

Ele entra sem dizer nada e isso é suficiente para vários de nós pegar as armas. 

  Eu apenas levanto e vou em direção à esse homem, é nítido que esta sendo controlado. Mas ainda pode ser perigoso.

 Alex pega o papel da mão dele e lê ainda com a arma apontada para ele.

 – Haword? Acho que vai querer ver isso.

 – O que?

Ele estende o papel na minha direção. Está escrito o meu nome, com letras de revista. Até imagino de quem é. Nesse momento o homem que trouxe a carta meio que voltou do transe. E assustado pergunta o porque de estar em uma delegacia. Sento em uma cadeira e leio.

 " Ding-dong.

  Delegacias tem campainhas? Nunca estive em uma, queria que tivesse, mas acho meio impossível, não é local para isso. Hahaha.

  Eu realmente gostei disso, esse negocio de escrever cartas com revistas. É divertido! 
Se quiser experimentar, pode me mandar uma carta. Pode ser pelo meu brinquedinho ali. O que te levou esta. 

 Olha Haward vou te contar uma coisa. Provavelmente você já deve saber o que contei a Yasmim. Talvez eu não devesse ter contado, mas eu não esperava que ela fosse fugir, espero que não estrague meus planos. Não estou rindo tanto dessa vez não é? É que não tem mais muitos "Hs" nas revistas, e isso é um problema. Hahaha. Ta ainda tenho alguns. Ah é, ia te contar uma coisa. Bom esse homem que você deve estar olhando agora foi o primeiro a ser controlado. Eu deixei o livro em um banco de um ônibus e ele pegou, depois trouxe de volta pra mim com meu plano já em andamento. Foi lindo sabe. Ver que estava dando certo. Hahaha.

 Porque estou escrevendo essa carta? Para conversar, eu sou um pouco solitário sabe, e essas pessoas aqui não gostam muito de mim, entende minha situação? Acho que não.

 Acho que vou esperar uma carta sua. Somos amigos agora, não? hahaha. Mesmo que eu esteja falando sozinho. Bem então talvez eu deva esperar uma carta da Yasmim. Hahahahahahahah. (Achei muitos Hs). Até amanhã!

                                                                                                                                                                        – Regle"


Ah não, esse cara louco. Pelo amor de Deus. Estou aqui tentando me concentrar e ele fica brincando com a minha cara. 

  – Haward? O que diz?

 – Besteiras. Acho que ele está brincando com a gente. Isso é um jogo pra ele. Mas não é um jogo pra nós, tem pessoas correndo perigo e precisamos nos manter firmes. Vamos pra casa, e amanhã as oito em ponto eu quero todos aqui. Colocaremos um rastreador na Yasmim, e vamos tentar segui-la sem que ele perceba. Dispensados.

Todos saem e eu explico para o homem os acontecimentos e o prendo sem muita resistência.


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 Eu sou o primeiro a chegar e fico lá analisando as possibilidades de dar errado, nada. Meu cérebro está meio travado. Preocupado.

 Ouço a porta abrir e levanto pra ver que é. Yasmim cruza a porta e vem em minha direção.

  –  Bom dia. –  Ela diz.

 –  Bom dia. Ainda não é oito horas. Deixa eu adivinhar, não conseguiu dormir.

 – É não foram os melhores dias da minha vida. Pesadelos, medos. Não é legal.

  –  Eu te entendo. Está com medo de ir até lá?

 –  Um pouco, o esperando de uma mulher eu acho, mas quero fazer isso, quero ajudar, e dessa vez eu posso. 

 –  Olha, não se preocupe, vamos estar por perto, não vai acontecer nada com você. –  Digo tentando convencer até a mim mesmo. – Vem cá.

 Eu dou um abraço nela e acho que ouço ela chorando um pouco.

 – E se algo acontecer?

 – Eu e o Alex estaremos atentos. Prometo.

 Ela me solta e alguns outros policiais entram conversando. 

  Estamos prestes a solucionar esse caso. Vamos prender esse cara.

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Eu andava com Yasmim ao meu lado em direção à entrada do shopping da cidade, e Alex e mais dois agentes nos seguiam de longe, prontos para qualquer imprevisto.

 O problema é que as instruções acabavam ali, o que fazer agora? Quem ele era, duvido que iria aparecer de mascara ali naquele local. Vasculho a multidão em busca de alguma pista. Vejo um homem parado de moletom e uma máscara muito parecida com a que a Yasmim descreveu. Não é que ele veio de mascara mesmo. Ele olha fixamente na nossa direção e afirma devagar com a cabeça. 

 Caminho em direção à ele o encarando e ele vira e começa a andar meio que pedindo que a gente o siga.  Quando chegamos mais ou menos no mesmo lugar que ele estava alguém bate a mão no meu ombro e eu paro.

 – Você deve ficar aqui. – O homem diz com a voz meio robótica, controlado. – Ela deve ir sozinha.

 Yasmim afirma com a cabeça e eu afirmo em seguida. 

Eu ainda posso ver o Regle olhando pra mim, ela segue sozinha na direção dele, e eu torço para que ele cumpra com a palavra.



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