Youngjae chegou na casa de seus pais e só encontrou a escuridão. Acendeu a luz da sala e chamou por alguém, mas não havia ninguém ali. Talvez tivessem ido fazer compras.
Mas e Dalhee? Será que estava ali? E Daehyun? Será que teria um momento realmente a sós com ele? Aliás, seria capaz de olhar nos olhos do cantor, falar que o amava e beijar-lhe os lábios sem ficar com a consciência pesada? Já havia feito aquilo tantas vezes...
O economista caminhou apressado até o corredor dos quartos, batendo com os dedos na primeira porta fechada. Era ali que sua ""futura"" noiva dormia. Não ouviu qualquer barulho, então supôs que ela também tivesse ido.
Quando já estava indo embora, escutou a tranca ser destravada. Dalhee colocou metade do corpo para fora, com uma feição sonolenta.
— Aconteceu alguma coisa?
— Só queria verificar se você estava aqui.
— Sua família saiu, mas eu preferi ficar. Os seus sobrinhos também ficaram, com Youngwon e Daehyun.
— Hm, sem problemas. — Falhou em disfarçar a carranca de desgosto. Queria ficar sozinho. Sozinho com Daehyun. A mulher se remexeu inquieta e saiu completamente do quarto, com as mãos na barriga, ainda pequena. — Está tudo bem?
— Sim... Acho que sim. Vo-Você comprou...?
— Já.
Ela se calou e ele também. Fez menção de sair, mas a mulher segurou seu braço. Mordendo os lábios, ela esquadrinhou o rosto de Youngjae, parecendo ponderar se falava ou se mantinha o silêncio. Sorriu-lhe com sinceridade e o economista assustou-se; fazia tempo que ela não demonstrava emoções de verdade.
— Serei eternamente grata. E este pequeno ser humano que está crescendo dentro de mim também. — Ainda tinha uma mão na barriga e a acariciou levemente, com os olhos marejados. — Ele se chamará Youngjae.
— Você já sabe o sexo?! O quê?! O que está acontecendo? — Sussurrou, meio gritando.
— Um lindo menino. O meu menino Youngjae. — Repetiu com a voz ainda mais embargada.
O economista, surpreso com tudo que estava ouvindo, por reflexo, a abraçou. Apoiou o queixo na cabeça dela e suspirou. Estava feliz e sentia que estava fazendo a coisa certa, mas ao mesmo tempo achava que criar uma criança seria assustador demais e talvez tivesse sido precipitado ao tomar certas decisões. Suspirou mais uma vez. Deixou um casto beijo nos cabelos dela se afastou, caminhando até seu próprio quarto.
— Eu só quero te ver feliz. — Sentenciou, antes de se isolar. Precisava pensar; necessitava de um tempo sozinho para processar as informações. Era muita coisa para a sua cabeça. De novo.
...
Uma hora mais tarde, Youngjae estava enrolando a toalha na cintura e bagunçando os cabelos com a mão livre, espirrando água por todo o banheiro. Havia tomado um banho para relaxar, mas não surtira muito efeito.
Escutou a porta de seu quarto ser fechada e a curiosidade logo atiçou, o fazendo colocar apenas a cabeça para fora, afim de verificar quem estava ali.
— O que aconteceu? — Perguntou ao pequeno bisbilhoteiro, Bomin, que estava deitado de modo desleixado em sua cama.
— Vim brincar com você. — Apontou para o lado, mostrando diversos bonecos de ação. O economista deixou um sorriso discreto escapar e correu até o sobrinho. Sentia falta das brincadeiras com ele. — Eu sou o Homem de Ferro.
— E eu o Capitão América. Vamos! A cidade precisa de nós...
...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cobertor
FanfictionYoo Youngjae, um rapaz religioso e centrado, procura por uma moça com os mesmos princípios que os seus. Deixa a Ilha de Ulleung, onde vivia com seus pais, para tentar realizar seu sonho em Seul. Nunca tivera muito contato com o mundo exterior e será...