Transformando o galpão

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Quinta-feira, 08:00

-Espero não ter te acordado muito cedo. - foi a primeira coisa que Melissa falou quando Amy entrou no carro.

-Ah não! Não se preocupe. - Amy estava de camisa regata branca, shorts jeans rasgado e um óculos quadrado cobrindo seus olhos. - E a Mari? Não vai conosco?

-Eu sei que você tem uma conexão maior com minha irmã, mas ela está na empresa e não irá embarcar conosco nessa. Então, se acostume comigo. - Melissa sorriu em um tom agradável.

-Tudo bem. Posso me contentar com você. - as duas se olharam e sorriram. Elas também se davam bem. Aliás, toda a família Kordei eram ótimas pessoas.

Galpão, 11:00

Já era o quinto lugar, sendo o terceiro galpão que as meninas estavam. Aquele lugar parecia perfeito. No centro da cidade, em baixo do museu de artes.

-Eu acho que esse é o lugar perfeito.

-Concordo Amy. Já estou imaginando tudo montado.

-Bem, eu estou investindo em vocês. Então façam valer a pena. - Melissa olhou ao redor do lugar ainda vazio e totalmente branco. - Acho que podemos fechar negócio.

Restaurante, 12:40

-Quando acabar aqui, irei deixar vocês sozinhas. - Mel falou e Amy arregalou os olhos.

-Porque? - ela perguntou de imediato.

-Vocês tem muito o que fazer e o que comprar. E eu tenho que fazer os quadros chegarem até vocês. Então, também tenho trabalho a fazer.

-Tudo bem Mel. - Camila concordou. - A Amy e eu damos conta. Certo Amy?

-Certo. - Camila sorriu educadamente.

Após o almoço, Camila e Amy foram comprar tintas, mesa, cadeiras, coisas que fossem necessário para o galpão.

-Eu acho que nós duas podemos começar a pintar a parede do galpão. - Camila deu a ideia enquanto os homens colocavam os galões no meio do galpão.

-Não vejo problema nisso. Tenho uma tarde livre e adoraria fazer parte disso. - Amy não a via mais como inimiga, ou não pensava naquilo pelo menos naquele momento. Ela queria que o trabalho desse certo e faria todo o possível.

-Vamos, me ajude a espalhar os jornais para não melar o chão. - Camila deu alguns jornais para a menina e começaram a arrumar tudo para pintar.

Galpão, 17:00

As paredes eram enormes , e elas decidiram pintar duas de beje e duas de um tom azul bebê. As duas não completaram nem uma nas últimas duas horas que estavam ali.

-Acho que precisamos de ajuda para pintar tudo. - Amy falou sentando no chão e limpando uma de suas mãos.

-Também acho. - Camila pegou uma garrafa de água e sentou ao lado da menina.

-Não acha que sua namorada pode ajudar?

-Olha só, vamos cortar com isso de namorada okay? Eu não namoro a Mariana , somos apenas amigas.

-Se você diz.

-Porque você não acredita?

-Já parou pra ver como ela olha pra você? Ela quer te cuidar, proteger você, tem brilho nos olhos dela.

-Você está imaginando coisas.- Amy encostou em uma das colunas do meio do galpão. - Já você e a Lucy, eu vejo como você a olha.

-Eu gosto daquela mulher. - Camila falou com um sorriso bobo no rosto. - Estamos em uma pequena crise no momento, mas logo se resolverá.

-Crise?

-Ela tem essa ideia absurda de me deixar, mas não vai conseguir. Fomos feitas uma para outra sabe? - a menina ficou olhando fixamente para a latina. - E eu faço qualquer coisa para tê-la , passo por cima de quem for para ficar com ela.

-Nossa! - foi o que Amy conseguiu dizer. -Seu amor é meio tóxico não é?

-Não acho! - a mulher se levantou. - Vamos para casa. Não vamos aguentar ficar muito tempo aqui. - elas caminharam até a saída e Camila apagou as luzes. - Lembre-se de tirar uma cópia da chave para você. - ela deu as chaves para Amy.

-E como te entrego a original?

-Entregue a Lucy. Ela saberá como me devolver.

-Pode deixar. - Amy guardou as chaves na pequena bolsa que levara consigo desde manhã. Elas já estavam no lado de fora, na avenida principal.

-Te dou uma carona até sua casa. - Camila falou indo em direção ao seu carro.

-Na verdade , não precisa. Combinei de encontrar um amigo perto daqui. -mentiu ela. - Mas, obrigado.

-Tudo bem. Se cuide. Até mais! - Camila entrou no carro logo depois de acenar para Amy. Amy viu o carro partir e logo seguiu para uma parada de ônibus. Ela não queria que Camila soubesse onde ela morava, muita coisa poderia acontecer no futuro.

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