23 de junho de 2015;
Os humanos conseguem virar os seres mais perversos do mundo. Eles apoiam uma sociedade perfeita, mas não contribuem para isso. Eu estou cansada de ser julgada por águas passadas. Sim, eu errei, eu confesso. Mas eu pedi perdão. Eu tentei melhorar. Mas não tive oportunidade de me tornar uma pessoa melhor. Agora já é tarde, pois estou sendo julgada mais do que deveria. E eu cansei. Estou definitivamente cansada. Cansada de tudo. Desde as pessoas que me julgam até mesmo familiares. Eles já não me apoiam mais. Nem fazem esforço para me ver bem. Então está decidido. Minha vida por aqui, chegou ao seu fim.
Eu já havia tentado suicídio antes, mas sem sucesso final. Aqui estou eu, sofrendo ainda. De alguma maneira, os agressores descobriram minha tentativa falha, e isso foi mais uma vez, motivo de chacota nas redes sociais. Eu virei uma piada. Uma garota fútil. Não sou mais considerada inteligente. E tudo isso tem uma parcela de culpa minha. E é por isso que estou desistindo. Não tive oportunidade de reparar meu erro. Não me permitiram tentar novamente.
Eu queria agradecer minha melhor amiga virtual, por sempre me apoiar mesmo sabendo do que eu fiz. Ele foi o única que se manteve ao meu lado em tudo isso. Eu quero agradecer também aos meus pais, que mesmo me olhando torto na hora do café da manhã, almoço e jantar, continuam sendo meus pais. Não sei se sentirão minha falta, mas creio que eu vá sentir a falta deles.
Estou fazendo esta carta porque tenho certeza de que minha tentativa não será falha.
Obrigada por ler até aqui, beijos!
Amélia.
***
Depois de ler a carta pela terceira vez, Amélia, como gostava de ser chamada, dobrou a carta delicadamente e colocou em um envelope vermelho. Ela ainda analisou o envelope em sua frente por mais alguns segundos e suspirou. A garota havia traçado aquele plano durante meses. Nada poderia dar errado.
- chegou a hora, Melli... - disse a garota deixando o envelope vermelho em cima da cama, e logo em seguida puxando uma mala grande e rosa do interior do armário, que ficava ao lado de sua cama.
Ao sair do quarto, olhar para os lados, e certificar-se de que não havia ninguém em casa, Amélia anda calmamente por todo o interior da casa que viveu desde o momento que veio a este mundo. Mundo este, que a garota se perguntava diariamente o motivo da sua vinda.
Já em frente a casa, a garota puxou o celular do bolso de seu short jeans e ligou para a central de táxi mais próxima. Quando o veiculo chegou, o motorista ajudou a garota a por a mala no porta-malas e ambos entraram no carro em seus devidos lugares.
Ao chegar em sua primeira parada, a delegacia, a garota sorriu quando adentrou no local. Logo foi abordada por um policial que logo perguntou o que a garota desejava. Ela mal acreditou quando pronunciou as seguintes palavras:
- Eu gostaria de fazer denúncia.
[...]
Ao chegar no aeroporto da cidade, a garota fez o check-in e entregou o documento com a "assinatura" dos pais, juntamente com a carteira de identidade e a certidão de nascimento. Estava tudo resolvido.
Depois de despachar a mala, e pegar sua bolsa, Amélia segue para o andar de cima do aeroporto, afim de observar os aviões e jatinhos que iam e vinham. Quando percebeu, já estavam fazendo a chamada para comparecer a sala de embarque.
A garota suspira, olha a sua volta e vai até a sala de embarque. Lá ela aguarda mais alguns minutos e depois entrega sua passagem para a aeromoça conferir.
Quando encontra seu acento, já dentro da aeronave, Melli pega o celular e os fones. Por ora ela não precisaria mudar seu aparelho e nem o chip.
O trajeto foi extremamente tranquilo. O caminho do Rio de Janeiro até Florianópolis não era longo. Amélia, assim que sai do avião, segue até o despache de malas do aeroporto. Ela agradeceu mentalmente pelo aeroporto Hercílio Luz ser menor do que o Santos Dumont.
- Só preciso encontrar a Gabriela agora - Disse a garota para si, enquanto puxava sua mala até a entrada do aeroporto.
Assim que chega na saída do local, Amélia escuta a voz da pessoa que mais adorava.
-Amy?
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Writing's On The Wall
Teen Fiction❝Se eu pudesse realizar algum dos meus muitos desejos, de fato eu escolheria voltar no tempo. Aconteceu um ano atrás. Se eu pudesse mudar aquele dia, eu mudaria. Mas agora é tarde. E esse dia me atormenta agora. Sou Maria Amélia Dummont. Tenho 17...