Que comecem os jogos!

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-Então você faz essa posição! Entendeu? – Estava inventando uma comemoração para Ruby quando derrotarmos os outros.
-Isso não é meio... desnecessário? – Ruby estava cansada de tentar copiar os movimentos.
-Claro que não! – Continuei. – Isso é essencial.
Depois de um tempo, demos uma pausa. O torneio em que pessoas do mundo inteiro iriam vir assistir e participar começaria amanhã e eu ainda não inventei uma posição para minha vitória.
-Ruby.
-Sim?
-Agora que eu parei para pensar...Como que vai funcionar as lutas do torneio?
-Basicamente é o seguinte: para avançar de fase, você precisa ganhar pontos. Você ganha pontos quando você vence a luta. Por exemplo, dois times serão sorteados aleatoriamente. Na arena, será 1 contra 1, você e seu parceiro irá escolher qual dos dois vai lutar primeiro.
-Então é só eu ganhar né! – Atropelei tudo.
-Desde que você vença, está tudo sobre controle...
Ela explicou também que, mesmo que a gente perca para um time, nós temos chance de avançar para as quartas de finais, pois precisa-se de 20 pontos e serão 16 jogos, o que possibilita de um time terminar com 32 pontos.
-Isso vai demorar muito né? – Não aguentava mais esperar.
-Provavelmente umas duas semanas.
Depois disso, Ruby disse que tinhas coisas para fazer então eu fui procurar por Luke para ver como ele estava.
Luke parecia ter arranjado uma garota também, que por sinal era muito chamativa. Eles estavam treinando juntos então achei melhor não os atrapalhar.
-Você veio aqui só para ver? – Luke falou de longe.
-Estava lembrando do seu rosto, para ter certeza de que você não vai nem se quer se arranhar nas lutas antes de mim. – Intimidei.
-Conseguiu alguém? – Ele me perguntou.
-Sim, ela se chama Ruby. Bate fácil em você.
-Haahaha! – Ele riu ironicamente. – Essa é a Manu, te destrói em um golpe.
-Você é parceiro da Ruby? – Ele me perguntou.
-Sim, porque?
-Tome cuidado com as pessoas que você está andando. – Seus olhos me mostravam certeza do que estava falando.
-Está tudo sobre controle. – Sorri para os dois e os desejei boa sorte na luta de amanhã.
No meio da noite, eu estava muito excitado para lutar que eu não conseguia dormir. Resolvi sair do quarto de hospedes que me emprestaram e fui tomar um pouco de ar fresco.
Chegando no terraço, acabei trombando com Ruby, que colocou sua mão no bolso da jaqueta na hora.
-Ruby? – Fiquei surpreso.
-O que você está fazendo aqui? – Ela parecia estar ofegante, eu podia ouvir os batimentos de seu coração.
-Estava apenas com dificuldade para dormir. – Ela passou por mim. – Mas agora eu estou morrendo de sono, vou indo lá.. Tchau!
Eu vi o bolso dela ficando vermelho, como se tivesse sangue em suas mãos. Não falei nada, apenas subi no terraço e fui ver se tinha algum corpo esquartejado ou algo do tipo.
Olhei em todas as partes, mas eu realmente não consegui encontrar nada nem ninguém.

Será que ela estava se cortando?

 ******** Dia seguinte ********

-Bem-vindos ao grande torneio anual da CDR!! – Disse o apresentador do torneio. – Eu sou Leon e desejo uma boa sorte a todos!
Depois disso ele começou a contar umas histórias lá mas eu não estava prestando atenção porque eu estava procurando por Ruby.
Quando eu percebi, as duplas que iriam se enfrentar estavam frente a frente, sempre fazendo as "apresentações" necessárias.
Minha luta seria a próxima e eu já tinha que ficar na espera.
-Ow. – Alguém encostou em mim. Era um cara de olhos puxados, uns 10 anos mais velho que eu mais ou menos.
-Oi? – Não queria perder meu tempo.
-Desculpa. – O homem continuou. – Te confundi com outra pessoa.
Estava tão desesperado que não pensei no fato de que ele tinha feito algo sem que eu percebesse.
Resolvi ficar na fila da espera, assistindo na área Vip as lutas empolgantes.
Era um cara que tinha um machado do seu tamanho e outro que usava adagas. Era equilibrado porque, o que um tinha de forca, o outro tinha de velocidade.
As coisas ficaram apertadas quando o cara do machado conseguiu desferir um golpe no outro, que fez com que suas adagas voassem longe. É o seu fim pensei. Mas eu tinha esquecido de um pequeno fato: Vale tudo.
O cara que perdeu suas adagas invocou duas lâminas em seu braço, cortando o outro que estava desprevenido, cantando pela vitória.
-Aquilo foi magia. – Um garotinho bem mais novo que eu, comentou. – Sério que você ficou surpreso com aquilo?
-Qualquer um pode fazer? – Perguntei.
-As pessoas que você está vendo aqui não são tão simples assim. – Ele apontou para dois homens do outro lado da arena. – Aqueles dois são chamados de Kira e Raid, há rumores de que eles já derrotaram despertantes originais sozinhos.
-Sério? – Eu tinha visto eles antes, eles estão sempre assistindo as outras batalhas.
-Eles estão assistindo tudo.. – O garotinho sorriu para mim e começou a sair de perto. – Sua vez! Melhor não usar tudo que tem nessa luta.
Eu nem tinha percebido. Minha foto (que por sinal estava muito brega) estava na tela gigante que ficava no topo da arena.
Entrei sozinho. As pessoas estranharam o meu comportamento.
-Opa opa! – Disse o narrador do torneio. – Parece que ele está sem uma acompanhante...
Nesse mesmo instante, Ruby apareceu ao meu lado, como se ela estivesse invisível o tempo todo.
-Por onde andou? – Perguntei.
-Lute você primeiro. – Ela me ignorou.
Ótimo, estava precisando lutar mesmo.
Eu entrei na arena e fiquei no lugar onde devia para cumprimentar. O meu adversário era o mesmo dos olhos puxados que tinha me confundido com outra pessoa.
-Eai! – Falei. – Não pensei que nos veríamos tão cedo.
Ele arrumou seus óculos e me olhou com cara de quem estava tramando uma:
-Nem eu.

As aventuras de Greed: O despertarOnde histórias criam vida. Descubra agora