Reviravoltas do destino (Ed Sheeran)

I'm in love with you

Ele se jogou para o meu lado, tentando recuperar a sua respiração. Eu não estava muito diferente.
- Uau. - foi tudo o que consegui pronunciar.
- Uau. - concordou, e eu ri. - Você é incrivelmente boa nisso.
- Eu afirmo o contrário. - virei minha cabeça para poder enxergá-lo. Seu cabelo suado se encontrava grudado em sua testa. Seu rosto corado e exausto, ao mesmo tempo satisfeito.
- Eu te amo tanto, sabia?
Um sorriso cresceu em minha boca espontaneamente.
- De que forma você me ama? - brinquei. Me deitei de bruços e o encarei.
- Da forma que sempre desejei. Como uma mulher. - colocou meu cabelo para trás da orelha. - Como minha garota, apenas minha. Finalmente posso experimentar o doce dos teus lábios, sentir o algodão que é sua pele, ouvir o sussurrar delicado de sua voz em meu ouvido, dizendo que me ama... É assim que eu te amo.
Eu esboçava um sorriso emocionado em meu rosto. Meus olhos encheram-se de lágrimas.
- Eu não quero acordar desse sonho. - sussurrei, e uma lágrima caiu. - Não quero acordar e perceber que tudo o que acabou de acontecer foi ilusão.
- Isso não vai acontecer. - ele garantiu, e selou nossos lábios. - Eu prometo.
Sorri largamente.
Depois ele se levantou dizendo que ia preparar algo para comermos. Foi aí que me lembrei da Holly. Ela não podia me ver assim. Então fui tomar um banho e coloquei uma roupa decente. Não esperava ver Ed com uma bandeja entrando no quarto.
- Abigail acabou de pegar a pequena. - sorriu e trouxe o que carregava em suas mãos para a cama. - Fiz seu chá. Já é um pouco tarde.
- Oh, obrigada, Ed. - agradeci e fui tomar. - Eu já estava começando a ficar com sono.
Fiquei preocupada ao ouvi-lo suspirar. Parecia decepcionado.
- O que houve?
- Não acredito em como você é lerda, amor.
O olhei.
- Eu sei que sou lerda. - ri. - Mas do que exatamente está falando?
- Sobre todas as minhas músicas. - esclareceu. - Give Me Love, Little Bird, algumas que escrevi para outras pessoas e para os meninos... não foi tudo para o Harry e o Louis.
- Não entendi... - falei devagar.
- Todas elas foram para você. You can't go to bed without a cup of tea, and maybe that's the reason that you talk in your sleep. Você e o Harry se encaixaram nesse requisito.
Minha boca se escancarou. Little Things sempre foi especial para mim. Nunca imaginei que seria mais do que eu já imaginei.
- T...todas elas?
- Bem, óbvio que The a Team e Small Bump não.
Ok. Isso me pegou de cheio. Foi uma surpresa total.
- Eu coloco nomes das outras garotas que eu já namorei. E na verdade é você.
- E aquela música Sara? - desafiei. - Eu não tenho cabelo loiro.
- Eu tentava escrever sobre elas, e no final sempre você que vinha a minha mente.
Isso fez com o que eu sentisse a pessoa mais especial do mundo. Todo esse tempo foi tudo o que eu mais desejava, e de repente é a realidade. Em Sunburn, ele diz que vê a menina que ama através dos olhos da que está ficando. Então... A menina sou eu?
- Eu ficaria muito aliviado se você dissesse algo. - riu, sem graça.
Subi em seu colo e selei nossos lábios.
- O que dizer sobre isso? Eu sempre fui apaixonada por você, e de repente você me conta que as suas músicas foram feitas para mim.
- Eu achei que você ia sair correndo assustada.
Rimos.
- Na verdade, foi uma das melhores coisas que poderia me acontecer.
Ele passou os braços ao redor da minha cintura, me puxando para um gostoso abraço.
- Eu tenho certeza que a gente vai durar por muito tempo.
- Se a gente quer, a gente consegue. - beijei seu pescoço.
Me pegou de surpresa quando me colocou em cima da cama e se levantou. O olhei, confusa. Ele apenas pegou o celular e começou a mexer nele.
Um sorriso abriu em meu rosto ao ouvir Be My Forever.
Pousou o aparelho na cama com o auto-falante para cima, e a música encheu o ambiente. Sua mão puxou a minha, me atraindo a si de bom gosto.
- Eu lembro de nós dois ao escutar essa letra.
- É, a letra é linda. - sorri, me atrapalhando em meus próprios pés.
Ele percebeu - e riu da minha cara -, pois me suspendeu pela cintura e colocou meus pés em cima dos seus. Eu me senti uma boba.
- Sabe de uma coisa? - perguntou de repente.
- Sei de muitas coisas. - ele mostrou língua e eu ri. - Mas do que você está falando?
- Valeu a pena esperar.
- Pelo que?
Aproximou seu rosto do meu, os deixando tão perto que meus olhos se fecharam instantaneamente. Meu corpo se arrepiou ao sentir sua quente mão subir pelo meu corpo e parar na nuca, então eu tive de lembrar-me como se respira.
- Acho que eu entendi. - brinquei, com nossos lábios grudados um ao outro.
Sorrimos sem nos separar. Os lábios de Ed são tão beijáveis. Eu poderia beijá-lo o tempo todo. Pena que o oxigênio atrapalha.
- All i want is the taste that your lips allow...
Seu simples sussurro bateu em meu rosto, e me atingiu de forma devastadora, fazendo com que um pequeno sorriso surgisse em meu rosto. Foi devastadoramente bom. Quero dizer, ainda não caiu a ficha de que todas as suas letras foram pensadas em mim. Isso apenas... Não entra na minha cabeça! É irreal.
- No que está pensando, amor?
Abri os olhos para encarar seus perfeitos globos azuis.
- Há quanto tempo gosta de mim?
- Bem... - esticou a palavra, e eu esperava ansiosa pela resposta. - Eu não posso dizer quando exatamente o sentimento surgiu, só posso afirmar que depois do nosso primeiro beijo juntos, eu nunca mais te vi como amiga.
Sorri, envergonhada.

Estava um dia chuvoso na maravilhosa Londres. Apesar disso, eu perdida em meus pensamentos nem apreciava a bela vista.
Ed estava em minha casa antes de começar a chover, e teve que ficar para não voltar para casa todo molhado. Estávamos conversando... Bem, era para estarmos. Meu amigo relatava sobre muitas coisas que achava engraçado, e eu apenas fingia que ouvia e balançava a cabeça quando necessário.
- Maggie, eu percebi que você está no mundo da lua.
Pisquei o olho.
- O que? - questionei.
- O que te incomoda tanto? Você está estranha desde cedo.
Suspirei.
- Eu tenho medo de como vai ser o meu primeiro beijo. Até você já teve! Só eu que não.
- Foi molhado. - fez uma careta, e eu ri. - Mas isso te preocupa tanto?
- Na verdade me preocupa a pessoa. - esclareci. - Eu tenho medo de me arrepender.
Pigarreou, parecendo sem graça com algo.
- Você... Você quer que seja comigo?
Senti meus olhos se esbugalharem.
- Q-quero dizer, se não quiser, e-eu entendo... Foi apenas uma sugestão.
- E-eu...
Nada saia da minha garganta. Eu ainda estava chocada demais.
- Tudo bem. - sorriu. - Não vou ficar magoado.
- Mas eu... Eu... - droga! Travou novamente. - Ok, v-você não quer...
Fui me levantar da cama para esconder a minha cara de total constrangimento. Acho que nunca estive em uma situação tão embaraçosa como esta. Antes que eu pudesse sequer me mover, sua mão em meu braço me manteve sentada.
Não deu tempo de pensar em muita coisa. Aconteceu muito rápido para o meu cerébro processar. Sua mão segurou meu rosto e logo em seguida senti meus lábios pela primeira vez nos de alguém. E esse alguém é o meu melhor amigo pelo qual meu coração bate acelerado.
Com toda a certeza do mundo; eu jamais me arrependeria do meu primeiro beijo.

- Com doze anos e tanto medo do amor. - brinquei. - Uma vez boba, sempre boba.
- De uma coisa tenha certeza; - sorriu, mostrando seus lindos dentes. - Eu sempre gostei dessa boba.
Ri de orelha em orelha, totalmente acanhada.
Ed tinha outro show no dia seguinte, e eu tive de terminar a minha redação.
- Ah, preciso de um banho. - parei de digitar e fui para o banheiro.
De repente eu concluí que, já que estava em casa sozinha, poderia cantar aos pulmões.
- If i were a boy, i think i could understand, how it feels to love a girl, i swear i'd be a better man. I'd listen to hear, causa i know how it hurts...
Saí do banheiro cantando o refrão sem pudor. Eu me sentia tão bem ao cantar sem restrição.
Foi aí que me surpreendi ao ver Ed parado no quarto, apenas me observando. Com o susto, eu escorreguei. Ele correu para me ajudar, enquanto eu ainda estava chocada com a situação.