Capítulo 5

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-Quem é e de onde conhece Maddox?

-Me solte! - Ashlyn se retorceu para tentar escapar de seu captor. Doía-lhe muito o tornozelo, mas não se importava. -O estão matando! Oh, Deus.

O estavam matando com uma espada. Tinha muito sangue, e os gritos eram espantosos. Sentiu náuseas ao recordá-lo. Embora as vozes seguiam em silêncio, nunca tinha se sentido mais atormentada que naquele momento.

-Maddox ficará bem. - lhe disse aquele homem. Maddox tinha quebrado seu nariz, ela o tinha visto, mas tinha voltado a colocar em seu lugar quase imediatamente. Nem sequer tinha sangrado. Ele afastou um dos braços de sua cintura, acariciou sua têmpora e lhe afastou com delicadeza uma mecha de cabelo da testa. -Já o verá.

-Não, não o verei. - disse ela, quase soluçando. -Me solte!

-Por muito pouco que eu goste de te desobedecer, não posso. Estava lhe causando um tortura excessiva.

-Eu estava lhe causando um tortura excessiva? Não fui eu a que o atravessou com uma espada. Me solte! - como não sabia que outra coisa podia fazer, ficou imóvel e o olhou.

-Por favor.

Aquele homem tinha os olhos azuis, muito brilhantes, e a pele branca como o leite. O cabelo era de uma cativante mescla de castanho e negro. Era mais bonito que qualquer um a quem tivesse visto antes. Muito perfeito para ser verdadeiro. E a única coisa que ela desejava era escapar dele.

-Relaxe. - respondeu o homem com um sorriso lento, sedutor. Era um sorriso estudado, mesmo para alguém leigo na matéria. -Não tem nada que temer de mim, preciosa. Só me dedico ao prazer.

Entre a fúria, o medo, a dor e a frustração, Ashlyn encontrou a força necessária para esbofeteá-lo. Acabava de ver como outro homem apunhalava Maddox e não tinha


feito nada para evitar. Além disso, se atreveu a flertar com ela. Tinha tudo que temer dele.

O sorriso se apagou dos lábios do homem e a olhou com o cenho franzido.

-Me bateu. - ela voltou a esbofeteá-lo. -Me solte!

Seu gesto carrancudo se fez mais marcado. Esfregou a bochecha com


uma mão e a manteve imobilizada com a outra.

-As mulheres não me esbofeteiam. Me adoram.

Ela levantou a mão para lhe dar outra bofetada. Com um suspiro, ele disse:

-Está bem. Vá. Os gritos de Maddox cessaram. Duvido que possa incomodá-lo agora, porque estará morto.

E a liberou. Ashlyn não lhe deu oportunidade de mudar de opinião. Ao se ver livre, saiu correndo pelo corredor, apesar da dor que sentia no tornozelo. Quando entrou no quarto


e viu o corpo empapado em sangue, imóvel, se deteve em seco.

Deus Santo. Maddox tinha os olhos fechados. Seu peito estava quieto. Soluçou e cobriu a boca com uma mão trêmula. Os olhos se encheram de lágrimas.

-Mataram-no.

Correu para a cama e tomou a mandíbula de Maddox entre as mãos, lhe inclinando a rosto ligeiramente. As pálpebras não se abriram. Não respirava. Já tinha a pele fria


pela perda de sangue. Tinha chegado muito tarde.

-Quem é? - perguntou alguém.

Assombrada, se virou. Os assassinos de Maddox estavam a um lado, falando entre si. Nenhum lhe dirigiu a palavra, embora a olhassem de vez em quando. Continuaram com sua conversação como se ela não importasse. Como se Maddox não importasse.

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