XXV

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Quem juntará os pedaços

Que sobraram da minha existência?

Sei que sou a responsável por isso.

Sei que preciso me amar acima de tudo.


Mas a dúvida corrói:

Será que ninguém quer mesmo o que o meu amor constrói?

Será que não mereço dividir com alguém este amor gigantesco?


Sentimentos bons batem no peito

A ponto de me sufocar.

Será que eu nunca poderei amar?

Será que a vida será este eterno sofrer

Para este coração remendado que teima a bater?


Não quero ser pessimista,

A tiazona, a velha dos gatos.

Mas não aguento mais,

Ter o coração em frangalhos.


Falta-me coragem para romper o silêncio.

Falta-me força para correr atrás.

Será que nunca terei

Alguém que por mim o faz?

Será que nunca virá alguém

Que me deseje o bem,

Que não me veja como um plano B,

Uma sobra, um além?


Quem juntará os pedaços

Da minha existência,

Quando me falta força,

Não sobra resistência?


Quem me estenderá as mãos

E me ajudará a sair do mar de medo em que me encontro?

Quem será o doido,

Que mudará meu conto?

Quem será aquele que trará um belo final,

Para aquela que não aguenta mais

Ter um fim tão banal?

Poemas para o amor que já se foiOnde histórias criam vida. Descubra agora