Vadias?
-Com certeza foi o Peter. Lucy estava indignada.
-Mas como ele ia saber que estaríamos ali? Pergunto.
-Ele filho só diretor, com certeza ele já imaginava que estaríamos ali... Continua.
Fazia sentido, Peter era conhecido por fazer esses tipos de brincadeira, e no final nada acontecia, afinal, seus pais eram diretores da escola. Saímos do estacionamento, e fomos em direção a rua Betters, viramos na Drummond e seguimos para casa de Caroline. Era um dia ensolarado, mas não fazia calor.
Descemos do carro, a mãe de Caroline estava regando as flores do jardim de flores brancas, como sempre fazia.
-Como foi a aula hoje, meninas? Falou Ana (mãe de Caroline), limpando as mãos sujas de terra em um pano e vindo em nossa direção sorridente.
-Você sabe mãe, como sempre costuma ser o primeiro dia. Dizia Caroline respirando fundo.
Entramos na casa de Caroline, que colocou a bolsa sobre o sofá, fizemos o mesmo.
-Sabe, se eu já não estivesse dentro do carro, eu tinha ido até Peter e teria falado boas verdades para ele. Disse Lucy segurando um copo com os olhos semi-abertos.
-Nem sabemos se foi ele mesmo que mandou aquela mensagem. Falei lhe encarando.
-Haa! Fala sério, April! Tá na cara que foi ele, não é a primeira vez que ele apronta esse tipo de coisa. Lucy já estava se pondo de pé com a voz um.pouco alterada.
-Lucy, você não pode afirmar que ele fez isso, não é por que ele vazou fotos suas, que isso se repetiu.
A expressão no rosto das meninas foi de imediato, Lucy com certeza não tinha ficado feliz, eu tinha atingido em cheio em um dos seus pontos fracos.
Pensei em falar quando fui interrompida por Lucy.
-Você não deveria falar isso April, você não sabe o que eu passei! Os seus olhos se encheram de lágrimas, mas não caíram.
-Olha Lucy... me desculpe. Eu não tinha a intenção de te magoar, eu só achei que... Fui interrompida por Lis.
-Tudo bem gente! Tudo ótimo! Vamos apertar as mãos, virar amiguinhas de novo, e continuar nossas vidas. Foi apenas uma brincadeira não é mesmo!? Lisa sempre encarava os problemas, vendo o lado bom de tudo. Adorava isso nela. Ela tinha razão.
-Tudo bem. Falo quase em um sussurro. Abracei Lucy.
Seguimos para a cozinha, e Denise irmã de Caroline estava tomando um copo de chá gelado.
-Oi. Falou. Respondemos. Caroline deu sinal de meia volta e voltamos para sala. Começamos a conversar sobre coisas fúteis, roupas, cabelos... meu celular toca.
-Mamãe?
-April? Onde você está? Já deveria ter chegado.
Comi eu já havia dito antes, minha mãe fazia aquele tipo de mãe coruja super exagerada, e depois da morte de Catrina, ele tinha piorado.
- Estou na casa da Caroline, com as meninas. Já estou voltando.
-Tudo bem, chegue logo. Natan vai fazer o jantar. Disse ela em um tom mais tranquilo.
-Tudo bem. Até. Desligo o telefone.
-Você já vai? Caroline perguntada franzino o cenho.
-Já. Você me acompanha?
Elas me acompanham até a porta, quando saímos, vemos Cristhy entrando em casa.
-Da pra acreditar nisso? Pergunto. Como alguém conseguia morar em uma casa onde um corpo tinha desaparecido? Quando Cristhy entra em casa, vejo Tobi sentado na escada de entrada, ele nos olha, levanta e entra na casa. Sinto um calafrio percorrendo minha espinha.
-Até mais. Dou um beijo na minha mão e solto no ar.
Vou andando até em casa, o sol faz algumas poças d'água se iluminaram, havia chovido na noite anterior. O dia estava ótimo, as crianças brincavam na rua, as pessoas sorriam. Pela primeira vez em dias, sinto-me viva.
Chego em casa e Natan está preparando o jantar, o cheiro estava ótimo. Minha mãe está lavando a louça, deixo a minha bolsa sobre a mesa e ela olha para trás sorrindo.
-E Então? Como foi tudo lá?
Viro os olhos e finalmente respondo.
-Terrível!
O seu semblante se fecha. Contínuo.
-Você tinha que ver, nos olhavam como se fossemos assassinas.
Ao pronunciar essa palavra, sinto um enjoo.
-Deve ter sido mesmo muito ruim. Mas logo vai passar, eles acabam se acostumando. Dizia ela tentando me tranquilizar.
Mudo de assunto, não queria falar sobre isso.
-Então, o que temos para o jantar Natan? Sorrio.
-Bem, você vai ter que esperar até lá. Ele dizia sorrindo, e jogando alguns legumes em uma panela.
Saio da cozinha e vou até meu quarto. Troco de roupa e sento na ponta da cama, olhando pela janela o sol se por. Me perco em meus pensamentos, e por um segundo lembro do meu pai. Não tinha noticias dele a muito tempo. Ele e minha haviam se separado quando eu e Natan ainda éramos crianças. Papai casou-se novamente e tinha um filho fora do casamento,.nunca tinha conhecido esse meu irmão, sabia que ele era mais velho. Papai as vezes aparecia, mas 3 anos atrás ele parou de ligar, ou de dar algum sinal de vida. Porém todo aniversário, ou data importante, ele nos mandava uma cartão.
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Quem Está Aí?
DiversosAté onde uma pessoa morta pode influenciar na vida de outras? Até onde você iria por alguém, independente do que fosse necessário?