O dia do retorno de Amanda chegou e embora tudo estivesse organizado, um pesar a dominou da mesma forma que quando precisou deixar seu filho pela primeira vez.
Quando adentrou a boutique Carol veio recebê-la com o costumeiro beijo na face.
—Seja bem vinda à senzala minha senhora. Seu tronco está a sua espera — brincou percebendo o desanimo na patroa.
— Estou parecendo tão infeliz assim? — quis saber, fazendo caretas.
— Muito, inclusive você nem quer disfarçar — afirmou à amiga.
— Logo me acostumo à rotina. — Defendeu-se.
—É sempre assim. Não se preocupe. — Tentou animá-la um pouco antes de começarem a discutir as questões da loja.
Amanda passava pela sessão de roupas íntimas quando viu a nova contratada. Cumprimentou-a com um sorriso e seguiu para o escritório onde Carol lhe passou as informações e dados das últimas semanas. A conversa durou toda a manhã até que o horário de Amanda partir chegou e não puderam colocar as futilidades em dia.
— Nem percebi o tempo passar — falou Carol olhando no relógio de pulso. — Amanhã colocamos as fofocas em dia — disse sorrindo. Amanda deu tchau as duas moças e partiu. Logo ambas também iriam para o almoço.
O retorno ao trabalho trouxe algumas exigências de Amanda, mas sempre que possível Antônio a ajudava com as crianças e com a ordem da casa também. O que facilitava sua vida e lhe dava um pouco de tempo para paparicar os filhos e o marido. As refeições, como de costume, era ela quem fazia e nunca estava só. Um dos seus homens e as funcionárias a auxiliavam sempre. Com isso não foi difícil se acostumar e voltar à rotina, mantendo a ordem tanto em casa quanto na empresa.
Após o período de adaptação os dias passaram rápido, e quando perceberam o primeiro mês chegava ao fim com tudo em seus devidos lugares.
—O corre - corre faz com que os dias sejam curtos. Parece que foi ontem que nossa menina chegou. — Antônio falou, quando estavam sentados a mesa durante o jantar. A criança era sempre colocada em uma cadeira própria entre eles. Assim tanto Amanda quanto Antônio podia ajudá-la com a refeição. O que não agradava apenas ao filho que queria ajudar nos cuidados com a irmã e era impossibilitado da distancia onde costumava sentar-se.
— É verdade meu amor. Ainda sinto certo desconforto quando saio de casa, mas já estou bem habituada com as duas funções. — Conclui Amanda levando uma porção de carne desfiada na boca da criança.
— Acostuma-se com quase tudo nessa vida.
— Concordo com você. Mas nem sempre é fácil essa transição. — Dessa vez foi Antônio a concordar com ela. Ele tinha o mesmo sorriso que a encantou anos atrás, quando se viam perto da escola de Lucas. Conversaram tranquilamente até o fim do jantar parando em algumas ocasiões para alimentar Isabelle ou ouvir algum comentário do filho.
Naquela noite como em tantas outras os quatros faziam algum tipo de brincadeira no carpete da sala e depois que as crianças eram colocadas na cama, o casal tinha o tempo de ambos.
— Um dos sócios precisará fazer uma viagem e ficarei a frente da empresa por duas semanas meu amor. Então se eu falhar como marido e pai, me perdoa. Será por pouco tempo. Temos tido muitos projetos e alguns a curto prazo, o que pode tomar muito do meu tempo — Informou ele antes mesmo de acontecerem algumas ausências suas.
— Me lembrarei disso quando tiver brinquedos pela sala e você nem fizer questão pegar. — Ambos sorriram realizados com casal e pais.
Na amanhã seguinte Amanda acordou com um mal estar, porém após organizar-se e as crianças partiu para a loja esquecendo-se do que sentira. Antônio precisou sair mais cedo e a deixou na cama um pouco mais.
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Muito Além das aparências - Livro II da Série Aparências
RomanceDepois de enfrentar um ex-marido enciumado e arrogante, Amanda acreditava que sua vida e de Antônio finalmente retomava seu curso... O que eles não poderiam prever era que muitas tempestades ainda travariam em nome do amor que sentiam. Intrigas, tra...