Capítulo Único

447 43 14
                                    

P.O.V Yoongi

- Ainda era de manhã quando ele chegou. A brisa frienta e calma, atravessava a janela e recobria o quarto, me causando arrepios. Cocei os olhos e andei pelo quarto parecendo um zumbi, pegando as minhas coisas. Escovei os dentes quase parando e tomei um banho rápido por conta da temperatura da água. Agora, mais desperto, me vesti e desci a escada com a atenção voltada pro meu celular.

Eu apenas me sentei no jardim e fiquei olhando as crianças que corriam pra lá e pra cá, animadas, enquanto os casais chegavam e se dirigiam as mesmas. As pessoas nunca se aproximavam de mim pois eu era muito sozinho e calado. Acho que eu não seguia o perfil deles, por isso nunca fui adotado. Claro, até ele chegar. Nunca imaginaria que naquele dia pacato com o céu tão azul e agradável sobre mim, eu o encontraria. Lembro de sentir seu toque tímido no meu ombro, o que me assustou e eu virei para encará-lo. Pra mim não mais fazia diferença sair ou não. Todos sempre estavam atrás das crianças mais novas, e eu já tinha 16 anos. Faltavam dois anos pra sair dali, e se já esperei todo esse tempo, um pouco mais não faria diferença. Como vim parar aqui? Minha mãe me deixou numa cesta na porta da igreja. Uma freira me trouxe pra cá. Clichê? Talvez um pouco... Sempre me dizem pra pensar que talvez ela não tivesse condições pra cuidar de mim, e no começo eu até acreditava. Mas depois descartei a possibilidade, e nem sei dizer porquê. Ele se sentou ao meu lado e perguntou meu nome. Revirei os olhos e respondi apenas por educação, enquanto arrancava as gramíneas que cresceram verdinhas ali. Ele tentou puxar assunto comigo no primeiro dia, o que não deu muito certo. Mas lá estava ele novamente no outro dia. Dessa vez ele me trouxe um presente: fones de ouvido novos. Lembrei de ter comentado vagamente com ele sobre os meus estarem quebrados. Dessa vez, ele ficou até mais tarde e ele me arrancou o primeiro sorriso. Nesse dia, eu demorei um pouco mais pra dormir. Ele voltaria no outro dia? E por que eu estava pensando nisso? Suspirei e dormi. E lá estava ele no terceiro dia. Dessa vez, ele me trouxe um presente maior ainda: um envelope. Nesse envelope, tinha toda a documentação que eu esperava nunca ver. Ele tinha dado entrada no processo da minha adoção. Sorri de verdade uma vez em muito tempo. E o toquei pela primeira vez. O dei um abraço apertado. E ele sorriu. E eu chorei. E depois de um tempo, ele teve de ir embora. No quarto dia, ele veio me ver de manhã. Eu ainda estava dormindo quando ele chegou. E ele disse que eu era lindo dormindo. E eu sorri. Ele disse que precisava ir, pois teria uma reunião chata sobre a minha adoção, mais que iria porque se importava comigo. E ele me deu um beijo no canto da boca, e pediu desculpas, e saiu apressado. E ele apareceu de noite no quinto dia. Disse que ficou preso no trabalho, mas que pensou em mim o dia inteiro. E eu corei. E eu me apaixonei por ele em cinco dias. E eu não contei. E ele veio no outro dia, e me disse com um sorriso que no outro dia eu já podia ir pra casa com ele. Uma casa... Um lar... Eu estava tão feliz. E eu sentei no colo dele, e deixei que ele fizesse carinho nos meus cabelos. Ele ficou comigo dia inteiro e contou uma história pra me pôr pra dormir. Era uma história de um garoto que viveu sozinho num orfanato desde que nasceu e depois que já estava sem esperança, um anjo da guarda apareceu e o tirou de lá. Seu nome era J-Hope, ou apenas Hope. Ele foi embora me prometendo que voltaria no outro dia...

Mas... Ele não veio no outro dia. Nem no outro. E já era o nono dia. E meu olhos estavam vermelhos pelo choro que não cessava. E não cessaria enquanto não o visse. E no décimo dia, a mulher da recepção apareceu no meu quarto. Ela encerrava uma ligação, e me olhava com pena. E sentou ao meu lado, dando meio sorriso. Eu sabia que se tratava dele. Por isso gritei com ela e a empurrei irritado, pedindo que ela falasse logo. E ela disse que tinha sido um acidente. Que ele tinha saído com um amigo e que um carro desgovernado havia batido neles e matado os dois na mesma hora. Me doía saber que quem estava naquele carro com ele não era seu amigo, era seu noivo, TaeHyung. Doía saber que nunca teria o sentimento que tanto ansiava do outro, mas doía ainda mais saber que nunca o veria de novo. Não teria o sorriso, nem as brincadeiras, nem os abraços, não teria nada...

Pedi pra ficar sozinho... E me deitei na cama. Deixei minha tristeza ir embora por meio das lágrimas. Sim, eu tentei. Mas não funcionou. Antes, não fazia diferença. Antes, eu não me importava. Antes, eu tinha certeza de que esperaria mais dois anos. Mas agora.... Eu não podia. Eu não conseguia respirar. Descontei em tudo que tinha ao meu redor, descontei em mim. E me sentei na cama, cansado. E liguei o isqueiro. E o cheiro de queimado se espalhou pelo quarto. E meus olhos arderam pela fumaça e minha respiração ficou pesada. E tudo acabou... Tudo por causa de malditos 10 dias... 10 dias que destruiram minha vida. Tudo por causa de uma paixão nunca correspondida. Tudo por causa do amor... Queria nunca ter me apaixonado.

##################################

É isso... Espero que gostem, já que nem eu gostei. Postei por... Bem, não teve motivo. Gosto do couple e é isso aí. Seja o que Deus quiser...

Muito obrigado a você que chegou até aqui! Isso é muito importante pra mim! Já te adoro, coisa fofa! *apertando sua bochecha*
Ah, passem lá no meu perfil pra conferir minhas outras fanfics!
Até a próxima!
Fuiiii!

*Me alertem sobre qualquer erro de português! Qualquer um mesmo!

Let's Not Fall In Love (YoonSeok)Onde histórias criam vida. Descubra agora