Reféns

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Dei um abraço em minha mãe, um abraço de despedida.  Ela iria viajar esta manha.

Atravessamos a rua e entramos no banco, minha mãe foi para o caixa sacar. Olhei para fora e hoje o sol estava forte, e brilhava acima dos prédios grandes de Miami. Essa era a segunda viaje dela em uma semana, eu sentia sua falta.

Em questão de segundo, o céu ficou totalmente escuro e o sol que brilhava, ficou coberto por nuvens carregadas. Eu me vi paralisada tentando compreender, tomei um susto quando cinco homens encapuzados invadiram o banco fortemente armados.

Neste mesmo segundo tudo voltou ao normal como se nada tivesse acontecido. O sol ainda brilhava, e o banco estava seguro.

Olho pra minha mãe e ela esta me observando, então sorrio.

Com as imagens ainda rondando em minha mente, olho freneticamente para a porta.

“Calma Anne, é só cafeína, certo? Você tomou duas dozes, né!”

Disse tentando me convencer disso.

Mas tinha algo estranho, e de repente senti uma necessidade de sair correndo dali.

Olhei para a minha mãe novamente, mas dessa vez ela já não olhava mais pra mim, e sim para o céu. E só então percebi que todos no banco também olhavam.

Automaticamente me virei para olhar também.

Não!

O céu estava escuro, mas como?

Fiquei paralisada já sabendo o que viria em seguida.

Eu tenho que correr. Eu tenho que sair daqui agora, talvez ainda de tempo.

Minha mente ia de uma possibilidade a outra, mas meu corpo não obedecia a nenhuma. E então já era tarde demais.

Cinco homens encapuzados e armados invadiram o banco.

Minha mãe correu e se pôs em minha frente, como que pra me proteger. Como aquilo acabaria eu não sabia, mas não seria bem. Eu sentia isso.

E então o maior homem entre os cinco atirou em um segurança que estava bem ao meu lado. Quase cai pra traz, mas por sorte minha mãe estava com a mãe em minhas costas.

Fui sentindo o pânico crescer em mim, mas me contive.

Os homens encapuzados já estavam com o dinheiro, mas ainda não saíram ao invés disso se sentaram e mandaram todo mundo deitar no chão. Só então percebi que eles não eram só assaltantes, mas também terroristas. Isso definitivamente não podia estar acontecendo comigo.

Fui me deitando devagar. Não sei por quanto tempo fiquei deitada mais foi o suficiente pra minha perna ficar levemente dormente.

Eles mandaram fazer fila pra trocarmos de roupa. Nesse momento o pânico em mim já era visível, e então entrei em uma crise de asma. Fui sentindo meu corpo mole e a falta de ar era eminente. Vi que todos me encaravam, minha mãe como que por reflexo começou a mexer na bolsa em busca da minha bombinha.

E então ouvi um disparo.

Ela foi baleada na barriga!

Seu corpo caiu ao chão.

Ajoelhei-me e vi que em sua mao estava a minha bombinha. Comecei a chorar.

“mãe!”

Ela sorriu como que se desculpasse.

“oh, filha...”

Ela disse com os olhos marejados.

“toma o seu remédio, a mamãe vai ficar bem”

A life full of myteryOnde histórias criam vida. Descubra agora