Ela pisca os olhos repetidas vezes, para se acostumar com a intensa luz branca. Coloca os pés no chão, logo recuando por causa do frio intenso, que corre pelo seu corpo em um agonizante arrepio.
Olhando para si mesma, pela primeira vez, ela repara em manchas roxas e vermelhas que não estavam ali antes. Seus olhos espantados, com o medo que já havia experimentado, encara o espelho disposto na parede em frente a sua cama e logo seu foco dirije-se para a porta a esquerda. A garota em choque, se levanta bruscamente, jogando-se contra a porta branca. Tudo no quarto é branco, ela pensa consigo mesma, por um momento de distração.
O choque com a porta à faz gemer com a dor cruciante. Seu braço roxo lateja e essa dor a faz pensar.
O que estou fazendo aqui? Onde estão meus amigos? O que está acontecendo?
Ela tenta se lembrar de algo e consegue. Respostas. Meu nome é Emily e...
Antes que a garota elabore mais algum pensamento, a porta se abre revelando um homem também vestido com roupas branca e um sorriso perverso no rosto, que a faz sentir aquela estranha sensação novamente.
- Parabéns! - Ele fala com humor e seus olhos flamejantes como fogo, a perfura com claro interesse e certo orgulho. - Vejo que resistiu ao primeiro teste de sobrevivência. A floresta é realmente encantadora, não é mesmo?
- O quê significa tudo isso? - a garota sussura baixinho, como que temendo a resposta, logo se lembrando do terror das últimas 24 horas. Foi tudo horrível e estranho, como em um pesadelo.
- Esta sendo testada, Emily. Lembra? Uma escolha: é matar ou morrer.
As lágrimas antes reprimidas, escorrem pelo seu rosto. Ela se lembra de tudo que viveu e o que teve que fazer para sobreviver. Aquele sentimento conflitante dentro de si mesmo era horrível.
Ela bate com o cotovelo no espelho que se quebra em pequenos fragmentos. Ela não liga para a dor e muito menos para cara de espanto do homem, enquanto se abaixa para pegar o objeto quebrado.
- Então eu escolho matar.
As palavras escorrem de sua boca como veneno, quando crava o pedaço do espelho no peito do homem.
A adrenalina atravessa seu corpo, como um relâmpago caído do céu.
Matar. Sobreviver. Ir atrás dos amigos e salvá-los. Isso era necessário e ela sabia, enquanto se lançava pelos corredores sem fim de um lugar onde tudo e qualquer coisa poderia acontecer.
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Sem Saída
Science FictionEmily poderia até desistir, mas isso não estava em seus planos, pois para ela a única opção era sobreviver. Depois de várias tentativas frustradas para encontrar sobreviventes ao redor do mundo, após uma doença dizimar grande parte da população e tr...