Bad Habits

Taking About The Bad Habits

No final, Jongin não pediu que Kyungsoo lhe explicasse coisa alguma.

A vergonha invadiu a ambos. De forma compreensível, certamente. Afinal, a situação em que se encontram é extremamente constrangedora. Kyungsoo teve a sensação de que Jongin lhe encarou mais do que o necessário, porém nada disse com relação a isso. Seu maior desejo era o de cavar uma cova para si mesmo e morrer.

— Eu vou... — Jongin gaguejou, dando um passo para trás, porém sem desviar o olhar — Vou te esperar do lado de fora e... Te deixar... Terminar.

Kyungsoo piscou os olhos, surpreso e ainda imóvel no lugar. Ele não conseguia acreditar que aquela situação acabara de ocorrer. Como deveria lidar com ela no momento que saísse do banheiro? Era algo que Kyungsoo deveria descobrir por si mesmo.

Felizmente, o choque de ser pego fez com que seu membro ficasse flácido. Observando isso, Kyungsoo levantou as calças e deu tempo a si mesmo para respirar fundo e se acalmar. Ele deveria estar aliviado por ter sido encontrado por Jongin e não por um staff ou alguém como Baekhyun. Kim Jongin era a coisa mais próxima de um amigo que tinha no EXO e, por conhecê-lo tão bem, sabia que a última coisa que faria era julgá-lo. Bem, pelo menos é o que ele normalmente fazia. Tentando alimentar o máximo de pensamentos positivos na cabeça, Kyungsoo arrumou a coragem que precisava para sair do cubículo em que se encontrava.

Jongin, como prometera, estava encostado numa parede próxima, esperando por ele. Quando viu Kyungsoo se aproximando, ele olhou brevemente para suas calças antes de caminhar de volta para o ensaio.

— Você lavou as mãos, certo? — perguntou ele com um sorriso malicioso.

Naquele momento, Kyungsoo teve a certeza de que tudo ficaria bem entre eles. E também de que Jongin era um filho da puta, mas Kyungsoo sabe que mereceu dessa vez.

~

Ser pego por Kim Jongin, de certa forma, tirou o peso dos ombros de Kyungsoo. Era constrangedor, sem dúvida. A sensação ruim não o deixou, mesmo após as brincadeiras durante o ensaio e sorrisos travessos. No entanto, ao mesmo tempo, o vocalista conseguiu se sentir aliviado. Isso porque seu hábito secreto não era mais algo que escondia na solidão de sua alma.

Jongin acabou se tornando seu cúmplice.

Isso significava, também, que Kyungsoo era obrigado a se abrir. Afinal, ele devia a Jongin uma explicação. Talvez, falar sobre o hábito (que a essa altura se tornara um problema em sua vida) o ajudasse a enfrentá-lo e até, quem sabe, a superá-lo. Provavelmente era seu extremo otimismo falando por ele, mas não custava nada ter um pouco de esperança, certo?

Na volta para o dormitório para um banho breve e uma noite de sono mais breve ainda, Kyungsoo sentiu uma mão em seu cotovelo. Não precisava olhar para o lado para saber que se tratava do jovem dançarino, mas o fez mesmo assim. Isso porque ele precisava ver a expressão que emoldurava o rosto de Jongin enquanto o tocava. O que ele lhe mostrava dessa vez? Nojo? Repulsa?

Kyungsoo percebeu, aliviado, que nada disso era evidente. Seus olhos estavam meio semicerrados, sua testa um pouco franzida e seus lábios formavam um leve bico, mas isso não era sinônimo de nojo. Não em Jongin. Kyungsoo conhecia aquele rosto muito bem e sabia que era algo que ele fazia quando estava pensando fortemente em algo.