JÁ PASSAVA DAS NOVE horas , Tom tinha ido para casa , ele saiu muito abalado.
Ficou um bom tempo chorando, Roger sentia um imenso alívio por estar livre , Tom o perdoou , agora não havia mais mentiras entre eles.
O Clive estava fechando ele se levantou e saiu , andando de volta para casa a cidade era calma , não havia barulho , nem gente na rua.
O vento frio o fez fechar os olhos , ele queria que quando tornasse a abrir-los aquilo tudo fosse só um pesadelo.
-Por favor fique.
Roger pediu de novo .
- Não posso , não há nada para mim aqui.
Débora estava com a mão pousada em cima da mala de viagem, ela havia sumindo por um mês , brigado com Tom e agora iria embora para casa.
- Vamos Deby ! Você e o Tom vão se acertar logo , não vá por favor .
A rodoviária estava cheia , em algum canto uma criança chorava , um cachorro latia.
- Eu ia contar tudo a ele Roger, mas quando eu cheguei lá não suportei a idéia de desfazer a sua visão do mundo.E se quando ele souber de tudo me ver de outra forma , se ele não gostar mais de mim? Não queria que aqueles olhos azuis me olhassem com pena...
-Tom te ama Débora, ele iria te compreender, quando eu passei por isso Tom foi único que ficou do meu lado.
-Eu sei , eu também o amo , mas não posso mais suportar essa cidade. Sabe quando eu e Noe chegamos aqui , estávamos tão felizes que não ligamos para as procurações, então era sempre o aluguel atrasado , éramos despedidas toda hora ou algum cara querendo se aproveitar . Aos poucos a magia foi se perdendo...
Enquanto ela falava , seu olhar percorria em todas as direções, até que se focou no chão.
-Eu tive mais sorte que Noe, eu tinha uma válvula de escape , as drogas, ela ficava sã vinte quatro horas por dia. Tinha que me aguentar chegando em casa bêbada e machucada , aguentar os telefonemas do papai implorando para que voltássemos. Quando nossa mãe nos deixou, Noe fazia o papel do adulto na casa , não era meu pai , não era eu que era o pilar da casa, era a Noe , ela perdeu uma parte da sua vida cuidando de nós e agora estar perdendo a outra com Paul.
"Passageiros o ônibus para Honfleur, estara partindo em breve , por favor se aproximem "
A voz de uma mulher encheu a plataforma,fazendo com que Débora e Roger se olhassem.
-Cuide dela por mim .Cuide do Tom, não o deixe sozinho ...faça ele falar com o pai ,Walter não teve culpa ele também amava a esposa.
Pediu, lagrimas desciam pelo seu rosto borrando a maquiagem.
Um nó se formou na sua garganta.
-Mas quem vai cuidar de mim ? E de você quem cuidará ?
-Somos guerreiros Roger, lutamos por nós mesmos.
"Eu sei me virar .... eu tenho o papai."
Sussurrou mais para si mesmo que para Roger."Última chamada para Honfleur"
Roger a abraçou, Débora afundou o rosto em seu peito, seu choro se intensificava, soluços podiam ser ouvidos, Roger a apertou com todas as suas forças, querendo guarda-la para sempre em seus braços.
-Eu te amo Rogs.
-Eu também te amo Anjo.
Ouvir sua própria voz , embargada pelo choro foi horrível para ele.
Há quanto tempo ele não chorava assim? Desde a morte se sua mãe.Ele a viu se afastar e entrar no ônibus, já sentada na janela Mumurrou .
"Adeus. "
QUANDO SEUS pensamentos voltaram ao presente Roger já estava na porta de casa.
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Perdoi -me.
DiversosEle ouviu alguém gritar , tarde demais, o caminhão passou ao seu lado , no impulso Tom foi jogado para trás , o veiculo continuou seu percurso , arrastando varias pessoa , até para em um poste , era como assistir a um filme . A carcaça do caminhão...