Voice Box|| L.S

Capitulo Único

O número foi discado mais uma vez, e a mesma expressão estava paralisada em seu rosto, seu peito continha uma dor agoniante, mas ele sabia o porquê daquilo, ele nunca teve palavras o suficiente para explicar o sentimento que ele tinha por aquele garoto. Uma mistura de céu e inferno, uma definição indescritível, seus olhos o levava a um paraíso artificial, e de lá ia torturando, matando ao pouco, mas apesar de tudo, prazerosa, viciante, era como uma droga, quanto mais experimentava, mais vontade tinha. Seu demônio, seu anjo. Sua dor, sua cura. Não tinha como explicar como aqueles pedaços de mar o levava e o afogava, como aquele corpo maravilhoso o fazia perder a sanidade e o controle, aquele lábio fino o deixava fora de si. Era um mistério para o mundo, como aquele pequeno ser tinha uma beleza inegável, até o mais hétero do mundo se perdia o olhando. Sua forma sorrir, as ruguinhas que apareciam. Aquele era um ser de outro mundo. Essas lembranças rodava a mente do homem com o telefone em mãos, a cada numero discado parecia uma disparada para seu coração, suas mãos tremendo. A cada toque de chama o desespero tomava conta de si.

"OIIII, desculpa não deu pra atender, ou eu não quis mesmo, vai depender do que você fez." Sua voz soou no telefone após vários toques. Sua voz era suave e vários risos ao fundo eram ouvidos. Ele se lembra de quando foi gravada essa mensagem, o encaracolado tinha feito um pequeno almoço, como o outro gostava. Algo somente para eles. Somente eles estavam na sala, trancados em uma bolha, em algo deles. O menino de olhos azuis tinha acabado de ganhar seu celular. Um presente sem data comemorativa, só um começo de demostrar o amor do de olhos verdes para o de olhos azuis. Ele se lembra de como se olhavam, e de como o seu coração batia ao estar ao lado do pequeno, sua alegria era imensa, não tinha nada a comparar.

"Oi, sou eu novamente." Sua voz rouca e baixa ecoou pela pequena sala em que se encontrava. Seu coração ganho mais força, mas era diferente de quando estava com o outro, não era de alegria, e nem de amor, mas, sim de tristeza e de medo. Os olhos verdes que um dia já foram brilhante, hoje este afundado em um mar de lágrimas, sendo atingido por lembranças. "Eu liguei novamente, pois essa é a única maneira de ouvir novamente sua voz, de ouvir tua risada." Um suspiro foi ouvido. Uma lagrima solitária desceu de seu rosto, e ele deixo, sem nenhuma cerimonia, ele apenas a deixo chegar no chão, sem se importa.

"Eu sinto tanta falta de seu sorriso, de sue jeito bravo de ficar quando é chamado de baixinho, mas que adora se perder em meus braços, eu sinto falta de sua risada, e do modo que ficava quando eu te trazia flores." Seu coração começou a aperta mais, e aquela lágrima acabou deixando de ser solitária.

"Eu estava aqui lembrando de quando éramos jovens e livres, de que nós éramos nós, sem se importa com o resto, e de como éramos loucos".

O homem esguio e forte chorava que nem uma criança, mas ele realmente não se importava, a única pessoa que se importava não estava ali com ele.

"Eu lembro de todas as nossas promessas, coisas que parecia loucura, mas eram tão certas, eram nossas." O encaracolado já tinha perdido as forças de ficar em pé e se arrasto pela parede, ainda com o celular grudado em seu ouvido.

O silencio tomou conta da pequena sala era como se ele esperava alguma outra voz do outro lado da linha... Mas ele sabia que não ia vim, mas ele somente esperava.

"Lembro-me de um dos nossos encontros, subimos uma das melhores montanhas da cidade, antes do sol se por, e nós vimos às estrelas nascerem e brilharem, enquanto a cidade ia acendendo as suas luzes. Mas meu amor naquela noite, nem mesmo a lua se comparava ao seu brilho, foi lá que eu descobri que eu te amava. Lembro que voltamos meses depois e eu finalmente disse, e você disse que era reciproco. Nós fizemos de lá o nosso lugar, nosso ponto de escape do mundo." Os olhos do homem apagados, ganho uma cor depois de sua lembrança, mais isso não o impediu de continuar a chorar.