DIA DE CHUVA

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Por instante pensei que tudo tinha acabado, os homens sombra já detinham cada pedaço de mim por mais pequeno que ele fosse e derrepente algo mudou, não sentia as correntes, nem as grades, muito menos a dor, as marcas da batalha que eu estava enfrentando estão por todo meu corpo e elas ardiam e queimavam mas mesmo assim sentia algo novo e bom, talvez se eu fosse forte o suficiente poderia ser a flor que da cor ao campo ondem a guerra passou e que ao invés de ser apenas mais um cadáver vem para representar o renascer da vida.

Sentia meu corpo pesado e ao mesmo tempo livre, a dor não era mais um alerta para me informar que eu estava vivo mas sim uma lembrança de algo que havia passado. Senti meu corpo acordar, não tive coragem para abrir os olhos e não precisava, por ter ficado tanto tempo no escuro acabei desenvolvendo sentidos que antes não imaginava que teria, só de ficar quieto naquela cama fiz várias anotações mentais, a primeira era que sentia cheiro flores, a segunda era que ouvia pessoas conversando do lado sobre o mim, a terceira e ultima anotação era havia alguém dormindo ao meu lado esse ser era pequeno e encostava levemente a cabeça no meu ombro, depois de toda informação que havia registrado tinha certeza que naquele momento não estava no meu cárcere. Tinha medo de abrir meus olhos e me descobri dentro de um sonho forçando a realidade se tornar de novo meu mais real pesadelo, e no meio aos meus receosos pensamentos algo me tocou, uma mão foi subindo levemente da minha testa para o meu cabelo e então eu fui forçado abrir meus olhos.

- Finalmente acordou! Estávamos com saudade.- a voz era de Vítor e mesmo eu ainda não o vendo estado de olhos abertos sabia que ele estava ali.

Fiquei quieto por alguns instantes, eu estava cego? Oque estava acontecendo? Era o quarto que estava muito escuro? Cadê Reeh? milhões de dúvidas surgiram em minha cabeça e ao mesmo tempo a solução para todas elas era aquele meu doce menino de olhos violetas que até hoje amo e não paro de pensar nem por um segundo.

- Kevin ? Você ta bem? se lembra de mim? - senti sua mão segurar forte o meu braço e mesmo assim eu me mantia calado, por mais que eu quisesse responder eu não conseguia.

- Vou chamar senhora Lara, ela vai ver se você ta bem.- sua voz já parecia distante quando terminei de ouvir a frase, cada segundo demorava tanto e meu corpo ainda estava tão casado parecia que o simples ato de abrir os olhos fosse o suficiente para cair de novo em um sono profundo.

...

- Cuida do Kevin, do meu maninho, da minha mãe, do Vítor, do Marcos, da bea e de todo mundo... Obrigado amém. - acordei mais tarde naquele mesmo dia com a voz de Caio e lentamente comecei a abrir meus olhos, dona Lara e Vítor estavam dentro do quarto e se aproximaram quando viram que eu estava acordando. Demorou um pouco para me adotar a luz do quarto, para minha supresa estava enxergando tudo preto e branco e a princípio não dei muita importância a isso. Não me contive quando vi os os três em cima de mim com os olhos arregalados acabei tendo uma crise de risos que logo foram se transformando em lagrimas e soluços de alívio por tudo ter realmente acabado.

- Calma, tudo vai ficar bem agora.- falou dona Lara me abraçando forte e me fazendo sentir protegido como nunca antes senti, Caio e Vítor logo se aproximaram para aumentar o calor daquele abraço e ficamos os 4 abraçados por alguns minutos, eu e dona Lara estávamos com as bochechas molhadas pelas lagrimas e para aquilo ser perfeito só faltava Reeh ali com a gente.

Dona Lara e Caio ficaram mais 1 hora comigo antes de irem embora, Eu ainda não havia falado uma palavra, talvez tivesse esquecido como se conversava com as o pessoas. Já era noite, Vítor se ofereceu para ficar comigo fazendo Dona Lara ficar mais tranquila.

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